NOSSA HISTÓRIA

NOSSA HISTÓRIA

Grupo Espírita Mensageiros da Luz

CNPJ 13.117.936/0001-49

Fundada em 18 de junho de 1985 . Nossas atividades se iniciaram na sede do Clube Cultural dos Violeiros de Gravataí onde fomos recebidos com muito carinho e respeito. Ali desenvolvemos os trabalhos de estudo doutrinário e formação de grupos de trabalhos. Procedente do Grupo Espirita Nosso lar em Gravataí, onde participei por 4 anos como voluntário e palestrante, eu, Carlos Eduardo Muller, resolvi fundar nossa casa espírita no Parque dos Anjos . Foi uma tarefa executada com muita alegria e acompanhada de pessoas interessadas em desenvolver um grupo de estudos para que posteriormente a casa prestasse atendimento ao público. Nosso grupo contou inicialmente com a irmã Bernadete Antunes, irmã Kátia Pisoni, irmã Maria Guiomar, irmã Ieda R. Rosa, irmã Elisabete, irmão Miguel Cardoso, irmão Everton da Silva Cardoso, irmã Eni, e dirigindo as atividades eu, Carlos Eduardo Muller. Foram 13 anos de muito aprendizado neste local, e nenhuma dificuldade nos impediu de impulsionar cada vez mais a Doutrina Espírita, pois somente através de muito esforço conseguiríamos atingir nosso objetivo: Ter uma casa Espírita com irmãos preparados espiritualmente e conhecedores da doutrina ditada pelos espíritos a Allan Kardec. Só o fato de manter um grupo em plena atividade ja era uma vitória. Todos sabíamos das responsabilidades em conduzir um trabalho 100% filantrópico. Como em todas as casas espíritas, tambem a nossa sofria e sofre com a rotatividade de colaboradores, fato compreendido por todos nós espíritas. Foram muitos os colaborabores que passaram e contribuiram de alguma forma para o crescimento do grupo. Por opção, alguns foram em busca de outros grupos e outros não conseguiram acompanhar as atividades pelo tamanho da responsabilidade que nos é dada.

Neste período criamos o programa " UM DIA SÓ PRA MIM " normalmente promovido a cada ano. São encontros promovidos com intuito de reunir pessoas da comunidade e outros grupos espíritas durante um dia inteiro com palestras variadas e trocas de informações e sugestões pelos participantes. Neste dia todos se manifestam de alguma forma no sentido de fortalecer os laços que nos unem. O primeiro encontro foi realizado na casa da irmã Eni onde tivemos a participação de aproximadamente 60 pessoas da comunidade e outros grupos. A partir deste, passamos a executar o programa anualmente. Dentre os palestrantes que nos auxiliaram nestes encontros tivemos Nazareno Feitosa procedente de Brasília DF, que aproveitando nosso evento tambem promoveu palestras em casas espíritas de Porto Alegre . Tambem contamos com a participação do dr. José Carlos Pereira Jotz que nos brindou com esposições tendo como tema medicina e saúde .

Em 1998 surgiu a oportunidade de mudança de endereço. Foi só a partir deste ano que conseguimos então organizar melhor as atividades do grupo. Foi uma experiência valiosa. Promovemos a partir de então campanhas de arrecadação de roupas e alimentos para irmãos em dificuldades e quando possível fazíamos o Sopão Comunitário para famílias mais nescessitadas.

