NOSSA HISTÓRIA

NOSSA HISTÓRIA

Grupo Espírita Mensageiros da Luz

CNPJ 13.117.936/0001-49

Fundada em 18 de junho de 1985 . Nossas atividades se iniciaram na sede do Clube Cultural dos Violeiros de Gravataí onde fomos recebidos com muito carinho e respeito. Ali desenvolvemos os trabalhos de estudo doutrinário e formação de grupos de trabalhos. Procedente do Grupo Espirita Nosso lar em Gravataí, onde participei por 4 anos como voluntário e palestrante, eu, Carlos Eduardo Muller, resolvi fundar nossa casa espírita no Parque dos Anjos . Foi uma tarefa executada com muita alegria e acompanhada de pessoas interessadas em desenvolver um grupo de estudos para que posteriormente a casa prestasse atendimento ao público. Nosso grupo contou inicialmente com a irmã Bernadete Antunes, irmã Kátia Pisoni, irmã Maria Guiomar, irmã Ieda R. Rosa, irmã Elisabete, irmão Miguel Cardoso, irmão Everton da Silva Cardoso, irmã Eni, e dirigindo as atividades eu, Carlos Eduardo Muller. Foram 13 anos de muito aprendizado neste local, e nenhuma dificuldade nos impediu de impulsionar cada vez mais a Doutrina Espírita, pois somente através de muito esforço conseguiríamos atingir nosso objetivo: Ter uma casa Espírita com irmãos preparados espiritualmente e conhecedores da doutrina ditada pelos espíritos a Allan Kardec. Só o fato de manter um grupo em plena atividade ja era uma vitória. Todos sabíamos das responsabilidades em conduzir um trabalho 100% filantrópico. Como em todas as casas espíritas, tambem a nossa sofria e sofre com a rotatividade de colaboradores, fato compreendido por todos nós espíritas. Foram muitos os colaborabores que passaram e contribuiram de alguma forma para o crescimento do grupo. Por opção, alguns foram em busca de outros grupos e outros não conseguiram acompanhar as atividades pelo tamanho da responsabilidade que nos é dada.

Neste período criamos o programa " UM DIA SÓ PRA MIM " normalmente promovido a cada ano. São encontros promovidos com intuito de reunir pessoas da comunidade e outros grupos espíritas durante um dia inteiro com palestras variadas e trocas de informações e sugestões pelos participantes. Neste dia todos se manifestam de alguma forma no sentido de fortalecer os laços que nos unem. O primeiro encontro foi realizado na casa da irmã Eni onde tivemos a participação de aproximadamente 60 pessoas da comunidade e outros grupos. A partir deste, passamos a executar o programa anualmente. Dentre os palestrantes que nos auxiliaram nestes encontros tivemos Nazareno Feitosa procedente de Brasília DF, que aproveitando nosso evento tambem promoveu palestras em casas espíritas de Porto Alegre . Tambem contamos com a participação do dr. José Carlos Pereira Jotz que nos brindou com esposições tendo como tema medicina e saúde .

Em 1998 surgiu a oportunidade de mudança de endereço. Foi só a partir deste ano que conseguimos então organizar melhor as atividades do grupo. Foi uma experiência valiosa. Promovemos a partir de então campanhas de arrecadação de roupas e alimentos para irmãos em dificuldades e quando possível fazíamos o Sopão Comunitário para famílias mais nescessitadas.

Mas foi somente em 31 de julho de 2007 que o Grupo Espírita Mensageiros da Luz foi definitivamente registrado , tendo então uma diretoria formada e um estatuto social . Nesta data em assembléia realizada com a participação de 30 pessoas foi dado posse após votação unânime a diretoria da Sociedade Espírita Mensageiros da Luz, tendo como Presidente a irmã Maira Kubaski de Arruda e como vice Carlos Eduardo Muller. Participaram desta Assembléia , votaram e foram considerados oficialmente Sócios Fundadores as seguintes pessoas: Alexandre Fabichak Junior, Iliani Fátima Weber Guerreiro, Maira Kubaski de Arruda, Alex Sander Albani da Silva, Alexsandra Siqueira da Rosa Silva, Xenia Espíndola de Freitas, Terezinha Richter, Valéria Correia Maciel, Richeri Souza, Carla Cristina de Souza, Miriam de Moura, Maria Guiomar Narciso, Neusa Marília Duarte, Elisabete Martins Fernandes, Leandro Siqueira, Paulo dos Santos, Carlos Eduardo Muller, Camila Guerreiro Bazotti , Sislaine Guerreiro de Jesus, Luiz Leandro Nascimento Demicol, Vera Lucia de Oliveira Nunes, Ieda Rocha da Rosa, Marlon Esteves Bartolomeu, Ricardo Antonio Vicente, Miguel Barbosa Cardoso, Everton da Silva Cardoso, Maria Celenita Duarte, Vera Regina da Silva, Rosangela Cristina Vicente, e Bernadete Antunes. Todos os atos foram devidamente registrados em cartório e constam no livro ata de fundação, sob o número 54822 do livro A-4 com endossamento jurídico do Dr. Carlos Frederico Basile da Silva, advogado inscrito na OAB/RS 39.851.

Durante os meses de maio e junho de 2011 nossa casa promoveu com apoio da Federação Espirita do Rio Grande do Sul e da Ume, um curso de desenvolvimento Mediúnico ministrado as quintas feiras das 19 as 21 horas. Tivemos em média 40 participantes por tema ministrado com a inclusão de mais 4 casas espíritas de Gravataí , alem dos trabalhadores da nossa casa, fortalecendo desta forma os laços de amizade, assim como , o aperfeiçoamento de dirigentes e o corpo mediúnico das Casas Espíritas.

