PELO QUE SOMOS
Estando Ele orando em particular, achavam-se presentes os discípulos, a quem perguntou: Quem diz a multidão que eu sou? - Lucas 9:18.
Senhor! Às vezes somos impelidos a saber o que os outros pensam de nós, e achamos que seríamos diferentes, se fosse o Cristo que assim pensasse.
O Mestre está na plenitude da pureza espiritual, enquanto nós outros ainda marchamos por entre as sombras.
Queremos, sim, saber o que os nossos semelhantes pensam que somos, porque em muitos casos nos ajudam a nos modificar para melhor. Os nossos semelhantes são juizes que enxergam as coisas que nos prejudicam. Se tivermos a devida humildade para não nos sentirmos ofendidos, ganharemos bastante com essa crítica, para nós construtiva, mesmo que seja exagerada, desprezando as sombras e aproveitando a realidade, agradecidos a Deus e a Cristo.
Jesus, Mestre Incomparável! Ajudai-nos a ter a humildade que tivestes, quando julgaram que éreis João Batista, Elias, ou um dos antigos profetas ressuscitado. Rebaixaram a Vossa grandiosa personalidade, comparando-vos a homens; porém, não Vos feristes com esse juízo dos humanos e perguntando a Pedro, ele, tomado pelo espírito da Luz, revelou a Vossa procedência divina, firmando, para a posteridade, o que éreis, sois e sereis para sempre: Filho de Deus, na mais alta pureza espiritual!
Pai de todas as coisas! Queremos Vos pedir pelo que somos e que nos ampareis, no sentido de que não pensemos em ser mais do que somos, porque isso nos acarreta perturbação maior. Permiti, Senhor, que estudemos a humildade em todos os seus fundamentos, esperando que ela se expresse em todas as nossas atitudes, sem outro móvel que não seja o Amor e a verdadeira fraternidade entre as criaturas!
Deus de Infinita Bondade! Nem todos gostam das nossas atitudes e alguns nos condenam por não sermos melhores. Queremos aprender Convosco a maneira pela qual devemos nos portar perante os que pensam assim de nós. Se devemos nos silenciar, que esse silêncio não traduza superioridade, que não leve aos outros vibração de humilhação, nem tampouco de falsa sabedoria. Queremos falar ou silenciar, mas com a Vossa presença, sob o calor do Cristo que enviastes ao mundo, para eternização do Amor em todos os corações.
Permiti que oremos pelo que somos e que possamos sentir a felicidade sem mescla, amando a verdade e difundindo a supremacia do amor da maneira como o entendemos: com sinceridade.
Pastor Supremo das nossas almas! Despertai em nós a realidade e o grande prazer de ser o que somos e sentir a felicidade de desempenhar todo e qualquer papel na vida, seja na Terra ou fora dela, desde o simples auxiliar de limpeza ao Dirigente Maior da massa de almas ou de homens.
Abençoai-nos, Pai Poderoso, para que nos apresentemos aos outros da maneira que somos, e nada mais.
(De Vamos orar , de João Nunes Maia, pelo Espírito Miramez)
Acalma as ânsias do teu coração.
O que ainda não alcançaste, está a caminho.
Não sofras de véspera, entregando-te a estados deprimentes, por ausências que certamente não fazem falta.
A carência pode proporcionar recurso de valorização das pessoas e coisas.
Quem desfruta de benefícios, com facilidade subestima o que possui.
Aprende a conviver com a escassez, a solidão, e saberás evitar a embriaguez dos sentidos, a volúpia da luxúria, a exacerbação da posse.
És o que tu realizas e não o que tens ou com quem te encontras.
Joanna de Angelis
S E N H O R
Se eu não puder ser o que eu desejo, que eu seja o que desejas de mim.
Se eu não puder ser a árvore que dá frutos, que eu seja o arbusto que dá sombra.
Se eu não puder ser o rio que inunda a terra, que eu seja a fonte que dá de beber.
Se eu não puder ser uma estrela no céu, que eu seja uma luz que anima as esperanças.
Seu eu não puder ser o teto que abriga a todos, que eu seja a porta que se abre a quem bate.
Seu eu não puder ser o mar que liga os continentes, que eu seja o porte que recebe a nave.
Se eu não puder ser o bosque que floresce, que eu seja o pássaro que nele canta.
Seu eu não puder ser a roseira carregada, que eu seja o perfume de uma flor.
Se eu não puder ser a melodia que enleva, que eu seja a inspiração de cada verso.
Seu eu não puder ser o vento que arrebata, que eu seja a brisa que acaricia.
Se eu não puder ser o livro que ensina, que eu seja a palavra que comove.
Se eu não puder ser a messe que promete, que eu seja o trigo que vai ser o pão.