Mas foi somente em 31 de julho de 2007 que o Grupo Espírita Mensageiros da Luz foi definitivamente registrado , tendo então uma diretoria formada e um estatuto social . Nesta data em assembléia realizada com a participação de 30 pessoas foi dado posse após votação unânime a diretoria da Sociedade Espírita Mensageiros da Luz, tendo como Presidente a irmã Maira Kubaski de Arruda e como vice Carlos Eduardo Muller. Participaram desta Assembléia , votaram e foram considerados oficialmente Sócios Fundadores as seguintes pessoas: Alexandre Fabichak Junior, Iliani Fátima Weber Guerreiro, Maira Kubaski de Arruda, Alex Sander Albani da Silva, Alexsandra Siqueira da Rosa Silva, Xenia Espíndola de Freitas, Terezinha Richter, Valéria Correia Maciel, Richeri Souza, Carla Cristina de Souza, Miriam de Moura, Maria Guiomar Narciso, Neusa Marília Duarte, Elisabete Martins Fernandes, Leandro Siqueira, Paulo dos Santos, Carlos Eduardo Muller, Camila Guerreiro Bazotti , Sislaine Guerreiro de Jesus, Luiz Leandro Nascimento Demicol, Vera Lucia de Oliveira Nunes, Ieda Rocha da Rosa, Marlon Esteves Bartolomeu, Ricardo Antonio Vicente, Miguel Barbosa Cardoso, Everton da Silva Cardoso, Maria Celenita Duarte, Vera Regina da Silva, Rosangela Cristina Vicente, e Bernadete Antunes. Todos os atos foram devidamente registrados em cartório e constam no livro ata de fundação, sob o número 54822 do livro A-4 com endossamento jurídico do Dr. Carlos Frederico Basile da Silva, advogado inscrito na OAB/RS 39.851.

Durante os meses de maio e junho de 2011 nossa casa promoveu com apoio da Federação Espirita do Rio Grande do Sul e da Ume, um curso de desenvolvimento Mediúnico ministrado as quintas feiras das 19 as 21 horas. Tivemos em média 40 participantes por tema ministrado com a inclusão de mais 4 casas espíritas de Gravataí , alem dos trabalhadores da nossa casa, fortalecendo desta forma os laços de amizade, assim como , o aperfeiçoamento de dirigentes e o corpo mediúnico das Casas Espíritas.

Hoje, nossa Casa Espírita assume uma responsabilidade maior e conta com grupo de estudos, atendimentos de passes isolado e socorro espiritual, magnetismo, atendimento fraterno , evangelização infantil, palestras, Cirurgias Espirituais (sem incisões), prateleira comunitária (arrecadação de alimentos e roupas para famílias carentes),, bem como leva ao público em geral informações valiosas através do nosso blog:
www.carlosaconselhamento.blogspot.com

Departamentos

DIJ - Depto da Infância e Juventude
DAFA- Depto da Família
DEDO - Depto Doutrinário
DECOM- Depto de Comunicação Espírita
DAPSE - Depto de Assistência Social Espírita
DP -Departamento Patrimonial



QUEM SOU EU E O QUE APRENDÍ

QUEM SOU EU E O QUE APRENDI
Alguem que busca conquistar a confiança no ser humano para poder acreditar que o mundo pode ser melhor.Aprendi que, por pior que seja um problema ou uma situação, sempre existe uma saída.Aprendi que é bobagem fugir das dificuldades.Mais cedo ou mais tarde,será preciso tirar as pedras do caminho para conseguir avançar.Aprendi que, perdemos tempo nos preocupando com fatos que muitas vezes só existem na nossa mente.Aprendi que, é necessário um dia de chuva,para darmos valor ao Sol. Mas se ficarmos expostos muito tempo, o Sol queima. Aprendi que , heróis não são aqueles que realizaram obras notáveis. Mas os que fizeram o que foi necessário ,assumiram as consequências dos seus atos. Aprendi que, não vale a pena se tornar indiferente ao mundo e às pessoas.Vale menos a pena, ainda,fazer coisas para conquistar migalhas de atenção. Aprendi que, não importa em quantos pedaços meu coração já foi partido.O mundo nunca parou para que eu pudesse consertá-lo. Aprendi que, ao invés de ficar esperando alguém me trazer flores,é melhor plantar um jardim.Aprendi que, amar não significa transferir aos outros a responsabilidade de me fazer feliz.Cabe a mim a tarefa de apostar nos meus talentos e realizar os meus sonhos. Aprendi que, o que faz diferença não é o que tenho na vida, mas QUEM eu tenho.E que, boa família são os amigos que escolhi.Aprendi que, as pessoas mais queridas podem às vezes me ferir.E talvez não me amem tanto quanto eu gostaria,o que não significa que não me amem muito,talvez seja o Maximo que conseguem.Isso é o mais importante. Aprendi que, toda mudança inicia um ciclo de construção,se você não esquecer de deixar a porta aberta. Aprendi que o tempo é muito precioso e não volta atrás.Por isso, não vale a pena resgatar o passado. O que vale a pena é construir o futuro.O meu futuro ainda está por vir.Foi então que aprendi que devemos descruzar os braços e vencer o medo de partir em busca dos nossos sonhos.