Hoje, nossa Casa Espírita assume uma responsabilidade maior e conta com grupo de estudos, atendimentos de passes isolado e socorro espiritual, magnetismo, atendimento fraterno , evangelização infantil, palestras, Cirurgias Espirituais (sem incisões), prateleira comunitária (arrecadação de alimentos e roupas para famílias carentes),, bem como leva ao público em geral informações valiosas através do nosso blog:
www.carlosaconselhamento.blogspot.com

Departamentos

DIJ - Depto da Infância e Juventude
DAFA- Depto da Família
DEDO - Depto Doutrinário
DECOM- Depto de Comunicação Espírita
DAPSE - Depto de Assistência Social Espírita
DP -Departamento Patrimonial



QUEM SOU EU E O QUE APRENDÍ

QUEM SOU EU E O QUE APRENDI
Alguem que busca conquistar a confiança no ser humano para poder acreditar que o mundo pode ser melhor.Aprendi que, por pior que seja um problema ou uma situação, sempre existe uma saída.Aprendi que é bobagem fugir das dificuldades.Mais cedo ou mais tarde,será preciso tirar as pedras do caminho para conseguir avançar.Aprendi que, perdemos tempo nos preocupando com fatos que muitas vezes só existem na nossa mente.Aprendi que, é necessário um dia de chuva,para darmos valor ao Sol. Mas se ficarmos expostos muito tempo, o Sol queima. Aprendi que , heróis não são aqueles que realizaram obras notáveis. Mas os que fizeram o que foi necessário ,assumiram as consequências dos seus atos. Aprendi que, não vale a pena se tornar indiferente ao mundo e às pessoas.Vale menos a pena, ainda,fazer coisas para conquistar migalhas de atenção. Aprendi que, não importa em quantos pedaços meu coração já foi partido.O mundo nunca parou para que eu pudesse consertá-lo. Aprendi que, ao invés de ficar esperando alguém me trazer flores,é melhor plantar um jardim.Aprendi que, amar não significa transferir aos outros a responsabilidade de me fazer feliz.Cabe a mim a tarefa de apostar nos meus talentos e realizar os meus sonhos. Aprendi que, o que faz diferença não é o que tenho na vida, mas QUEM eu tenho.E que, boa família são os amigos que escolhi.Aprendi que, as pessoas mais queridas podem às vezes me ferir.E talvez não me amem tanto quanto eu gostaria,o que não significa que não me amem muito,talvez seja o Maximo que conseguem.Isso é o mais importante. Aprendi que, toda mudança inicia um ciclo de construção,se você não esquecer de deixar a porta aberta. Aprendi que o tempo é muito precioso e não volta atrás.Por isso, não vale a pena resgatar o passado. O que vale a pena é construir o futuro.O meu futuro ainda está por vir.Foi então que aprendi que devemos descruzar os braços e vencer o medo de partir em busca dos nossos sonhos.



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Doutrina Espírita

Doutrina Espírita

sábado, 30 de junho de 2012

O essencial

O essencial não será tanto o que reténs. É o que dás de ti mesmo e a maneira como dás.
Não é tanto o que recebes.
É o que distribuis e como distribuis.
Não é tanto o que colhes.
É o que semeias e para que semeias.
Não é tanto o que esperas.
É o que realizas.
Não é tanto o que rogas.
É o que aceitas.
Não é tanto o que reclamas.
É o que suportas e como suportas.
Não é tanto o que falas.
É o que sentes e como sentes.
Não é tanto o que perguntas.
É o que aprendes e para que aprendes.
Não é tanto o que aconselhas.
É o que exemplificas.
Não é tanto o que ensinas.
É o que fazes e como fazes.
Em suma, na vida do espírito – a única vida verdadeira -, o essencial não é o que parece. O essencial será sempre aquilo que é.

OS MITOS NA DOUTRINA ESPÍRITA

1 – O Brasil é a Pátria do evangelho.
O Brasil será um dia a Pátria do evangelho se trabalharmos duro para isto, senão acontecerá conosco o que aconteceu com a França, berço do espiritismo, esta obra é de responsabilidade dos encarnados, é a nossa parte.
2 – Os livros psicografados pelo irmão Chico Xavier são a continuação da obra de Allan Kardec.
Os livros psicografados pelo irmão Chico Xavier são os responsáveis pela popularização do espiritismo no Brasil, mas não são obras Doutrinárias, não servem para estudos, são como o leite para as crianças, já os adultos precisam de alimentos mais sólidos.
3 – O uso da palavra humildade.
A palavra humildade é comumente usada como instrumento de dominação.
Ex. Você está discordando do mentor da casa espírita? Cadê a sua humildade, quem é você pra falar isto, seja humilde não critique, aceite tudo que lhe for imposto. Não dê a sua opinião pra nada, isto é pretensão sua, você não é nenhum espírito evoluído…
A humildade é um sentimento íntimo, não é aparência exterior, é o conhecimento de si mesmo, o espiritismo bem compreendido e vivenciado leva naturalmente a sermos cada vez mais humildes.
4 – A melhor mediunidade é a inconsciente.
Para os espíritos desencarnados não existe médiuns inconscientes, pois o espírito do médium está sempre consciente. O médium inconsciente apenas não se lembra da comunicação dada.
Por ele ser mais passivo, os espíritos se comunicam com mais liberdade, mais facilidade, o que dá uma impressão de mais realismo aos trabalhadores da sessão espírita. Mas mesmo em transe o espírito do médium interfere nas comunicações (animismo) com mais frequência que se imagina. Os trabalhadores encarnados erroneamente são muito crédulos com estes tipos de médiuns, o que faz deles os preferidos dos espíritos mistificadores.
5 – Discutir sobre o corpo fluídico de Jesus, é irrelevante.
Nós temos que entender que há muitas pessoas chegando ao espiritismo, e ao contato com estas crenças vão tê-las por verdades espíritas. É a banalização da Doutrina. Dizer que Jesus não tinha um corpo físico, não sentia dor, não bebia, não comia e que na cruz Ele fingiu sofrer. Vocês acham que combater esta idéia dentro do espiritismo não tem a menor importãncia? Se isso fosse verdade Jesus seria um farsante, impostor, um mau caráter, enganou a humanidade inteira.
6 – Os espíritas são mais racionais que os irmãos de outras religiões.
90% dos espíritas só o conhece de ouvir falar, outros poucos de ouvir palestras no CE antes do passe, outros de algumas leituras de romances, dai a aceitação de crendices absurdas no meio doutrinário, o pouco restante, estes sim estudam a Doutrina por muito amá-la.
7 – O filme que melhor descreve a vida no plano espiritual é o “Nosso Lar”.
Os filmes que melhor descrevem o plano espiritual são os estrangeiros, destaco o filme “OS OUTROS” e também o filme “O SEXTO SENTIDO”, é claro que não são filmes doutrinários, por isso temos que separar o joio do trigo, por mais incrível que pareça são mais realistas que o Nosso Lar.
8-  O médium que possui grandes obras na caridade está imune a erros.
Não existe médium infalível, por isso Kardec usou varios médiuns e comparava as comunicações entre eles e frequentemente os corrigia com sua brilhante inteligência e discernimento não devemos confiar em revelações feitas por um único médium.
As obras são importantíssimas, mas estamos longe da perfeição.
9- Há animais no plano espiritual.
O plano espiritual é um plano mental, onde cada qual entrará nele de acordo com seu estágio evolutivo, ou seja, de acordo com sua condição intelecto-moral, para estarmos no mesmo plano de um cachorro ou de um cavalo, teriamos de estar no mesmo nível dele ou ele do nosso.
Depois da morte do animal, o principio inteligente que havia nele, fica em estado latente.
10- O melhor expositor espírita é aquele que leva a plateia as lágrimas com seu discurso brilhante de amor e caridade.
Precisamos de expositores que afinam com Kardec e não de expositores enfatuados, com discursos brilhantes mas que nada tem a ver com as obras fundamentais do espiritismo.
11- Nunca se deve elogiar os médiuns, nem qualquer trabalhador da Doutrina para não estimular a sua vaidade.
O elogio sincero e verdadeiro, na medida certa é um bom estímulo a todos. O que se deve evitar são os elogios perniciosos, bajuladores.
12- Os médiuns devem fazer um curso de longos anos de preparação antes de começar a trabalhar na mediunidade.
É comum um médium chegar na casa espírita, às vezes com grande perturbação e exigirem que ele faça longos anos de preparação antes de participar de um trabalho mediúnico, alegam que é preciso conhecer o processo mediúnico. Isso é falta de caridade, é o mesmo que alguém chegar num hospital e o médico exigir um curso de seis anos de medicina alegando que é preciso entender o corpo humano antes de ser atendido. Não seria melhor criar pequenos grupos de trabalhos preparatórios para atender estes casos imediatamente?
Escrito por Luiz Carlos da Silva