Se eu não puder ser o fogo que incendeia, que eu seja o óleo que mantém a chama.
Se eu não puder ser o rico que tudo pode, que eu seja o pobre que não nega nada.
Se eu não puder ser a chuva que irriga o solo, que eu seja o orvalho que umedece a flor.
Se eu não puder ser o tapete no palácio dos reis, que eu seja o agasalho na casa dos pobres.
Se eu não puder ser o sorriso que encanta, que eu seja a impressão que ele deixa.
Se eu não puder ser a felicidade que todos buscam, que eu seja feliz em tudo para todos.
Se eu não puder ser toda a bondade do mundo, que eu seja bom como todo o mundo espera.
Se eu não puder ser a eternidade, que eu seja o tempo em que nos fala.
Se eu não puder ser o amor que tudo começa, que eu seja o amor que faz chegar ao fim!
Como Superar a Tristeza
Plinio Oliveira - Curitiba-PR
Numa palestra em Curitiba, perguntaram ao Dalai Lama:
__Porque as pessoas se frustram tanto?
__Porque têm expectativas ilusórias - respondeu ele.
Enquanto nossas ações não forem coerentes com nossa realidade transcendental, continuaremos sofrendo os duros golpes da decepção.
Quantas das nossas tristezas não nascem de expectativas ilusórias?
Quantas depressões não começam por pequenos caprichos ou contrariedades?
Quantos problemas familiares e profissionais poderiam se evitados se fôssemos menos preconceituosos, mais prudentes, menos egoístas e mais dispostos ao entendimento e ao amor?
A nossa ignorância do real sentido e significado da vida está na raiz de muitas frustrações, gerando sofrimentos e tristezas que poderiam ser evitados.
Freqüentamos escolas e aprendemos línguas, matemática, história, ciências, mas não aprendemos a viver, a reconhecer o que realmente importa para a nossa felicidade. Então as dores se apresentam como um sinal de alerta, um forte indício de que algo precisa ser modificado. Ficar simplesmente entristecido diante da dor, sem uma reflexão a respeito dos problemas que a originaram, nos deixará eternamente presos às ilusões do mundo.
O sofrimento faz parte da vida e visa a transformação de nossa ignorância em sabedoria de viver, para então deixarmos de sofrer.
A tristeza que lhe sucede tem a função de produzir uma parada de movimento, de nos levar a reavaliar o rumo, qual navio que aporta no estaleiro para reparos.
Neste sentido, os problemas se apresentam como desafios que nos fazem ir além dos limites humanos, nos levando a uma compreensão mais plena da vida, num convite ao exercício do perdão, do desprendimento, da renúncia e da paciência e nos tornando mais aptos a viver felizes.
Nossa libertação, portanto, depende de nosso aprendizado espiritual.
No momento de tristeza procure perguntar a sí mesmo o que a dor está querendo lhe ensinar.
E busque a serenidade através da oração, cultivando a esperança, mesmo quando as dificuldades parecerem intransponíveis.
Lembre-se um pouco dos menos afortunados que você e transforme, na companhia deles, as suas lágrimas sem suor, a sua angústia em amor.
A solidariedade é como o sol brilhando por entre as nuvens cinzentas, fazendo reflorescer a terra.
Finalmente, considere que ninguém está sozinho e que, por pior que seja sua dor, como tudo no mundo, ela também passará.
***
página extraída do livro: Transcender- UM OLHAR PARA ONDE OS NOSSOS OLHOS NÃO ALCANÇAM
Autor: Plinio Oliveira
A TAÇA DA DESILUSÃO
Irmão Saulo
As dificuldades e os dissabores que nos surgem pela frente não nascem por acaso. São como flechas que partem de um arco em direção de um alvo. Têm um sentido, que precisamos compreender, trazem-nos uma mensagem que precisamos decifrar. A taça de fel da desilusão não pode ser afastada, como não o foi nem mesmo a Jesus, pois o seu amargor é remédio de que carecemos para livrar-nos de males maiores.
Se os amigos e companheiros hoje nos traem, se voltam contra nós, esquecidos de quanto lhes servimos em tantas oportunidades, e não raro inexplicável e injustificável, do que seriam capazes amanhã ou depois? É melhor que nos ofereçam o quanto antes a taça da desilusão, o fel da decepção. A vida terrena é rápida, como ensina o item citado de O evangelho segundo o espiritismo, e na sua rapidez saldamos em pouco tempo velhas dívidas que levaríamos séculos a pagar na vida espiritual. Muita gente se queixa de que a tradição venha de parentes e amigos, dos próprios companheiros de trabalho. Mas de onde poderia vir, senão precisamente daqueles que marcham ao nosso lado?
Deus escreve direito por linhas tortas, diz o conhecido provérbio.