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Doutrina Espírita

Doutrina Espírita

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A MORTE DE PIO XI

Humberto de Campos

Cercado de todas as honras pontificais, Pio XI agoniza...

De seus lábios exaustos, nada mais se ouve, além de algumas palavras ininteligíveis.

Seu coração está mergulhado na rede dolorosa das perturbações orgânicas, mas seu espírito está lúcido, como o de uma sentinela, a quem não se permite dormir.

Alvorece o dia...

Preparam-se os sinos de Roma para anunciar as matinas à antiga cidade dos Césares e o velho pontífice tenta, ainda uma vez, articular uma palavra que expresse a sua vontade derradeira.

Todavia, não obstante todas as dignidades sacerdotais e apesar de todos os títulos nobiliárquicos de um soberano terrestre, Sua Santidade se despede da vida material, sob os mesmos imperativos dos regulamentos humanos da Natureza.

A morte não lhe reconhece a soberania e a asma cardíaca lhe devora as últimas possibilidades de prosseguir na tarefa terrena, chamando-o a novos testemunhos.

Pio XI desejaria fazer algumas recomendações in extremis, mas sente-se invadido por uma corrente de frio inexplicável, que lhe paralisa todos os centros de força.

Os religiosos que o assistem compreendem que é chegado o fim de sua resistência e o Cardeal Lauri aproxima-se do moribundo, ministrando-lhe a extrema-unção, segundo as tradições e hábitos da igreja.

O papa agonizante experimenta, então, todas as angústias do homem, no instante derradeiro...

Aos olhos de sua imaginação, desenham-se os quadros nevados e deliciosos da Lombardia, na sua infância descuidada e risonha, os velhos pais, amorosos e compassivos, o pároco humilde que o animou para os estudos primeiros e, depois, as proveitosas experiências nas ondas largas e bravias do oceano do mundo, junto aos esplendores de Milão e de sua catedral majestosa...

Ele que orara, fervorosamente, tantas vezes, sentia agora uma dificuldade infinita para elevar o pensamento ao Deus de misericórdia e de sabedoria, que ele supunha no ambiente faustoso de seus templos frios e suntuosos...

Uma lágrima pesada lhe rolou dos olhos, cansados das penosas preocupações do mundo, enquanto o raciocínio se lhe perdia em amargas conjeturas.

Não era ele o Vigário Geral do Filho de Deus sobre a Terra? Sua personalidade não ostentava o título de Príncipe do Clero? Num derradeiro olhar, fixou, ainda nas próprias mãos, o reluzente anel, chamado do Pescador...

Desejou falar, ainda uma vez, aos companheiros, mergulhados em preces fervorosas, das meditações angustiadas da morte, mas percebeu que as suas cordas vocais estavam hirtas...

Foi quando, então, Pio XI começou a divisar, em derredor do seu leito de agonia, um compacto exército de sombras.

Algumas lhe sorriam com solicitude, enquanto outras o contemplavam com indefinível melancolia.

Ao seu lado, percebeu duas figuras veneráveis que o auscultavam, como se fossem médicos desconhecidos, vindos em socorro dos senhores Rochi e Bonanome, seus assistentes naquele dia.

Esses médicos do Invisível como que o submetiam a uma operação difícil e delicada...

Aos poucos, o velho pontífice romano sentiu que os olhos materiais se lhe apagavam amortecidos, mas, dentro de sua visão espiritual, continuava a perceber a presença de pessoas estranhas e que o rodeavam, dentre as quais se destacara um vulto simpático, que lhe estendia os braços, solícito e compassivo.

Pio XI não teve dificuldades em identificar a figura respeitável que o acolhia com benevolência e carinho.

--“Leão XIII!...“ --murmurou ele, no silêncio íntimo de seu coração, recordando os instantes gloriosos de seu passado eclesiástico.