quinta-feira, 28 de junho de 2012

http://www.cienciayespiritu.com/images/congresocienciayespiritualidadgran.jpgINFORMAÇÕES:  http://www.cienciayespiritu.com/Inscripciones_contacto_Cienciayespiritu.php#Cienciayespiritualidad

ISSO TAMBEM PASSARÁ

 
Conta-se de um rei bondoso e sábio que se encontrava no final de sua vida. Um dia pressentindo a chegada da morte, chamou seu único filho, tirou do dedo um anel e deu-lhe dizendo:
- Quando fores rei, leve sempre contigo este anel. Nele está uma inscrição.
Quando passares por momentos difíceis ou de glórias, retire o anel e leia o que nele está escrito.

O velho sábio rei morreu, e seu filho passou a reinar em seu lugar, sempre usando o anel que seu pai lhe dera. Passado algum tempo, surgiram conflitos com o reino vizinho que culminaram numa grande guerra.


E num momento de grande angústia no aceso das batalhas, vendo mortos e muitos feridos caídos em meio ao rio de sangue; lembrou-se do anel, tirou-o e leu a inscrição: "Isto também passará". E continuou a lutar com seu valente exército. Perdeu batalhas, venceu outras tantas, mas ao final saiu vitorioso.


Ao retornar para seu reino, entra coberto dos lauréis da conquista e coroado de glórias, sendo aclamado por todos como o maior dos heróis. Neste momento ele lembra de seu velho e querido pai. Tira o anel, e novamente lê: "Isto também passará".


Como é importante administrar com sabedoria os momentos de dor e os momentos de glória. No furor dos embates da vida, é primordial ter a certeza que a nossa tribulação é leve e momentânea.

Isto é, não dura para sempre.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

A reencarnação de James Huston Jr. como James Leininger

Acesse o site da Federação Espírita do Rio Grande do Sul - FERGS, e ajude a escolher o título do 7º Congresso Espírita do RS. Para facilitar estamos sinalizando o local da enquete no site WWW.FERGS.ORG.BR
PARTICPE!!!

“PÁTRIA DO EVANGELHO” – SERÁ QUE ISMAEL CONSEGUIRÁ CONDUZIR ESSA EMPREITA?

Para o Espírito Humberto de Campos “o Brasil não está somente destinado a suprir as necessidades materiais dos povos mais pobres do planeta, mas, também, a facultar ao mundo inteiro uma expressão consoladora de crença e de fé raciocinada e a ser o maior celeiro de claridades espirituais do orbe inteiro.”(1) Evidentemente, essas ideias não são para já e nem se restringem ao desenvolvimento dos ensinos de Jesus apenas por aqui, até porque a visão doutrinária  do pensamento de Jesus é universalista.

O ilustre filho de Miritiba (município maranhense hoje batizado com o seu nome) narra que Jesus, “pelas mãos carinhosas de Ismael, acompanha desveladamente a evolução da pátria extraordinária e delegou autoridade aos grandes médiuns, que seriam os portadores da luz do Cristo. Dentre eles, é citada a personalidade de Bezerra de Menezes, aclamado na noite de julho de1895, diretor de todos os trabalhos de Ismael no Brasil.”(2) Há estudiosos que abominam os argumentos do livro, sobretudo porque Humberto faz referência a Roustaing (estudado por Bezerra no século XIX), sendo esse fato uma “punhalada cruel contra Kardec”! Que exagero! (não sou roustenista, porém divirjo dessa postura intolerante dos adversários da obra).

