em cada existência, portanto.
Excluindo, portanto, qualquer idéia de penas eternas.
É o que também podemos deduzir de Ezequiel 33, 11: “Não sinto nenhum prazer com a morte do injusto. O que eu quero é que ele mude de comportamento e viva”.
Ezequiel contra a eternidade das penas e o pecado original
25. - A quem pretenda encontrar na Bíblia a justificação da eternidade das penas, pode-se opor os textos contrários que a tal respeito não comportam ambigüidades. As seguintes palavras de Ezequiel são a mais explícita negação, não somente das penas irremissíveis, mas da responsabilidade que o pecado do pai do gênero humano acarretasse à sua raça:
1. O Senhor novamente me falou e disse: - 2. Donde vem o uso desta parábola entre vós e consagrada proverbialmente em Israel: Os pais, dizeis, comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos ficaram estragados? - 3. Por mim juro, disse o Senhor Deus, que essa parábola não passará mais entre vós, como provérbio em Israel: - 4. Pois todas as almas me pertencem; a do filho está comigo como a do pai; a alma que tiver pecado morrerá ela própria.
5. Se um homem for justo, se proceder segundo a eqüidade e a justiça; - 7. Se não magoar nem oprimir ninguém; se entregar ao seu devedor o penhor que este lhe houver dado; se não tomar nada do bem de outrem por violência; se dá o seu pão a quem tem fome; se veste os que estão nus; - 8. Se não se presta à usura e não percebe mais do que tem dado; se desvia sua mão da iniqüidade e promove um juízo conciliatório entre dois que contendem; - 9. Se caminha segundo a pauta dos meus preceitos e observa as minhas ordens para obrar conforme a verdade, esse homem é justo e viverá mui certamente, disse o Senhor Deus.
10. Se esse homem tem um filho que dê em ladrão, e derrame sangue, ou que cometa algumas destas faltas; - 13. Esse filho morrerá mui certamente, pois tem praticado todas essas ações detestáveis, e seu sangue permanecerá sobre a terra.
14. Se esse homem tem um filho que, vendo todos os crimes por seu pai cometidos, se aterrorize e evite imitação; - 17. Este não morrerá por causa da iniqüidade de seu pai, mas viverá mui certamente. - 18. Seu pai, que tinha oprimido os outros por calúnias e que tinha praticado ações criminosas no meio do seu povo, morreu por causa da sua própria iniqüidade.
19. Se dizes: Por que o filho não tem suportado a iniqüidade de seu pai? É porque o filho tem obrado segundo a eqüidade e a justiça; tem guardado todos os meus preceitos; e porque os tem praticado viverá mui certamente.
20. A alma que tem pecado morrerá ela mesma: o filho não sofrerá pela iniqüidade do pai e o pai não sofrerá pelo iniqüidade do filho; a justiça do justo verterá sobre ele mesmo, a impiedade do ímpio verterá sobre ele.
21. Se o ímpio fez penitencia de todos os pecados que tem cometido, se observou todos os meus preceitos, se obra segundo a eqüidade e a justiça, ele viverá certamente e não morrerá. - 22. Eu não me lembrei mais de todas as iniqüidades que ele tenha cometido; viverá nas obras de justiça que houver praticado.
23. É que eu quero a morte do ímpio? disse o Senhor Deus, e não quero antes que se converta e desgarre do mau caminho que trilha? (Ezequiel, cap. XVIII.)
Dizei-lhes estas palavras: Eu juro por mim mesmo que não quero a morte do ímpio, mas que o ímpio se converta, que abandone o mau caminho e que viva. (Ezequiel, cap. XXXIII, v. 11.)
Não foi sem razão que o Apóstolo Paulo, o doutor dos gentios, disse que o maior e o mais terrível inimigo que teríamos de vencer, era a morte. Quando a pusermos sob o tacão das nossas botas, poderemos, então, entoar o grande hino da vitória: "Ó morte! onde está teu aguilhão? Ó morte! onde está tua vitória?"
Pois bem, esse mistério, indecifrável para as religiões; esse inimigo que os sacerdotes não ousaram enfrentar; essa esfinge que causa pavor aos crentes de todas as Igrejas, que se limitam a cantar para as suas vitimas o De profundis.
fonte:
TARCILLO Schmaedecke tarcillocke@hotmail.com
Vida sem Deus leiam com atenção
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