Mas, a nobre entidade que se aproximava, abraçando-o, exclamou compassivamente:

--"Aquiles, cessam agora todos os preconceitos religiosos que formavam a indumentária precisa ao cumprimento de tua grande missão no seio da igreja!...

Chama-me Joaquim Pecci, porque, como hoje te recordas de Désio e da infância longínqua, desejoso de recomeçar a vida terrestre, que terminas neste instante, também eu me lembrei, no momento supremo, de minha risonha meninice em Carpineto, ansioso de regressar ao passado para encetar uma nova vida, porque a verdade é que todos nós, em assumindo os sublimes compromissos com a lição do Senhor, prometemos realizar uma tarefa para a qual nos sentimos frágeis e desalentados, em nossas imperfeições individuais..."

E como Aquiles Rátti revelasse estupefação, diante do fenômeno, continuou a entidade amiga:

--"Levanta-te! Para o bom trabalhador há poucas possibilidades de repouso!..." Nesse instante, como se fosse tocado por um poder maravilhoso, Pio XI notou que o seu corpo estava rígido, ao seu lado.

Numerosos companheiros se aproximavam comovidos de seus despojos, inclusive o Cardeal camerlengo, que se tomava de profunda emotividade em frente da nova tarefa.

Procedia-se aos primeiros rituais, a que se obedece, em tais circunstâncias, no Vaticano, quando a voz de Leão XIII se fez ouvir de novo: --

"Meu irmão -- disse ele, austeramente -- todos nós somos obrigados a comparecer ante o tribunal que nos julga por todos os atos levados a efeito na direção da igreja a que chamamos, impropriamente, barca de S. Pedro...



Antes, porém, que sejas conduzido, pela legião dos seres espirituais que te esperam, ao tribunal dessas sentenças supremas, visitemos a nossa Jerusalém de pompa e de pecado, para nos certificarmos de suas ruínas próximas, ante a vitória do Evangelho redentor!...”


Nesse momento, o Cardeal Pacelli retirava do cadáver o anel simbólico, enquanto as duas entidades, abraçadas uma à outra, se dirigiam à Capela Sistina e daí à famosa basílica de São Pedro, para as tradicionais e antigas orações.


Penetrando ambos sob as colunas grandiosas que suportam a larga varanda, dizia o autor da encíclica Rerum Novarum para o seu vacilante companheiro:

--"Outrora, neste local, erguiam-se o Templo de Apolo, o Templo da Boa Deusa, o Palácio de Nero e outras expressões de loucura e de crueldade que condenamos, até hoje, nas doutrinas do paganismo.

Os tesouros de Constantino e de Helena modificaram a fisionomia do santuário aqui erguido, quando o sangue e as lágrimas dos mártires semeavam as flores de Jesus-Cristo sobre a face escura da Terra!...

Em lugar da humildade cristã, levantaram-se no Vaticano as magnificências de ouro e de pedrarias...

” Atravessados os frontispícios suntuosos, as duas entidades ingressaram num ambiente parecido com os da história das "mil e uma noites", recamado de luxo fulgurante e indescritível.

Por ali, há o sinal dos artistas de todos os séculos.

Monumentos da pintura e da escultura de todos os tempos assombram os forasteiros espirituais que acompanham a cena grandiosa e melancólica.

As imagens, os altares, as colunatas, os anjos de pedra, os nichos suntuosos se multiplicam em deslumbramento maravilhoso.

Chegadas ao pé da magnífica estátua de São Pedro, talhada no antigo bronze da imagem de Júpiter Capitolino, que toda Roma venerava em épocas remotas, estátua essa idealizada sob as ordens de Leão Magno, quando das vitórias romanas sobre o gênio estratégico e belicoso de Átila, as duas entidades se detiveram, pensativas.

Obedecendo aos seus antigos hábitos, Pio XI ajoelhou-se e, ocultando o rosto entre as mãos, orava fervorosamente, quando uma voz sublimada e profunda lhe atinge em cheio a consciência, como se proviesse das ilimitadas profundezas do céu, chegando aos seus ouvidos por processo misterioso:

--"Meu filho --exclamava a voz espiritual, na sua grandeza terrível e melancólica --como pudeste perseverar no mesmo caminho dos teus orgulhosos antecessores?...