 Acudimos a tese de que Jesus realmente transferiu a Doutrina Espírita, a mais liberal filosofia que o mundo já conheceu, para o Brasil, e creio que aqui haverá de ser o celeiro imenso de riquezas espirituais e recursos materiais para os povos mais pobres do planeta. Quanto a isso, não paira dúvida de que o Brasil aposta ser hoje o grande exportador do Espiritismo, nas suas teses abençoadas, que valorizam a Terra, as nações, todos os povos e todos os seres.
 Quando mencionamos nosso país como "celeiro", materialmente falando, é importante frisar que até hoje no Brasil somente foi extraído do subsolo aproximadamente 10% do petróleo existente (incluindo o pré-sal). As reservas minerais estão em grande monta intocadas. As reservas florestais ainda são colossais. A plataforma continental brasileira é depósito de recursos quase infinitos. A nossa reserva hídrica e capacidade fluvial é uma das maiores do mundo. As terras imensas, inabitadas, virgens, guardam possibilidades incontáveis de realizações no que tange ao ecossistema global.
 O IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - calcula que existam 20 milhões de adeptos e simpatizantes da Doutrina Espírita no Brasil. Existem pelo menos 9.000 núcleos espíritas; milhares de instituições kardecianas de assistência e promoção social; há uns 500 jornais espíritas impressos, milhares de Portais da Internet contento Revistas Eletrônicas, Jornais Virtuais, Blogs, Salas de Estudos espíritas, centenas de  programas radiofônicos, alguns poucos programas espíritas de televisão (aqui o número é irrisório); são pelos menos 50 as editoras espíritas, editando aproximadamente 4.000 livros (alguns bons e outros que jamais deveriam ter sido publicados); são quase 90 milhões de exemplares de livros editados e vendidos; atualmente, há centenas traduções para dezenas de idiomas dos livros psicografados por Chico Xavier. Como se não bastasse, o movimento espírita mundial é incrementado por brasileiros que se radicaram noutros países.
 Pronuncia Humberto de Campos que o Cristo orientou Ismael nos seguintes termos: “doravante sejas o zelador dos patrimônios imortais que constituem a Terra do Cruzeiro. Para aí transplantei a árvore da minha misericórdia e espero que a cultives com a tua abnegação e com o teu sublimado heroísmo. Concentraremos todos os nossos esforços, a fim de que se unifiquem os meus discípulos encarnados. Na pátria dos meus ensinamentos, o Espiritismo será o Cristianismo revivido na sua primitiva pureza. Sem as ideologias de separatividade, e inundando todos os campos das atividades humanas com uma nova luz.”(3)  
 O “Conselheiro XX”, magno esteta das letras do Maranhão, explana: “a Federação Espírita Brasileira, fundada em 1884, aguardava, sob a proteção de Ismael, a ocasião propícia para desempenhar a sua tarefa junto aos grupos do País. Quando Bezerra de Menezes assumiu a direção da FEB e fez da Instituição o porto seguro a todos os corações.”(4) Entretanto, após a sua administração, tem-se a impressão de que o Movimento Espírita Brasileiro ficou sem orientação.
 Com vistas à integração nacional do Movimento, no dia 5 de outubro de 1949, por ocasião da Grande Conferência Espírita no Rio de Janeiro, com a participação de vários dirigentes de Instituições Espíritas, foi firmado um acordo, que passou a ser chamado "PACTO ÁUREO". Nessa ocasião foi criado, na Casa-Máter, o Conselho Federativo Nacional, integrado pelas Federações e Uniões representativas dos Movimentos Espíritas estaduais e do DF (o Distrito Federal era no Rio de Janeiro). Tal instância foi instituída com o objetivo de promover a união dos espíritas e a unificação do Movimento Espírita no Brasil.
 A bem da verdade, os Benfeitores nos ofereceram todas as condições necessárias para o cumprimento da missão (Pátria do Evangelho). Eles fizeram e continuam fazendo a parte que lhes cabe, mas será que a liderança atual está fazendo a sua? Sinceramente? Não percebemos esse empenho com muita clareza! Pronunciamos isso baseado na seguinte premissa: Quando o Mestre enfatiza a revivescência do Evangelho na sua “primitiva pureza”, infelizmente constatamos que as federativas atuais (com raríssimas exceções) estão absurdamente longe de alcançar o que significa “PIMITIVA PUREZA”. Basta medirmos os eventos esplêndidos e dispendiosos que obstinadamente são concretizados no Brasil. Paira um infeliz ranço aristocrático na coordenação do movimento espírita contemporâneo. Como resolver esse imbróglio?
 Ora, que os dirigentes espíritas, sobretudo os comprometidos com órgãos “unificadores”, compreendam e sintam que o Espiritismo veio para o povo e com ele dialogar como insistentemente advertia Chico Xavier. Devem primar pela simplicidade doutrinária e evitar tudo aquilo que lembre castas, discriminações, evidências individuais, privilégios injustificáveis, imunidades, prioridades, mercantilismos dos eventos doutrinários, urge melhorar o emprego dos recursos financeiros oriundos do comércio de produtos espíritas (CD’s, DVD’s, Livros e outros).
 É impraticável “um Espiritismo sem Jesus e sem Kardec para todos, com todos e ao alcance de todos, a fim de que o projeto da Terceira Revelação alcance os fins a que se propõe.”(5) A tendência fidalga nas celebrações  doutrinárias vai sujeitando-nos a dogmatização dos postulados espíritas na configuração do Espiritismo para abastados, para pobrezinhos, para intelectuais, para iletrados, para expoentes (estrelas) da tribuna, para empavonados sabichões (“doutores”), para associações de “notáveis”, e para uma lista colossal de diversos disparates.
 Infelizmente, alguns insistem e se perdem nos labirintos das promoções de eventos cognominados “congressos espíritas” que jamais se assemelham às reuniões modestas conduzidas por Jesus há dois mil anos. Realizam esses festivos encontrões não raro em luxuosos Centros de Convenções destinados a espíritas abastados. Sem qualquer inquietação espiritual ou escrúpulos, justificam a cobrança de taxas (falaciosamente alcunhada de “contribuição espontânea, colaboração ou rateio”) aos interessados, razão pela qual a flâmula tão “almejada”  da “unificação” se submerge nesse cipoal de incongruências.
 Nos chamados eventos grandes, os órgãos “unificadores” devem envidar todos os esforços para que não haja a necessidade de qualquer cobrança de taxa de inscrição dos fortuitos participantes. O ideal será a opção por eventos menores, com estruturas modestas e eficazes. Muitas vezes temos a impressão de que a liderança atual deseja concorrer com os segmentos evangélicos a fim de abarrotarem de gente os  ginásios e estádios. Detalhe: o expositor-mor que arrebanha milhares de ouvintes para esse desiderato não vai ficar reencarnado 300 anos e já está próximo dos 90.
 Batendo sempre na mesmíssima tecla, recordamos o Cândido Xavier de Uberaba, que alertou: "é preciso fugir da tendência à ‘elitização’ no seio do movimento espírita (...) o Espiritismo veio para o povo. É indispensável que o estudemos junto com as massas mais humildes, social e intelectualmente falando, e deles nos aproximarmos (...). Se não nos precavermos, daqui a pouco estaremos em nossas Casas Espíritas, apenas, falando e explicando o Evangelho de Cristo às pessoas laureadas por títulos acadêmicos ou intelectuais.”(6)   
Não queremos ser prisioneiros do pessimismo. Talvez nem tudo esteja perdido. Não ignoramos que há muitos Centros Espíritas bem conduzidos em alguns municípios do Brasil. É exatamente por causa desses Núcleos Espíritas e médiuns humildes que o Espiritismo poderá se manter simples e coerente, no Brasil e, quiçá, no futuro, possamos dizer que o Brasil é concretamente a “Pátria do Evangelho e Coração do Mundo ”, segundo Jesus determinou e ordenou a Ismael a tarefa de administrar essa empreita.
Jorge Hessen
http://jorgehessen.net
Referências Bibligráficas:
(1)       XAVIER, F. C. Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho (pelo Espírito Humberto de Campos). 11. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.
(2)       idem
(3)       idem
(4)       idem
(5)       Entrevista concedida ao Dr. Jarbas Leone Varanda e publicada no jornal uberabense O Triângulo Espírita, de 20 de março de 1977, e publicada no Livro intitulado Encontro no Tempo, org. Hércio M.C. Arantes, Editora IDE/SP/1979
(6)       idem

