NOSSA HISTÓRIA

NOSSA HISTÓRIA

Grupo Espírita Mensageiros da Luz

CNPJ 13.117.936/0001-49

Fundada em 18 de junho de 1985 . Nossas atividades se iniciaram na sede do Clube Cultural dos Violeiros de Gravataí onde fomos recebidos com muito carinho e respeito. Ali desenvolvemos os trabalhos de estudo doutrinário e formação de grupos de trabalhos. Procedente do Grupo Espirita Nosso lar em Gravataí, onde participei por 4 anos como voluntário e palestrante, eu, Carlos Eduardo Muller, resolvi fundar nossa casa espírita no Parque dos Anjos . Foi uma tarefa executada com muita alegria e acompanhada de pessoas interessadas em desenvolver um grupo de estudos para que posteriormente a casa prestasse atendimento ao público. Nosso grupo contou inicialmente com a irmã Bernadete Antunes, irmã Kátia Pisoni, irmã Maria Guiomar, irmã Ieda R. Rosa, irmã Elisabete, irmão Miguel Cardoso, irmão Everton da Silva Cardoso, irmã Eni, e dirigindo as atividades eu, Carlos Eduardo Muller. Foram 13 anos de muito aprendizado neste local, e nenhuma dificuldade nos impediu de impulsionar cada vez mais a Doutrina Espírita, pois somente através de muito esforço conseguiríamos atingir nosso objetivo: Ter uma casa Espírita com irmãos preparados espiritualmente e conhecedores da doutrina ditada pelos espíritos a Allan Kardec. Só o fato de manter um grupo em plena atividade ja era uma vitória. Todos sabíamos das responsabilidades em conduzir um trabalho 100% filantrópico. Como em todas as casas espíritas, tambem a nossa sofria e sofre com a rotatividade de colaboradores, fato compreendido por todos nós espíritas. Foram muitos os colaborabores que passaram e contribuiram de alguma forma para o crescimento do grupo. Por opção, alguns foram em busca de outros grupos e outros não conseguiram acompanhar as atividades pelo tamanho da responsabilidade que nos é dada.

Neste período criamos o programa " UM DIA SÓ PRA MIM " normalmente promovido a cada ano. São encontros promovidos com intuito de reunir pessoas da comunidade e outros grupos espíritas durante um dia inteiro com palestras variadas e trocas de informações e sugestões pelos participantes. Neste dia todos se manifestam de alguma forma no sentido de fortalecer os laços que nos unem. O primeiro encontro foi realizado na casa da irmã Eni onde tivemos a participação de aproximadamente 60 pessoas da comunidade e outros grupos. A partir deste, passamos a executar o programa anualmente. Dentre os palestrantes que nos auxiliaram nestes encontros tivemos Nazareno Feitosa procedente de Brasília DF, que aproveitando nosso evento tambem promoveu palestras em casas espíritas de Porto Alegre . Tambem contamos com a participação do dr. José Carlos Pereira Jotz que nos brindou com esposições tendo como tema medicina e saúde .

Em 1998 surgiu a oportunidade de mudança de endereço. Foi só a partir deste ano que conseguimos então organizar melhor as atividades do grupo. Foi uma experiência valiosa. Promovemos a partir de então campanhas de arrecadação de roupas e alimentos para irmãos em dificuldades e quando possível fazíamos o Sopão Comunitário para famílias mais nescessitadas.

Mas foi somente em 31 de julho de 2007 que o Grupo Espírita Mensageiros da Luz foi definitivamente registrado , tendo então uma diretoria formada e um estatuto social . Nesta data em assembléia realizada com a participação de 30 pessoas foi dado posse após votação unânime a diretoria da Sociedade Espírita Mensageiros da Luz, tendo como Presidente a irmã Maira Kubaski de Arruda e como vice Carlos Eduardo Muller. Participaram desta Assembléia , votaram e foram considerados oficialmente Sócios Fundadores as seguintes pessoas: Alexandre Fabichak Junior, Iliani Fátima Weber Guerreiro, Maira Kubaski de Arruda, Alex Sander Albani da Silva, Alexsandra Siqueira da Rosa Silva, Xenia Espíndola de Freitas, Terezinha Richter, Valéria Correia Maciel, Richeri Souza, Carla Cristina de Souza, Miriam de Moura, Maria Guiomar Narciso, Neusa Marília Duarte, Elisabete Martins Fernandes, Leandro Siqueira, Paulo dos Santos, Carlos Eduardo Muller, Camila Guerreiro Bazotti , Sislaine Guerreiro de Jesus, Luiz Leandro Nascimento Demicol, Vera Lucia de Oliveira Nunes, Ieda Rocha da Rosa, Marlon Esteves Bartolomeu, Ricardo Antonio Vicente, Miguel Barbosa Cardoso, Everton da Silva Cardoso, Maria Celenita Duarte, Vera Regina da Silva, Rosangela Cristina Vicente, e Bernadete Antunes. Todos os atos foram devidamente registrados em cartório e constam no livro ata de fundação, sob o número 54822 do livro A-4 com endossamento jurídico do Dr. Carlos Frederico Basile da Silva, advogado inscrito na OAB/RS 39.851.