Diante dessa estátua soberba, talhada no bronze de Júpiter Capitolino, toda a igreja romana supõe homenagear a minha memória, quando nada mais fui que simples pescador, seduzido pela grandeza celeste das sublimes lições do Senhor, no cenáculos Cristãos aproveitaram muitos dos templos, com as alfaias pagãs, para transformá-los em igrejas suntuosas.

Constantino foi o César Romano que adotou, oficializando-a a religião cristã.

Sua mãe, Helena, mais tarde canonizada pela Igreja, dispondo de grandes riquezas, muito ajudou a expansão e progresso do Cristianismo.

Visitando Jerusalém (em 325), fez construir a chamada igreja do Santo Sepulcro.

A ela, Helena, se atribui o encontro da verdadeira cruz na qual foi Jesus crucificado.

Onde se ergue hoje a grande basílica de S. Pedro, em Roma, construída por aquiescência de Constantino, e enriquecida com muitos dos ricos despojos tomados dos infiéis, existia então um humílimo oratório subterrâneo.

Segundo a tradição, ali estava depositado o corpo de S. Pedro, que, em sítio próximo, sofrera o martírio pela fé.

Todo o local, atualmente Vaticano, era pouco habitado, por insalubre, atribuindo-se febres ao ar úmido lá respirado.

Por isso, embora vizinho do Circo e dos jardins de Nero, era quase deserto, permitindo que os cristãos ali se reunissem e ali guardassem os restos dos seus irmãos sacrificados nas perseguições ordenadas pelos sanguinários imperadores romanos.

Capitólio ou Monte Capitolino, que tinha então dois cumes, era uma das sete colinas de Roma, onde se viam vários templos, o Ateneu dos poetas, o Tabulário (onde se guardavam as leis) e obras de arte, inclusive o Arco de Cipião, o africano, e estátua equestre de Marco Aurélio, em um; no outro cume, a famosa cidadela, que Tácito declarava inexpugnável.

Quase tudo desapareceu.

Aí se erguia, em honra de Júpiter --o maior dos deuses --o considerado primeiro templo Romano.

Em seu lugar, foi mais tarde construída a Igreja chamada -- Ara Coeli, sob a invocação da Virgem Maria.

O que resta do Capitólio, em nossos dias, não dá idéia sequer do que foi, bastando salientar que o mesmo se acha constituído pela praça central, então denominada -- Entre-os-Montes, à qual se chega por uma escada magnífica, cujo desenho se deve a Miguel Ângelo, e onde figuram algumas das velhas e primorosas estátuas e colunas salvas das ruínas.

Elo de luz do Tiberíades!...

Convocado pelo Mestre Divino a edificar a minha fé, em favor do seu grande rebanho de ovelhas tresmalhadas do aprisco, não tive a força necessária para seguir-lhe o divino heroísmo, no instante supremo, chegando a negá-lo em minha indigência espiritual!...

Ainda assim, não obstante a minha fraqueza, foi a mim que a igreja escolheu para a homenagem dessas basílicas luxuosas, que, como esta imagem fulgurante, representam a continuidade das velhas crenças errôneas do império da impiedade, eliminadas pela suave luz das verdades consoladoras do Cristianismo!...

Somente agora, verificas a ilusão do teu anel do Pescador e da tua tiara de São Pedro!...

Eu não conheci outras jóias, nem outras riquezas, além daquelas que se constituíam de minhas mãos calejadas no esforço de cada dia!...

"Filho meu, amargurado está ainda o coração do nosso Salvador, em virtude do caminho escabroso adotado pela quase generalidade dos sacerdotes nas igrejas degeneradas, que militam na oficina terrestre!...

Todos os que se sentaram, como tu, nesses tronos de impiedade, prometeram ao céu a reforma integral dos velhos institutos romanos, em favor da essência do Evangelho, no pensamento universal; mas, como tu, os teus predecessores esbarraram, igualmente, no rochedo do orgulho, da vaidade e da impenitência, comprometendo o grande barco da fé em Jesus-Cristo, entre as marés bravias das iniqüidades humanas!...