domingo, 24 de junho de 2012

O COMPORTAMENTO NA CASA ESPÍRITA - Professor Nelson Duarte / Lar de Frei Luiz

DICAS DE BOA LITERATURA ESPÍRITA

http://4.bp.blogspot.com/-s-O7gtYyBMU/Tz_iUk4w_4I/AAAAAAAADqU/6LV_2DnbnQk/s1600/Dicas+de+Leitura+em+baixa.gifTemos todos notados à enxurrada de livros anti-doutrinário que vêm lotando as prateleiras de Centros e livrarias Brasil afora. Claro que cada um pode ler o que bem quiser, porém cabe sempre aos mais atentos informar que nem sempre as obras que são lançadas como sendo espíritas o são verdadeiramente, porque afrontam, sutilmente ou não, os mais elementares princípios da Doutrina Espírita. Infelizmente, há uma tendência - por pura ingenuidade e/ou desconhecimento - de se acreditar que toda obra mediúnica é confiável, ou seja, que deriva de uma fonte pura e que, consequentemente, está em conformidade com o que ensina o Espiritismo.


  Para ajudar nossos leitores a adquirem uma maior cultura espírita, relacionamos livros subsidiários de excelente qualidade que desenvolvem o pensamento espírita de maneira cristalina e fidedigna. Recomendamos que, antes de tudo, estudemos e leiamos as obras da Codificação Espírita, não só uma vez, mas constante e incessantemente.

Boa leitura!
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O PERISPÍRITO NA VISÃO DE UM FÍSICO.

http://4.bp.blogspot.com/-1E317W1_7qY/TwzKGutQrJI/AAAAAAAADds/TTX3xgmkcSU/s1600/perispirito.jpg 
1. Considerações iniciais
  Perispírito é um neologismo promíscuo criado por Allan Kardec para definir, segundo esclarecimentos de Entidades espirituais, o campo envoltório do Espírito.

  A maioria dos dicionários não o registra. Vamos, todavia, encontrá-lo no Houaiss, considerado o mais completo de todos, embora não dê a origem do termo. Promíscuo porque usa o prefixo grego peri (em torno de) e o termo latino Spiritus da quarta declinação e que, segundo Cícero, define o hálito e aparece em Virgílio como princípio de vida, dando-nos posteriormente o conceito religioso que hoje o define.

  Para Houaiss, perispírito simplesmente, seria o invólucro fluido que serve de ligação entre o corpo e o espírito (sic).

  Kardec quis evitar um termo agressivo, como seria “circunspírito” puramente latino ou “perispsiquê” só com formação grega. Era-lhe um direito que o usou.

  Evidentemente, os etimólogos, os puristas e ortoépicos da linguagem, os gramáticos, enfim, não são obrigados a dominar os conceitos científicos em toda sua plenitude, valendo-se, simplesmente, das ideias simplistas dos termos correlatos e conceitos que envolvam a fenomenologia específica de qualquer área científica.

  Todo conceito espírita de Kardec data do início da segunda metade do século XIX, já que ele veio a falecer em 1869 e seus estudos sobre os aludidos fenômenos espíritas datam da década de 1850 em diante.

  Naquela época, a Ciência ainda era incipiente na grande maioria dos fenômenos atualmente conhecidos e insipiente na terminologia deles, por falta do conhecimento dos mesmos.

  Como tal, tinha-se como fluido tudo o que não fosse sólido: como a energia elétrica, enfim, todo tipo que transcendesse às formas. Portanto, era chamado de fluido o conceito espiritual que representasse qualquer tipo ou natureza de algo que não fosse sólido.

  Hoje, a conceituação mudou, porque, de fato, se considerarmos – como o é – fluido uma fase material não sólida, não podemos incluir nela aquilo que não seja fase material e considerar como sendo fluido. É o caso da energia elétrica que, na época de Kardec se chamava de fluido elétrico embora não o fosse, ou seja, não pertencia à fase material das substâncias não sólidas.

  Basta, todavia, trocarmos o termo “fluido” por energia e se torna possível manter toda a conceituação kardequiana. Afinal, atualmente, fluidos são simplesmente os gases e os líquidos. Se insistirmos em conceitos desatualizados, jamais conseguiremos influenciar os cientistas em nossos estudos. Ou nos atualizamos com seus conceitos ou seremos banidos.

  O que não se pode confundir é o conceito de que os campos energéticos continuem sendo chamados de fluídicos.

  Infelizmente, em nome da pureza doutrinária, muitos são os que teimam em manter os conceitos arcaicos da época de Kardec, julgando-os perfeitos, esquecendo-se de que a Ciência se adapta às novas descobertas e aos novos conceitos. Temos que nos atualizar neste item: usar a nova linguagem para definir os antigos conceitos. E foi o próprio Kardec que determinou que a doutrina por ele codificada devesse se atualizar com os novos conhecimentos científicos.

  O fato é que, quem, atualmente, insistir em chamar o perispírito de fluido envoltório do Espírito, corpo fluídico ou o que o valha, usando este conceito arcaico e, como tal, ultrapassado, não vai estar coerente com a linguagem atual que, como tal, não poderá ser aceita pela comunidade científica que exige a atualização conceitual. Ou nos conscientizamos que temos que nos atualizar na linguagem, ou vamos ser considerados como dogmáticos que querem impor conceitos contrários à Verdade conhecida.



