João: 18-26.
Um sem número deles transitam, ainda, pelas faixas do instinto, adquirindo melhores experiências para o sentimento.
Trazem na face os profundos sulcos da miséria em que rebolcam, assinalados pelo desinteresse de progredir, e, assoberbados pelas prementes necessidades da sensação, brutalizados, se demoram...
Expressiva quantidade expunge os equívocos em que se comprazem, padecendo as necessárias limitações de que precisam para avançar e crescer.
Outros tantos recebem as consequências da imprudência da atualidade mesma, passando a sofrer as constrições a que fazem jus por indisciplina e leviandade.
Todos, porém, estão ansiosos por adquirir paz e sequiosos de encontrar socorro.
Passam e assinalam a senda com as pegadas da tristeza ou do desespero, como se constituíssem infinita legião de desventurados.
Raros, somente, conseguem alcançar os valores da resignação e da fé, de modo a sustentarem as forças debilitadas, nos sublimes requisitos da coragem em forma de humildade e resistência na luta.
A larga maioria, sem os tesouros do amor que lhes falta, deixa-se arrastar às trilhas do desconforto moral ou cai nos abismos da revolta em que se aniquilam, demandando o túmulo em lamentável estado espiritual...
Não constituem, apenas, sofredores, os que estão nas fileiras dos colhidos pela miséria econômica. Também os que experimentam enfermidades de vária ordem, os que suportam aflições morais, os que aspiram a ideais nobilitantes e deparam empecilhos, os que amam e não encontram resposta afetiva...
Sem dúvida mais sobrecarregados de agonias, e, todavia, convidados a avançar, desdobrar recursos de progresso onde estejam e para onde sigam...
De alguma forma estás incurso no programa dos sofredores da Terra.
Ninguém se encontra em clima de exceção.
Espírito algum vive em caráter especial.
Sendo a Terra o "planeta das provas e expiações", os que nos vinculamos às suas matrizes, constituindo a sua humanidade, estamos sob o crivo de mil necessidades que nos impelem a seguir, buscando libertação.
O sofrimento, pela nossa própria responsabilidade, faz-se o aguilhão que desperta o espírito e o impele a marcha.
Enquanto o amor discretamente convida e inspira, a dor realiza esse mister imediato, em chamado urgente para a realidade espiritual.
Por isso, os sofredores se encontram em regime de felicidade, enquanto os que fomentam o sofrimento, comandam as condições que geram a dor e se constituem fatores de aflição, transformam-se, verdadeiramente, em desventurados.
Faze, porém, a tua parte, a melhor que te está destinada.
Disse Jesus: "O meu reino não é deste mundo." No entanto, aqui se encontram os recursos valiosos e inapreciáveis para a vida futura, na qual, libertado das constrições afligentes, a felicidade será a plenitude do teu espírito, passando o sofrimento a ser lembrança ditosa, graças ao qual conseguirás a vitória real.
obra: Celeiro de Bênçãos
Nenhum comentário:
Postar um comentário