"Falaste da paz: mas, realizaste pouco, ante o dragão político que te espreitava na sombra, naufragando nos conceitos novos que vestem as crueldades das guerras de conquista!...

"Reformaste o Vaticano, estabelecendo alianças políticas ou adotando as facilidades do progresso científico que enriquece a civilização desesperada do século XX; mas, esqueceste de levar aos teus míseros tutelados as fórmulas reais da verdade e do bem, da paz e da esperança, no amor e na humildade, que perfumam os ensinamentos do Redentor!...

"Grande sacerdote do mundo pelas tuas qualidades de cultura e pela generosidade de tuas intenções, serás agora julgado pelo tribunal que aprecia quantos se arvoram, na Terra, em discípulos do Senhor!...

Do mundo das convenções já recebeste todo o julgamento, com as homenagens políticas dos povos; agora, entrarás na luz do Reino de Deus, para aprenderes de novo a grande lição dos "muitos chamados e poucos escolhidos!...”

Pio XI sentiu que o seu coração se despedaçava, em soluços atrozes.

Olhou em derredor de si e não lobrigou mais ninguém, a seu lado.

Todos os sorrisos compassivos dos companheiros da morte haviam desaparecido, sob o influxo de uma força misteriosa.

Quis contemplar a cúpula magnífica de seu templo soberbo, mas sentiu-se cercado de pesadas sombras, em cujo seio um firo cortante lhe enregelava o coração.

Foi assim que, penetrando a grande noite do túmulo, o grande sacerdote terrestre perdeu a noção de si mesmo, para despertar, em seguida, em frente ao tribunal da justiça divina, onde pontificam os mais íntegros de todos os juízes, dentro das leis misericordiosas do amor, da piedade e da redenção.

(Recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em 13 de fevereiro de 1939).
Do livro "Novas Mensagens", de Humberto de Campos, psicografado por Francisco Cândido Xavier,


mensagem de um sacerdote


C. T.

Em nossa reunião da noite de 18 de novembro de 1954, os recursos psicofônicos do médium foram ocupados pelo nosso Irmão C. T., que fora, algum tempo antes, assistido em nossa agremiação.

Nosso amigo C. T., que não podemos designar senão pelas iniciais, por motivos facilmente compreensíveis, trouxe-nos Interessante relato de suas próprias experiências, do qual salientamos o trecho em que se reporta à emoção de que se viu possuido, quando, ao fitar, compungido, um velho crucifixo, escutou a voz de um Amigo Espiritual, acordando-lhe a consciência para a verdadeira compreensão de Jesus; consideramos de Indizível beleza semelhante tópico da presente mensagem por referir-se ao Cristo Vivo, fora dos santuários de pedra, servindo incessantemente em favor do mundo.

Irmãos.

A experiência dos mais velhos é auxílio para os mais jovens.

Quem atravessou o vale da morte pode ajudar aos que ainda transitam nos trilhos obscuros da existência carnal...

A gratidão, por isso, impele-me a trazer-vos algo de mim.

Quando de meu primeiro contacto convosco, saí vencido, não convencido...

Acreditei fôsseis magnetizadores socorrendo um enferino difícil.

E eu despertava de um pesadelo horrível... Acordava, identificando a mim próprio e, reconhecendo-me o sacerdote categorizado que eu era, ressurgia, revoltado e impenitente.

Debalde benfeitores espirituais estenderam-me os braços.

Em vão, consoladoras vozes se me fizeram ouvir. As ordenações e convencionalismos da Terra jaziam petrificados em minha cabeça-dura.

Fizera da autoridade a minha expressão de força. Usara a mitra com o orgulho do padre invigilante que se eleva nas funções hierárquicas, com o propósito de dominar o pensamento dos próprios irmãos.

E por mais que a piedade me dirigisse cativanteS exortações, recalcitrei, desesperado...

Não supunha fosse a morte aquele fenômeno de reavivamento.

Minhas impressões do corpo físico mostravam-se intactas e minhas faculdades, intangíveis...