Durante os meses de maio e junho de 2011 nossa casa promoveu com apoio da Federação Espirita do Rio Grande do Sul e da Ume, um curso de desenvolvimento Mediúnico ministrado as quintas feiras das 19 as 21 horas. Tivemos em média 40 participantes por tema ministrado com a inclusão de mais 4 casas espíritas de Gravataí , alem dos trabalhadores da nossa casa, fortalecendo desta forma os laços de amizade, assim como , o aperfeiçoamento de dirigentes e o corpo mediúnico das Casas Espíritas.

Hoje, nossa Casa Espírita assume uma responsabilidade maior e conta com grupo de estudos, atendimentos de passes isolado e socorro espiritual, magnetismo, atendimento fraterno , evangelização infantil, palestras, Cirurgias Espirituais (sem incisões), prateleira comunitária (arrecadação de alimentos e roupas para famílias carentes),, bem como leva ao público em geral informações valiosas através do nosso blog:
www.carlosaconselhamento.blogspot.com

Departamentos

DIJ - Depto da Infância e Juventude
DAFA- Depto da Família
DEDO - Depto Doutrinário
DECOM- Depto de Comunicação Espírita
DAPSE - Depto de Assistência Social Espírita
DP -Departamento Patrimonial



QUEM SOU EU E O QUE APRENDÍ

QUEM SOU EU E O QUE APRENDI
Alguem que busca conquistar a confiança no ser humano para poder acreditar que o mundo pode ser melhor.Aprendi que, por pior que seja um problema ou uma situação, sempre existe uma saída.Aprendi que é bobagem fugir das dificuldades.Mais cedo ou mais tarde,será preciso tirar as pedras do caminho para conseguir avançar.Aprendi que, perdemos tempo nos preocupando com fatos que muitas vezes só existem na nossa mente.Aprendi que, é necessário um dia de chuva,para darmos valor ao Sol. Mas se ficarmos expostos muito tempo, o Sol queima. Aprendi que , heróis não são aqueles que realizaram obras notáveis. Mas os que fizeram o que foi necessário ,assumiram as consequências dos seus atos. Aprendi que, não vale a pena se tornar indiferente ao mundo e às pessoas.Vale menos a pena, ainda,fazer coisas para conquistar migalhas de atenção. Aprendi que, não importa em quantos pedaços meu coração já foi partido.O mundo nunca parou para que eu pudesse consertá-lo. Aprendi que, ao invés de ficar esperando alguém me trazer flores,é melhor plantar um jardim.Aprendi que, amar não significa transferir aos outros a responsabilidade de me fazer feliz.Cabe a mim a tarefa de apostar nos meus talentos e realizar os meus sonhos. Aprendi que, o que faz diferença não é o que tenho na vida, mas QUEM eu tenho.E que, boa família são os amigos que escolhi.Aprendi que, as pessoas mais queridas podem às vezes me ferir.E talvez não me amem tanto quanto eu gostaria,o que não significa que não me amem muito,talvez seja o Maximo que conseguem.Isso é o mais importante. Aprendi que, toda mudança inicia um ciclo de construção,se você não esquecer de deixar a porta aberta. Aprendi que o tempo é muito precioso e não volta atrás.Por isso, não vale a pena resgatar o passado. O que vale a pena é construir o futuro.O meu futuro ainda está por vir.Foi então que aprendi que devemos descruzar os braços e vencer o medo de partir em busca dos nossos sonhos.



Livros Grátis - Ebooks Grátis Para Download www.LivrosGratis.net

Doutrina Espírita

Doutrina Espírita

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Ouvindo elucidações


LIBERTAÇÃO

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

DITADO PELO ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ






No vasto salão do educandário que nos reunia, o Ministro Flácus, fixando em nós o olhar saturado de doce magnetismo, convidava-nos a preciosas me­ditações.