2. Estudos empíricos iniciais

  Infelizmente é que, na atualidade, uma porção de autores e interpretadores de textos mediúnicos se arvora em escrever sobre o assunto louvando-se exclusivamente em tais mensagens desconhecendo por inteiro as provas experimentais que já foram obtidas a respeito desse campo, louvando-se, apenas, em declarações inteiramente sem propósito de Espíritos que não têm o mínimo saber sobre o assunto. Se é que as mensagens sejam, de fato, de tais Espíritos.

  O início dos estudos, relativos ao perispírito foi deflagrado quando informaram sua existência a Kardec, definindo-o como sendo o elo entre o corpo material e o Espírito encarnante.

  Kardec foi conciso e definitivo em sua conceituação, embora cingido aos conceitos científicos da sua época.

  Naquela época, a Ciência tinha a molécula como indivisível, à eletricidade – como todo outro e qualquer tipo de energia – era tida como fluido, não se sabia que uma fonte de energia era capaz de criar um campo em seu entorno, muito menos que tais fontes existissem de forma atuante. O magnetismo dos imãs era tido como sendo uma particularidade ou peculiaridade de algumas pedras oxi-ferrosas, chamadas de magnetita cujo nome advém da regia – Magnésia – onde primeiramente foram encontradas tais pedras. E também chamada de fluido magnético, portanto, a generalidade advinha da falta de conhecimento. Atualmente, temos que nos identificar com os verdadeiros conceitos.

  Como tal, ao definir o perispírito, Kardec não poderia ir além do que foi, por isso é que os estudos relativos ao perispíritos acabaram sendo configurados pelas obras de Gabriel Delanne, contidas em três obras fundamentais: “O Espiritismo Perante a Ciência”, “A alma é imortal” e “A Evolução anímica” nem todas traduzidas para nosso idioma. Evidentemente, nada escrito naquele século poderá conter conceitos atualizados porque, depois do século seguinte, toda essa conceituação sofreu certa mudança tão radical que se torna preciso reformular as postuladas por Kardec, em questão de termos, e não de preceitos fundamentais.

  Seria perda de tempo ficar fazendo considerações a respeito desses conceitos desatualizados, por isso, passemos aos estudos efetivos correlatos com o perispírito:

  Os primeiros resultados experimentais correlatos com o perispírito são devidos a Cromwell Varley, Eng° eletrônico assistente de Williams Crookes nas pesquisas correlatas com a existência dos fantasmas (ghost) que foram feitas por uma equipe de sábios convocada pela rainha da Inglaterra.

  Cromwell Edington Fleetwood Varley se tornara famoso porque construíra o primeiro cabo submarino de telefonia entre os EUA e a Inglaterra que permitia falarem de um continente a outro, por telefone; havia ainda adaptado o motor de Weetstone à corrente contínua para a corrente elétrica alterna (usual). Fora convocado para preparar o sistema eletrônico de controle que serviria de verificação dos fenômenos realizados para estudo da comissão presidida por Crookes.

  Foi exatamente este Engenheiro eletrônico que a London’s Dialectical Society convocou para prestar esclarecimentos relativos aos estudos e pesquisas da referida comissão em pesquisas para provar a “inexistência” do fantasma (ghost).

  Foram alguns os depoimentos prestados entre 1890 e 1892 que o Monsieur Dussard encerrou numa obra em 1905 editada pela Leimarie, em Paris.

  A primeira conclusão óbvia que possa ser tirada de tais depoimentos é a de que, para se materializar, o Espírito põe em jogo um campo energético possivelmente envoltório de sua existência espiritual. Rigorosamente como diz Kardec. E mais, este campo poderia ser detectado por uma fonte de energia catódica de uma célula fotoelétrica construída por Varley.

  Estas experiências foram realizadas entre 1888 e 1894, ou seja, após o desencarne de Kardec e, como tal, jamais poderiam ter sido de seu conhecimento.

  Varley, para controle do fenômeno, havia montado na porta de acesso à cabine onde ficava o médium – inicialmente Dunglas Home e posteriormente Florence Cook – um sistema eletrônico que não permitisse que alguém por ali passasse sem que fosse registrado tal fato. Estava criada a primeira célula foto-eletrônica de controle, semelhante às que existem nas portas dos elevadores.

  Varley verificou que, quando alguém ou algum corpo sólido passava, a corrente eletrônica da sua célula era interrompida, por isso, seria fácil comprovar se alguém entrasse ou o médium saísse da cabine impunemente. Todavia, quando era uma Entidade espiritual, isto não ocorria, mas o fluxo de emissão da célula era modulado pelo campo de energia do Espírito, provando que este possuía um “envoltório” capaz de impressionar as fontes de energia de OEM (ondas eletromagnéticas) das ditas emissões catódicas de sua foto-célula.

  Por que não admitir que este envoltório seja o perispírito anunciado nas obras de Kardec? Suas coincidências são enormes. E suas propriedades são as de um campo de energia atuante, todavia, induzido por uma fonte que não pôde ser especificada como sendo de origem física. De fato, em sendo espiritual, terá outra procedência.

  Este campo energético, sem dúvida, fora detectado; restava provar que era o aludido perispírito, coisa que os ingleses não tiveram a menor preocupação de verificar.


3. Pesquisas científicas laicas

  Claro está que, como Kardec houvera assimilado o Espiritismo aos ensinos religiosos cristãos, os cientistas passaram a não mais lhe dar crédito porque, sem dúvida, com os cânones evangélicos e os dogmas teológicos, o Cristianismo era tido como inimigo do progresso científico, em decorrência, não apenas da Santa Inquisição que queimara uma série de pesquisadores sérios, como ainda pelo lado fanático religioso de seus adeptos, principalmente, dos impositores, que eram os sacerdotes da Igreja, contrários às conclusões científicas que negavam suas afirmativas religiosas.

  Além do geocentrismo conivente com as Santas Escrituras, outros dogmas evangélicos se interpunham entre as verdades científicas e os postulados considerados divinos onde Deus dispunha a seu bel prazer, segundo os conceitos cristãos, de tudo o que existisse.

  Contudo, nenhuma circunstância demonstrava a existência deste Deus religioso de qualquer natureza, tido exclusivamente como uma necessidade do povo para crer em algo que pudesse servir de apoio à sua existência.