Nossas provas, nossas bênçãos escreve Emmanuel. Para o espírita, as ocorrências da vida, por mais nefastas que possam parecer, têm sempre um sentido oculto, que é a bênção oculta da mensagem de Emmanuel. É no espiritismo que a tese da Providência Divina se justifica e se comprova, mostrando-nos que a mão de Deus traça o roteiro da nossa evolução. O homem põe e Deus dispõe. O homem se engana, mas Deus o desengana. Seria absurdo protestarmos contra as medidas providênciais de Deus em nosso favor. É melhor romper-se um tumor do que alastrar-se a sua infecção por todo o organismo.
SE SOUBÉSSEMOS
"Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.. ." - Jesus.(LUCAS, 23 :34.)
Se o homicida conhecesse, de antemão, o tributo de dor que a vida lhe cobrará, no reajuste do seu destino, preferiria não ter braços para desferir qualquer golpe.
Se o caluniador pudesse eliminar a crosta de sombra que lhe enlouquece a visão, observando o, sofrimento que o espera no acerto de contas com a verdade, paralisaria as cordas vocais ou imobilizaria a pena, a fim de não se confiar à acusação descabida.
Se o desertor do bem conseguisse enxergar as perigosas ciladas com que as trevas lhe furtarão o contentamento de viver, deter-se-ia feliz, sob as algemas santificantes dos mais pesados deveres.
Se o ingrato percebesse o fel de amargura que lhe invadirá, mais tarde, o coração, não perpetraria o delito da indiferença.
Se o egoísta contemplasse a solidão infernal que o aguarda, nunca se apartaria da prática infatigável da fraternidade e da cooperação.
Se o glutão enxergasse os desequilíbrios para os quais encaminha o próprio corpo, apressando a marcha para a morte, renderia culto invariável à frugalidade e à harmonia.
Se soubéssemos quão terrível é o resultado de nosso desrespeito às Leis Divinas, jamais nos afastaríamos do caminho reto.
Perdoa, pois, a quem te fere e calunia.
Em verdade, quantos se rendem às sugestões perturbadoras do mal, não sabem o que fazem.
EMBORA IMPERFEITO - Joanna de Ângelis
Há quem, a pretexto de imperfeição, silencie o verbo edificante nos lábios, enjaulando a mensagem Consoladora.
Há quem, em nome da imperfeição, paralise os braços no ministério da saúde moral, encarcerando a ação salvadora.
Há quem, justificando a própria imperfeição, mobilize a preguiça, espalhando a inutilidade.
Há quem diga que, imperfeito, nada pode fazer pelo próximo, considerando estar arrojado nos mesmos sítios de infelicidade e afeição...
Unge-te, porém, de amor e levanta-te da iniqüidade para socorrer outros iníquos.
O amor é árvore que, para produzir, necessita ser plantada.
A doutrina Espírita ensina que ninguém renasce na Terra para o cultivo dos miasmas do pretérito nem preservação dos males dos tempos idos...
Reencarnação é bênção.
Bondade é luz.
Antes de mergulhar na carne, todos rogamos os títulos da dor e do sofrimento para compreendermos melhor as dores e os sofrimentos dos que seguem ao nosso lado.
Ninguém falará com precisão do que ignora, por falta de experiência pessoal.
É por essa razão que, muitas vezes, ensinarás resignação, embora avassalado pela inquietude;
falarás da enfermidade com a alma enferma;
consolarás, necessitado de consolação;
acenderás luz de entendimento, carecendo de compreensão;
pregarás justiça para os outros, esmagado pela impiedade alheia;
colocarás bálsamo em feridas, guardando úlceras não cicatrizadas no cerne do ser.
Enquanto alguns aguardam sublimação para se disporem ao auxílio, ajuda tu.
Todos carregamos agonias nos íntimos tecidos da alma. E o trabalho de auxílio aos outros é medicação colocada em nossa própria dor.
Enquanto ensinas a paz, e sentes a ausência dela em teu coração, ou preconizas luta contra as tentações, perseguido pelas tenazes do mal, aprimoras-te, exercitando o espírito no dever claro e digno que se transforma, lentamente, em escada de ascensão libertadora.
E, crucificado na imperfeição, avança intimorato, recordando o Mestre que, amargurado e esquecido por quase todos os amigos, aparentemente vencido, numa Cruz de vergonha e impiedade, alçou a alma dorida ao pai Misericordioso, pensando as feridas do coração humano de todos os tempos, e ainda pediu, amoroso:
- "Perdoai, meu Pai! Eles não sabem o que fazem."
Perdoa, também tu, e ama, ajudando sempre.
Psicografia de Divaldo P. Franco - Messe de Amor
FONTE: Carlos Eduardo Cennerelli
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