Congregamo-nos, ali, sômente algumas dezenas de companheiros, de modo a registrar-lhe as instru­ções edificantes. E, sem dúvida, a preleção reves­tia-se de profundo interesse.



Podíamos perguntar à vontade, dentro do as­sunto, e guardar todas as informações compatíveis com o novo trabalho que nos cumpria desempenhar.



Até então, ouvira comentários alusivos a colô­nias purgatoriais, perfeitamente organizadas para o trabalho expiatório a que se destinam, arreba­nhando milhares de criaturas arraigadas no mal; entretanto, agora, o Instrutor Gúbio, que se man­tinha silencioso, em nossa companhia, concedera-nos permissão de acompanhá-lo a enorme centro dessa espécie.



Interessados na palavra fluente e primorosa do orador, seguíamos o curso das elucidações com justificável expectação de aluno que não deseja perder um til do ensinamento, observando que a serenidade e a atenção transpareciam no rosto de todos os aprendizes, considerando-se que todos, no recinto, éramos candidatos ao serviço de socorro aos irmãos ignorantes, atormentados nas sombras...



Senhoreando-nos o espírito, o Ministro pros­seguia, satisfeito:



— Os superiores que se disponham a trabalhar m benefício dos inferiores, em ação persistente e substancial, não lhes podem utilizar as armas, sob pena de se precipitarem no baixo nível deles. A severidade pertencerá ao que instrui, mas o amor é o companheiro daquele que serve.



Sabemos que a educação, na maioria das vezes, parte da periferia para o centro; contudo, a reno­vação, traduzindo aperfeiçoamento real, movimen­ta-se em sentido inverso. Ambos os impulsos, to­davia, são alimentados e controlados pelos poderes quase desconhecidos da mente.



O espírito humano lida com a força mental, tanto quanto maneja a eletricidade, com a diferença, porém, de que se já aprende a gastar a segunda, no transformismo incessante da Terra, mal conhece a existência da primeira, que nos preside a todos os atos da vida.



A rigor, portanto, não temos círculos infer­nais, de acordo com os figurinos da antiga teologia, onde se mostram indefinidamente gênios satânicos de todas as épocas e, sim, esferas obscuras em que se agregam consciências embotadas na ignorância, cristalizadas no ócio reprovável ou confundidas no eclipse temporário da razão. Desesperadas e in­submissas, criam zonas de tormentos reparadores. Semelhantes criaturas, no entanto, não se rege­neram à força de palavras.



Necessitam de amparo eficiente que lhes modifique o tom vibratório, ele­vando-lhes o modo de sentir e pensar.



Eminentes pensadores do mundo traçam dire­trizes à salvação das almas; mas somos de parecer que possuímos suficiente número de roteiros nesse sentido, em todos os setores do conhecimento ter­restre. Reclamamos, na atualidade, quem ajude o pensamento do homem na direção do Alto. Em­preender o tentame, incentivando-se tão somente os valores culturais, seria consagrar a tecnocracia, que procura a simples mecanização da vida, destruin­do-lhe as sementes gloriosas de improvisação, de infinito e de eternidade.



Grandes políticos e veneráveis condutores nun­ca se ausentaram do mundo.



Passam pela multidão, sacudindo-a ou arregi­mentando-a. É forçoso reconhecer, porém, que a organização humana, por si só, não atende às exi­gências do ser imperecível.



Péricles, o estadista que legou seu nome a um século, realiza edificante trabalho educativo, junto dos gregos; entretanto, não lhes atenua a belico­sidade e os pruridos de hegemonia, sucumbindo ao assédio de aflitivo desgosto.



Alexandre, o conquistador, organiza vastíssi­mo império, estabelecendo uma civilização respeitável; no entanto, não impede que os seus generais prossigam em conflitos sanguinolentos, difundindo o saque e a morte.



Augusto, o Divino, unifica o Império Romano em sólidos alicerces, concretizando avançado pro­grama político em benefício de todos os povos, mas não consegue banir de Roma o desvario pela dominação a qualquer preço.



Constantino, o Grande, advogado dos cristãos indefesos, oferece novo padrão de vida ao Planeta; contudo, não modifica as disposições detestáveis de quantos guerreavam em nome de Deus.