  Por parte do Cristianismo, tinha-se um Deus absurdo, onipotente, onisciente, enfim, todo poderoso, responsável por tudo, todavia, incoerente com a verdadeira existência humana cheia de inequívocos incidentes que provavam que, ou Deus não era perfeito, ou, então, não seria magnânimo, misericordioso, ante o que realmente existe no mundo. Enfim, os contrastes existentes entre os predicados divinos e a existência real eram tantos que, ou o Deus cristão seria uma farsa, ou não tinha nenhum valor científico.

  Todas essas incoerências só eram admitidas como tabus, ou seja, dogmas religiosos que não convinham nenhuma análise porque seriam recusadas pela mais comezinha análise de sua existência.

  Pouco se sabia sobre o Universo: tinham-no como infinito e, como tal, Deus teria que estar contido nele; neste caso, Ele passaria a ser um de seus elementos e não seu Criador. A outra hipótese seria a de que o Universo estaria contido em Deus e, como tal, Ele não poderia ser esta figura antropomórfica idealizada pelos sacerdotes em tela, o Universo é que espelharia, como conteúdo, o seu continente e, neste caso, Deus não teria imagem, muito menos semelhança com a criatura humana, restrita à existência na Terra, e por ela adstrita.

  Com a evolução das novas descobertas, este aspecto cada vez mais distanciava os conhecimentos científicos dos dogmas religiosos, a ponto de não mais se admitir qualquer perspectiva de análise com relação às posturas doutrinárias de caráter místico.

  Insistir em ligar a Ciência a qualquer tipo de correlação religiosa, inclusive com os Evangelhos é criar uma barreira inevitável entre quaisquer possibilidades de se ter um estudo sério sobre qualquer assunto, pois a Ciência só aceita aquilo que esteja devidamente comprovado experimentalmente e equacionado pela Matemática.

  A própria moral científica prega a perfeição pelas leis do equilíbrio universal enquanto que a religiosa admite que seus princípios sejam os que devam ser seguidos pelos fiéis, embora incoerentes com as leis que rejam o Universo.

  Toda essa incoerência torna impossível a coexistência pacífica entre os conceitos existentes, quer de origem científica quer de origem religiosa.


4. Breve histórico

  Façamos um ligeiro resumo dos estudos que já fiz relativos às pesquisas de campo, do campo de vida ou princípio vital da criatura humana.

  Em 1945, logo após a guerra, foi dada a público e publicada pela mídia europeia da época, um estudo que estaria sendo realizado por pesquisadores italianos financiados pelo regime nazista.

  Este estudo foi intitulado de “bebê de proveta” e consistia em se idealizar um processo pelo qual se poderia obter um feto numa proveta sem necessidade do útero materno. Baseava-se no argumento de que teria detectado um campo de energia envolvente do útero materno que seria responsável pelo comando da fecundação. Sem este campo, por mais sadia que fosse a mulher, ela não engravidaria, mesmo que já tivesse filhos anteriores e continuasse com o mesmo parceiro.

  Este campo detectado pelos italianos daquela época acompanhava o feto no ato do nascimento porque desaparecia do útero materno, embora este pudesse, posteriormente, ser dotado de outro campo.

  A pesquisa se resumia no fato de que, se os cientistas pudessem elaborar um campo semelhante, não mais precisariam da mãe para porte do filho: bastava que dispusessem de óvulos e esperma para que a fecundação e o desenvolvimento fetal fossem feitos em provetas próprias.

  Terminada a guerra, o papa Pio XII proibiu a sequência de experimentos relativa a esse estudo.

  O que se poderia pressupor é que os pesquisadores estivessem diante do campo perispiritual do candidato a nascituro.

  Todavia, tais estudos aí foram encerrados e não mais voltaram a ser cogitados.

  A segunda etapa científica relativa á existência de um domínio externo à matéria que comande a existência universal surgiu em 1975, com os estudos de Murray Gell Mann à frente do acelerador de partículas da Stanford University.

  Ele provou que, por si só, a matéria, ou melhor, a energia cósmica fundamental jamais poderia se alterar para tornarem-se partículas, por mais elementares que fossem e que o aludido Big-bang não mais poderia ser levado em conta para justificar tais transformações. Estava admitida a existência dos aludidos “agentes estruturadores” capazes de atuar sobre a dita energia cósmica e dar-lhe formas e vida. Estes agentes, posteriormente, foram chamados de “frameworkers”.

  Restava, todavia, saber como tais agentes poderiam atuar sobre a energia cósmica para dar-lhe as aludidas formas. Foram as próprias pesquisas que admitiram que estes agentes pudessem atuar sobre a energia como o imã sobre as limalhas de ferro e níquel, num fenômeno semelhante, ou seja, tais agentes possuiriam um campo de energia compatível com o sistema material, que atuaria sobre a energia da mesma forma que o campo magnético do imã atuaria sobre as aludidas limalhas.

  Não foi difícil assimilar tal hipótese às enterradas experiências italianas do bebê de proveta.

  E tudo foi revolucionariamente aceito quando a “Teoria de Campo” tomou forma e consistência. A Ciência estava coerente com a ideia de que um agente externo às energias cósmicas seria capaz de atuar sobre a mesma modulando-a. Fácil, portanto, admitir também que tal campo fosse responsável pelo sistema biológico existente; em termos gerais, responsável pela vida em si e de forma indistinta, incluindo a humana.

  Por volta dessa época, Henrique Rodrigues fora convidado por colegas e correspondentes russos para visitar aquele país e participar das experiências soviéticas correlatas com um novo estudo sobre a vida, ou seja, aquilo que os russos chamavam de psicossoma ou o correspondente ao campo de existência da vida no planeta.

  Mais uma vez, algo sugeriria a hipótese de estudo de Kardec correlata com a existência do perispírito.

  O psicossoma, até pela origem grega do termo – psikê = alma + soma = o corpo em oposição à alma – representa, em si, para seus pesquisadores, a alma que ocupa um corpo e dá-lhe vida ou condição de existência vital.

  A importância de tais pesquisas reside no fato de que uma sociedade materialista por excelência foi obrigada a se curvar ante a existência de um elemento estranho à matéria (ou à energia em si) que seria responsável pela vida somática, sem o qual esta não existiria.

  O conceito de alma tem uma diversidade enorme, desde o sopro divino até o simples campo elementar responsável pela vida. Kardec a definiu como sendo a parte do Espírito encarnada em um corpo. Por que “parte do Espírito”? Sem dúvida, em se analisando os conceitos espíritas correlatos com Espírito, temos que admitir que, o que se encarna por vez em cada corpo não é o Espírito em si, com toda sua plenitude, mas, apenas, uma parte dele.