Reclamei meus títulos e exigi minha casa e, naturalmente, para se não delongarem através de conversação inútil, companheiros espirituais tomaram-me as mãos.

Num átimo, vi-me à porta selada de meu domicílio, mas, agora, sem ninguém...

Decerto, meus caridosos condutores entregavam-me à própria consciência.

Aflito, gritei por meus servidores, contudo, minhas vozes morreram sem eco.

A noite avançara...

Desrespeitosa algazarra alcançou-me os ouvidos.

Desafetos gratuitos pronunciavam sarcasticamente o meu nome, em meio da sombra espessa:

— «Abram a porta ao senhor bispo ! »

— «Assistência para o dono da casa!..

— «Atendam ao visitante ilustre...»

— «Lugar para Sua Eminência!..

Isso tudo de permeio com irreverentes gargalhadas.

Receando o ridículo, busquei a igreja que me era familiar.

Sacerdotes amigos vigiavam em oração. Contudo, por mais que apelasse para a minha condição de chefe, ninguém me assinalou as súplicas aflitivas.

Ajoelhei-me diante das imagens a que rendia culto, no entanto, jamais como naquela hora havia reparado com tanta segurança a frieza dos ídolos que representavam objetos sagrados de minha fé.

Desejava fazer-me sentido, ouvido, tocado...

Então, como se um ímã me provocasse, retrocedi apressadamente...

Em passos ligeiros, desci à pequena câmara escura.

Fora atraído por meus próprios restos.

Ali descansava, na escuridão silenciosa, o corpo que me servira.

O bafio repelente do túmulo obrigava-me a recuar... Algo, porém, me constrangia a compulsória aproximação.

Toquei as vestes rotas e senti que minhalma se justapunha aos ossos desnudados...

Queria reassumir a posição vertical entre os homens.

Mas apenas vermes e mais vermes eram, ali, a única nota de vida.

Dominado de terrível pavor, tornei ao altar para as orações mais íntimas... Orações que brotassem de mim, diferentes daquelas que decorara para iludir o tempo.

Procurei um velho crucifixo.

Ali, estava a cruz do Senhor.

Não era um ídolo, era um símbolo.

Via-me sozinho, desanimado, e orei, compungidamente.

Rememorei os ensinamentos do Mestre Divino, que recolhia as almas desarvoradas e enfermas para restituir-lhes o alento...


E uma voz à retaguarda, cuja inflexão de energia e brandura não conseguiria traduzir, exclamou para meu espírito fatigado:


— Amigo, tua casa na Terra cerrou-se com teus olhos!...

Teus poderes eclesiásticos estão agora reduzidos a um punhado de cinzas...

E de todas as atividades sacerdotais que exerceste, permanece tão-só esta de agora — a de tua própria fé ressuscitada na humildade do coração!

Cristo não permanece crucificado nos altares de pedra, disputando a reverência daqueles que supôem prestigiar-lhe a memória, a preço de incenso e ouro...

Jesus está lá fora! Com as mães que se sentem desamparadas, com os discípulos que sustentam em si mesmos duro combate!...

O Senhor caminha ao longo da velha senda que o homem palmilha, há milênios, procurando aqueles que anelam amealhar fraternidade e luz, serviço e renovação...

Avança ao encontro das almas fiéis que repartem o tempo entre a lição que educa e o trabalho que santifica...

Busca as crianças sem ninho, asilando-as nos braços daqueles que lhe recordam a amorosa exortação...
Respira nas fábricas, onde o suor dos humildes pede socorro...

Ora nos círculos atormentados da luta redentora, onde corações restaurados no Evangelho intentam a construção de nova estrada para o futuro...

Cristo vive lá fora, reconfortando os caluniados e enxugando as lágrimas de quantos se sentem morrer na solidão dos vencidos...

O Senhor, ainda e sempre, é o Celeste Peregrino do mundo...

Nas noites frias, é o agasalho dos que não receberam a graça do lar...

Junto ao fogão sem lume, é o calor que regenera as energias dos que não puderam adquirir uma côdea de pão....

Enfermeiros nos hospitais, conchega de encontro ao peito os doentes em abandono...