Napoleão, o ditador, impõe novos métodos de progresso material, em toda a Terra; mas não se furta, ele próprio, às garras da tirania, pela sim­ples ganância da posse.



Pasteur, o cientista, defende a saúde do corpo humano, devotando-se, abnegado, ao combate silen­cioso contra a selva microbiana; todavia, não pode evitar que seus contemporâneos se destruam reci­procamente em disputas incompreensíveis e cruéis.



Permanecemos diante de um mundo civilizado na superfície, que reclama não só a presença daqueles que ensinam o bem, mas principalmente da­queles que o praticam.



Sobre os mananciais da cultura, nos vales da Terra, é imprescindível que desçam as torrentes da compaixão do Céu, através dos montes do amor e da renúncia.



Cristo não brilha apenas pelo ensino subli­mado. Resplandece na demonstração. Em compa­nhia d’Ele, é indispensável mantenhamos a coragem de amparar e salvar, descendo aos recessos do abismo.



Não longe de nossa paz relativa, em círculos escuros de desencanto e desesperação, misturam-se milhões de seres, conclamando comiseração... Por­que não acender piedosa luz, dentro da noite em que se mergulham, desorientados? porque não se­mear esperança entre corações que abdicaram da fé em si mesmos?



A frente, pois, de imensas coletividades em dolorosa petição de reajustamento, faz-se inadiável o auxílio restaurador.



Somos entidades ainda infinitamente humildes e imperfeitas para nos candidatarmos, de pronto, à condição dos anjos.



Comparada à grandeza, inabordável para nós, de milhões de sóis que obedecem a leis soberanas e divinas, em pleno Universo, a nossa Terra, com todas as esferas de substância ultrafísica que a circundam, pode ser considerada qual laranja mi­núscula, perante o Himalaia, e nós outros, confron­tados com a excelsitude dos Espíritos Superiores, que dominam na sabedoria e na santidade, não passamos, por enquanto, de bactérias, controladas pelo impulso da fome e pelo magnetismo do amor. Entretanto, guindados a singelas culminânciaS da inteligência, somos micróbios que sonham com o crescimento próprio para a eternidade.





Enquanto o homem, nosso irmão, desintegra assombrado as formações atômicas, nós outros, dis­tanciados do corpo denso, estudamos essa mesma energia através de aspectos que a ciência terrestre, por agora, mal conseguiria imaginar. Caminheiros, porém, que somos do progresso infinito, principia­mos apenas, ele e nós, a sondar a força mental, que nos condiciona as manifestações nos mais variados planos da natureza.





Encarcerados ainda na lei de retorno, temos efetuado multisseculares recapitulações, por milênios consecutivos.



Expressando-nos coletivamente, sabemos hoje que o espírito humano lida com a razão há, pre­cisamente, quarenta mil anos... Todavia, com o mesmo furioso ímpeto com que o homem de Nean­dertal aniquilava o companheiro, a golpes de sílex, o homem da atualidade, classificada de gloriosa era das grandes potências, extermina o próprio irmão a tiros de fuzil.



Os investigadores do raciocínio, ligeiramente tisnados de princípios religiosos, identificam tão somente, nessa anomalia sinistra, a renitência da imperfeição e da fragilidade da carne, como se a carne fôsse permanente índividuação diabólica, es­quecidos de que a matéria mais densa não é senão o conjunto das vidas inferiores incontáveis, em processo de aprimoramento, crescimento e liber­tação.



Nos campos da Crosta Planetária, queda-se a inteligência, qual se fora anestesiada por perigo-soa narcóticos da ilusão; no entanto, auxiliá-la-emos a sentir e reconhecer que o espírito permanece vi­brando em todos os ângulos da existência.



Cada espécie de seres, do cristal até o homem, e do homem até o anjo, abrange inumeráveis famí­lias de criaturas, operando em determinada fre­quência do Universo. E o amor divino alcança-nos a todos, à maneira do Sol que abraça os sábios e os vermes.



Todavia, quem avança demora-se em ligação com quem se localiza na esfera próxima.



O domínio vegetal vale-se do império mineral para sustentar-se e evoluir. Os animais aproveitam os vegetais na obra de aprimoramento. Os ho­mens se socorrem de uns e outros para crescerem mentalmente e prosseguir adiante...



Atritam os reinos da vida, conhecidos na Ter­ra, entre si.



Torturam-se e entredevoram-Se, através de ru­des experiências, a fim de que os valores espirituais se desenvolvam e resplandeçam, refletindo a divi­na luz...



Nesse ponto, o esclarecido Ministro fêz longa pausa, fitou-nos, bondoso, e continuou:



— Mas... além do principado humano, para lá das fronteiras sensoriais que guardam ciosamente a alma encarnada, amparando-a com limi­tada visão e benéfico esquecimento, começa vasto império espiritual, vizinho dos homens. Ai se agi­tam milhões de Espíritos imperfeitos que partilham, com as criaturas terrenas, as condições de habita­bilidade da Crosta do Mundo. Seres humanos, si­tuados noutra faixa vibratória, apóiam-se na mente encarnada, através de falanges incontáveis, tão se­miconscientes na responsabilidade e tão incompletas na virtude, quanto os próprios homens.



A matéria, congregando milhões de vidas em­brionárias, é também a condensação da energia, atendendo aos imperativos do “eu” que lhe presi­de à destinação.



Do hidrogênio às mais complexas unidades atômicas, é o poder do espírito eterno a alavanca diretora de prótons, nêutrons e eléctrons, na es­trada infinita da vida. Demora-se a inteligência corporificada no círculo humano em transitória região, adaptada às suas exigências de progresso e aperfeiçoamento, dentro da qual o protoplasma lhe faculta instrumentos de trabalho, crescimento e expansão. Entretanto, nesse mesmo espaço, alon­ga-se a matéria noutros estados, e, nesses outros estados, a mente desencarnada, em viagem para o conhecimento e para a virtude, radica-se na esfera física, buscando dominá-la e absorvê-la, estabele­cendo gigantesca luta de pensamento que ao homem comum não é dado calcular.



Frustrados em suas aspirações de vaidoso do­mínio no domicílio celestial, homens e mulheres de todos os climas e de todas as civilizações, depois da morte, esbarram nessa região em que se prolon­gam as atividades terrenas e elegem o instinto de soberania sobre a Terra por única felicidade digna do impulso de conquistar. Rebelados filhos da Providência, tentam desacreditar a grandeza divina, estimulando o poder autocrático da inteligência in­submissa e orgulhosa e buscam preservar os círcu­los terrestres para a dilatação indefinida do ódio e da revolta, da vaidade e da criminalidade, como se o Planeta, em sua expressão inferior, lhes fôsse paraíso único, ainda não integralmente submetido a seus caprichos, em vista da permanente discórdia reinante entre eles mesmos. É que, confinados ao berço escabroso da ignorância em que o medo e a maldade, com inquietudes e perseguições recíprocas, lhes consomem as forças e lhes inutilizam o tempo, não se apercebem da situação dolorosa em que se acham.



Fora do amor verdadeiro, toda união é tempo­rária e a guerra será sempre o estado natural daqueles que perseveram na posição de indisciplina.



Um reino espiritual, dividido e atormentado, cerca a experiência humana, em todas as direções, intentando dilatar o domínio permanente da tirania e da força.



Sabemos que o Sol opera por meio de radia­ções, nutrindo, maternalmente, a vida a milhões de quilômetros. Sem nos referirmos às condições da matéria em que nos movimentamos, lembremo-nos de que, em nosso sistema, as existências mais rudi­mentares, desde os cumes iluminados aos recônca­vos das trevas, estão sujeitas à sua influenciação.



Como acontece aos corpos gigantescos do Cos­mos, também nós outros, espiritualmente, cami­nhamos para o zênite evolutivo, experimentando as radiações uns dos outros. Nesse processo multifor­me de intercâmbio, atração, imantação e repulsão, aperfeiçoam-se mundos e almas, na comunidade universal.



Dentro de semelhante realidade, toda a nossa atividade terrestre se desdobra num campo de influências que nem mesmo nós, os aprendizes huma­nos em círculos mais altos, poderíamos, por en­quanto, determinar.



Incapacitados de prosseguir além do túmulo, a caminho do Céu que não souberam conquistar, os filhos do desespero organizam-se em vastas colônias de ódio e miséria moral, disputando, entre si, a do­minação da Terra. Conservam, igualmente, quanto ocorre a nós mesmos, largos e valiosos patrimônios intelectuais e, anjos decaídos da Ciência, buscam, acima de tudo, a perversão dos processos divinos que orientam a evolução planetária.