Amigo infatigável dos cegos e dos leprosos, dos cansados e dos tristes, instila-lhes, generoso, a bênção da esperança...

O Mestre jamais envergou a túnica da ociosidade que lhe quadraria ao coração como um sudário de morte...

Vamos! Vamos em busca do Senhor Ressuscitado!

Procuremos o Cristo, além da cruz, tomando a cruz que nos é própria, a fim de encontrá-lo na grande ressurreição!...

Aflito, mas devolvido a mim mesmo, senti frio...

Minha igreja estava gelada, mas, ao calor da prece, roguei ao Céu permissão para esposar novo roteiro, sob a luz viva do Evangelho restaurado, na religião do esforço humanitário e social, com o templo guardando a fé por base e a caridade por teto...

E abraçando convosco a senda renovada, tento agora avançar para o futuro sublime ....

Que o Senhor nos ampare.

Do livro “Instruções Psicofônicas”. Espíritos Diversos. Psicografia de Francisco C. Xavier.


Obs. Nossa realidade no plano espiritual, quer acreditem ou não, está desvinculada de todos os títulos e diplomas que ostentemos nas paredes de nossas casas e escritórios, dos valores amoedados que tenhamos nos bancos e das posses êfemeras, das luzes do conhecimento e da inteligência que adquirimos, do poder dos cargos e posições que conquistamos na sociedade terrena; das amizades dos influentes, da beleza que passa...



Nossa real condição no retorno à patria espirtual estará condicionada a pequenas ações que tenhamos realizado na vida física tais como;

- Quantos corações consolamos;

- Quantas dores do próximo ajudamos a diminuir;

- Ao número de vezes que silenciamos quando agredidos e acusados indevidamente;

- A solidariedade aos infelizes da vida; aos esfameados, aos abandonados e solitários;

- Aos que jazem aos catres de hospitais e penitenciárias;

- Pela ações voluntárias, desprendidas àqueles que têm menos, etc..


À proposito, é de bom alvitre recordarmos uma brilhante passagem de Bezerra de Menezes. o apóstolo do espiritismo no Brasil em:


A Felicidade de Bezerra de Menezes
Bezerra de Menezes

Um dia, perguntei ao Dr. Bezerra de Menezes, qual foi a sua maior felicidade quando chegou ao plano espiritual. Ele respondeu-me:- A minha maior felicidade, meu filho, foi quando Celina, a mensageira de Maria Santíssima, se aproximou do leito em que eu ainda estava dormindo, e, tocando-me, falou, suavemente:- Bezerra, acorde, Bezerra!Abri os olhos e vi-a, bela e radiosa.- Minha filha, é você, Celina?!- Sim, sou eu, meu amigo. A Mãe de Jesus pediu-me que lhe dissesse que você já se encontra na Vida Maior, havendo atravessado a porta da imortalidade. Agora, Bezerra, desperte feliz.Chegaram os meus familiares, os companheiros queridos das hostes espíritas que me vinham saudar. Mas, eu ouvia um murmúrio, que me parecia vir de fora. Então, Celina, me disse:- Venha ver, Bezerra.Ajudando-me a erguer-me do leito, amparou-me até uma sacada, e eu vi, meu filho, uma multidão que me acenava, com ternura e lágrimas nos olhos.- Quem são, Celina? - perguntei-lhe - não conheço a ninguém. Quem são?- São aqueles a quem você consolou, sem nunca perguntar-lhes o nome. São aqueles Espíritos atormentados, que chegaram às sessões mediúnicas e a sua palavra caiu sobre eles como um bálsamo numa ferida em chaga viva; são os esquecidos da terra, os destroçados do mundo, a quem você estimulou e guiou. São eles, que o vêm saudar no pórtico da eternidade...E o Dr. Bezerra concluiu:- A felicidade sem lindes existe, meu filho, como decorrência do bem que fazemos, das lágrimas que enxugamos, das palavras que semeamos no caminho, para atapetar a senda que um dia percorreremos.
Do livro "O Semeador de Estrelas"
De: Suely Caldas Schubert

fonte: Carlos Eduardo Cennerelli

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