Mentes cristalizadas na rebeldia, tentam sola-par, em vão, a Sabedoria Eterna, criando quistos de vida inferior, na organização terrestre, entrin­cheiradas nas paixões escuras que lhes vergastam as consciências. Conhecem inumeráveis recursos de perturbar e ferir, obscurecer e aniquilar. Escravizam o serviço benéfico da reencarnação em grandes setores expiatórios e dispõem de agentes da dis­córdia contra todas as manifestações dos sublimes propósitos que o Senhor nos traçou às ações.



Os homens terrenos que, semi-libertos do cor­po, lhes conseguiram identificar, de algum modo, a existência, recuaram, tímidos e espavoridos, espa­lhando entre os contemporâneos as noções de um inferno punitivo e infindável, encravado em tene­brosas regiões além da morte.



A mente infantil da Terra, embalada pela ter­nura paternal da providência, através da teolo­gia comum, nunca pôde apreender, mais intensivamente, a realidade espiritual que nos governa os destinos.



Raros compreendem na morte simples modifi­cação de envoltório, e escasso número de pessoas, ainda mesmo em se tratando dos religiosos mais avançados, guardaram a prudência de viver, no vaso físico, de conformidade com os princípios su­periores que esposaram. Somos defrontados, agora, pela necessidade da proclamação de verdades ve­lhas para os velhos ouvidos e novas para os ouvidos novos da inteligência juvenil situada no mundo.



O homem, herdeiro presuntivo da Coroa Ce­leste, é o condutor do próprio homem, dentro de enormes extensões do caminho evolutivo. Entre aquele que já se acerca do anjo e o selvagem que ainda se limita com o irracional, existem milhares de posições, ocupadas pelo raciocínio e pelo sentimento dos mais variados matizes. E, se há uma corrente, brilhante e maravilhosa, de criaturas en­carnadas e desencarnadas que se dirigem para o monte da sublimação, desferindo glorioso cântico de trabalho, imortalidade, beleza e esperança, exal­tando a vida, outra corrente existe, escura e infeliz, nas mesmas condições, interessada em descer aos recôncavos das trevas, lançando perturbação, de­sânimo, desordem e sombra, consagrando a morte, Espíritos incompletos que somos ainda, aderimos aos movimentos que lhes dizem respeito e colhemos os benefícios da ascensão e da vitória ou os pre­juízos da descida e da derrota, controlados pelas inteligências mais vigorosas que a nossa e que seguem conosco, lado a lado, na zona progressiva ou deprimente, em que nos colocamos.



O inferno, por isto mesmo, é um problema de direção espiritual.



Satã é a inteligência perversa -



O mal é o desperdício do tempo ou o emprego da energia em sentido contrário aos propósitos do Senhor.



O sofrimento é reparação ou ensinamento re­novador.



As almas decaídas, contudo, quaisquer que se­jam, não constitue em uma raça espiritual sentenciada irremediàvelmente ao satanismo, integrando, tão sômente, a coletividade das criaturas humanas desencarnadas, em posição de absoluta insensatez. Misturam-se à multidão terrestre, exercem atuação singular sobre inúmeros lares e administrações e o interesse fundamental das mais poderoSaS inte­ligências, dentre elas, é a conservação do mundo ofuscado e distraído, à força da ignorância defen­dida e do egoísmo recalcado, adiando-Se o Reino de Deus, entre os homens, indefinidamente...



De milênios a milênios, a região em que res­piram padece extremas alteraçõeS, qual acontece ao campo provisoriamente ocupado pelos povos co­nhecidos. A matéria que lhes estrutura a residência sofre tremendas modificações e precioso trabalho seletivo se opera na transformação natural, dentro dos moldes do Infinito Bem. Entretanto, embora de fileiras compactas incessantemente substituidas, persistem por séculos sucessivos, acompanhando o curso das civilizações e seguindo-lhes os esplen­dores e experiências, aflições e derrotas.



Fazendo-Se nova pausa do Ministro, que me pareceu oportuna e intencional, um companheiro interferiu, indagando:



— Grande benfeitor, reconhecemos a veraci­dade de vossas afirmativas; todavia, porque não suprime o Senhor Compassivo e Sábio tão pavo­roso quadro?



O esclarecido mentor fixou um gesto de con­descendência e respondeu:



— Não será o mesmo que interrogar pela tar­dança de nossa própria adesão ao Reino Divino?



Sente-se o meu amigo suficientemente iluminado para negar o lado sombrio da própria individualidade? Libertou-se de todas as tentações que fluem dos escaninhos misteriosos da luta interna? Não admite que o orbe possua os seus círculos de luz e trevas, qual acontece a nós mesmos nos recessos do coração? E assim como duelamos em formidáveis conflitos por dentro, a vida planetária é compelida igualmente a combater nos recônditos ângulos de si mesma. Quanto à intervenção do Senhor, recor­demo-nos de que os estudos desta hora não se prendem aos aspectos da compaixão e, sim, aos problemas da justiça.



Nós outros e a humanidade militante na carne não representamos senão diminuta parcela da fa­mília universal, confinados à faixa vibratória que nos é peculiar.



Somos simplesmente alguns bilhões de seres perante a Eternidade. E estejamos convencidos de que se o diamante é lapidado pelo diamante, o mau só pode ser corrigido pelo mau. Funciona a justiça, através da injustiça aparente, até que o amor nasça e redima os que se condenaram a longas e dolorosas sentenças diante da Boa Lei.





Homens perversos, calculistas, delituosos e inconseqüentes são vigiados por gênios da mesma natureza, que se afinam com as tendências de que são portadores.



Realmente, nunca faltou proteção do Céu con­tra os tormentos que as almas endurecidas e ingratas semearam na Terra e os numes guardiães não se despreocupam dos tutelados; no entanto, se­ria ilógico e absurdo designar um anjo para custo­diar criminosos.



Os homens encarnados, de maneira geral, per­manecem cercados pelas escuras e degradantes irra­diações de entidades imperfeitas e indecisas, quanto eles próprios, criaturas que lhes são invisíveis ao olhar, mas que lhes partilham a residência.



Em razão disso, o Planeta, por enquanto, ainda não passa de vasto crivo de aprimoramento, ao qual somente os individuos excepcionalmente aper­feiçoados pelo próprio esforço conseguem escapar, na direção das esferas sublimes.



Considerando semelhante situação, o Mestre Divino exclamou perante o juiz, em Jerusalém:



“Por agora, o meu Reino não é daqui” e, pela mesma razão, Paulo de Tarso, depois de lutas an­gustiosas, escreve aos Efésios que “não temos de lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas e contra as hostes espirituais da maldade, nas próprias regiões celestes.”



Além, pois, do reino humano, o império imenso das inteligências desencarnadas participa de con­tínuo no julgamento da Humanidade.



E entendendo a nossa condição de trabalhado­res incompletos, detentores de velhas dificuldades e terríveis inibições, na ordem do aprimoramento iluminativo, cabe-nos preparar recursos de auxilio, reconhecendo que a obra redentora é trabalho edu­cativo por excelência.



O sacrifício do Mestre representou o fermento divino, levedando toda a massa. É por isto que Jesus, acima de tudo, é o Doador da Sublimação para a vida imperecível. Absteve-se de manejar as paixões da turba, visto reconhecer que a verda­deira obra salvacionista permanece radicada ao co­ração, e distanciou-se dos decretos políticos, não obstante reverenciá-los com inequívoco respeito à autoridade constituída, por não ignorar que o ser­viço do Reino Celeste não depende de compromissos exteriores, mas do individualismo afeiçoado à boa vontade e ao espírito de renúncia em benefício dos semelhantes.



Sem nosso esforço pessoal no bem, a obra regenerativa será adiada indefinidamente, compreendendo-se por precioso e indispensável nosso con­curso fraterno para que irmãos nossos, provisoriamente impermeáveis no mal, se convertam aos Designios Divinos, aprendendo a utilizar os poderes da luz potencial de que são detentores. Somente o amor sentido, crido e vivido por nós provocará a eclosão dos raios de amor em nossos semelhantes. Sem polarizar as energias da alma na direção divina, ajustando-lhes o magnetismo ao Centro do Universo, todo programa de redenção é um con­junto de palavras, pecando pela improbabilidade flagrante.



O Ministro sorriu para nós, expressivamente, e concluiu:



— Terei sido bastante claro?



Transbordava de todos os rostos o desejo de ouvi-lo por mais tempo; no entanto, Flácus, aureo­lado de luz, desceu da tribuna e pôs-se a conversar familiarmente conosco.



A preleção fora encerrada.



As considerações ouvidas despertavam em mim o máximo interesse. No entanto, era preciso aguar­dar nova oportunidade para mais amplos escla­recimentos.


fonte:Carlos Eduardo Cennerelli

Nenhum comentário:

Postar um comentário