  Senão vejamos: dentro dos princípios da codificação, O Espírito tem condições simultâneas de nascer como homem ou como mulher e necessidade, para sua evolução, de saber viver em ambas as condições; ora, isto por si só significa dizer que, quando nasce em um determinado corpo, não põe em jogo suas ditas “linhas de força” correspondentes ao sexo oposto, embora nem sempre ponha em jogo a personalidade correspondente, o que justificaria a formação dos homossexuais que têm um corpo e o comportamento do sexo oposto.

  Isso só bastaria para provar que o Espírito só põe em jogo, durante cada encarnação, uma parte de si e não seu todo; assim, a alma é esta parte, segundo Kardec. Há outras considerações de análise que poderiam ser usadas para mostrar que o Espírito não põe em jogo toda sua plenitude e uma delas é o “inconsciente” ou memória plena de todas as suas existências que só entra na consciência do encarnado, em alguns casos de transes psíquicos onde ele pode identificar, até, existências de vidas pretéritas, pela regressão da memória.

  A última série de pesquisas importantes para o conceito perispiritual advém da Suécia e mereceu o nome de “pesagem da alma” e que levou Harold Saxton Burr à suas conclusões num trabalho que intitulou de “Life’s Field”. Este é baseado naquele e, embora não o cite, tem rigorosamente a mesma conotação.

  Os suecos, impressionados com o registro por aparelhos da existência do aludido “campo de vida” que eles chamam de alma, partiram para um estudo mais sério com uma aparelhagem, sem dúvida, altamente sofisticada e que corresponde àqueles aparelhos existentes nas salas cirúrgicas e nas CTI ou UTI dos hospitais que registram o dito “campo de vida” do paciente. Quando este deixa de ser registrado por esta aparelhagem, os médicos concluem que o paciente faleceu.

  Portanto, já é de domínio público e usual que a vida é definida por um campo cujas pesquisas, ainda incipientes, mostram que, sem o mesmo, não existe nem a vida nem suas decorrências, no caso, a personalidade e que mais. Embora as células orgânicas continuem latentes e existentes durante algum tempo que varia conforme o cadáver, o que evidencia, contrariando por inteiro, as teses materialistas, de que estas células sejam as responsáveis pela vida em si, já que o cadáver continua com as mesmas atuantes e, porém, sem o aludido campo registrado pela aparelhagem, sua vida dita espiritual inexiste de forma cabal.

  Os suecos acoplaram à aparelhagem em tela, na observação de moribundos, um dinamômetro que registrou e registra a perda de um campo com 2,2 dag* (decagramas peso) no exato momento do trespasse. Por isso, a experiência passou a ser conhecida como “pesagem da alma”.

  O fato é que, independente de qualquer critério, a vida é definida por um campo que estrutura o feto, dando-lhe forma e existência, comanda sua vida terrena e abandona o corpo no momento da morte.

  Sem dúvida, este campo foi o que Kardec, em seu estudo primitivo e sem maiores comprovações, intitulou de perispírito. Infelizmente, porém, a maioria dos militantes no movimento espírita só se preocupa com informações através de mensagens mediúnicas de Espíritos cujo conhecimento nesta área ainda é o do século passado, ignorando as novas descobertas que existem a respeito da comprovação experimental de sua existência e que evidencia que Kardec não se referiu a nenhum conceito arbitrário.

  Finalmente, um apelo aos literatos espíritas: não escrevam sobre o que não conheçam simplesmente baseados em comunicações mediúnicas nem sempre de origem procedente. Mesmo, os grandes médiuns, em certos casos, transmitem, apenas, a incompetência dos Espíritos que se comunicam.


5. Conclusão

  Atualmente, a Ciência admite que 73% do Universo sejam constituídos de algo que não seja a energia cósmica e apenas 27% dele contenha a referida energia que, em síntese, vem a ser sua consistência que se apresenta em diversos estados físicos, sendo que um deles e a matéria.

  Evidentemente, ainda não se pode caracterizar essa parte desconhecida seja a Espiritualidade, por falta de pesquisas, todavia, uma das hipóteses atuais é que ela represente o domínio de existência dos agentes que atuam sobre a energia cósmica dando-lhe forma e vida. Seria a Espiritualidade.

  E, em decorrência, para que possa atuar sobre a referida energia, como agente, o mais elementar fenômeno conhecido é o do imã, onde um agente, que seria o dito cujo, através de seu campo energético (ou magnético) estrutura a figura que se constitui no seu espectro, formando uma figura, ao agrupar as limalhas de fero e níquel.

  Neste caso, a origem dos estruturadores seria esta parte desconhecida do Universo; seus agentes teriam a condição e o poder de atuar na energia cósmica por intermédio de um campo estruturador que aglutinaria a energia dando-lhe forma. Do mesmo modo, um Espírito humano poderia atuar sobre as partículas orgânicas do ventre materno dando-lhe forma estrutural (feto) onde se incorporaria para lhe dar a vida.

  Aí surgiria o conceito de perispírito: seria exatamente este campo gerado pelo Espírito que induziria no ventre materno a energia capaz de estruturar o feto no qual nasceria.

  Este fenômeno é perfeitamente coerente com tudo o que a Ciência já registrou relativamente ao campo de vida que existe no útero, que comanda a fecundação e que nasce junto com o feto, abandonando sua posição inicial e que, posteriormente abandona o corpo no momento da morte.

  Eis, pois, o perispírito de Kardec.



sábado, 23 de junho de 2012

Vende-se Tudo


Por Martha Medeiros
No mural do colégio da minha filha encontrei um cartaz escrito por uma mãe, avisando que estava vendendo tudo o que ela tinha em casa, pois a família voltaria a morar nos Estados Unidos. O cartaz dava o endereço do bazar e o horário de atendimento. Uma outra mãe, ao meu lado, comentou:
- Que coisa triste ter que vender tudo que se tem.
- Não é não, respondi, já passei por isso e é uma lição de vida.
Morei uma época no Chile e, na hora de voltar ao Brasil, trouxe comigo apenas umas poucas gravuras, uns livros e uns tapetes. O resto vendi tudo, e por tudo entenda-se: fogão, camas, louça, liquidificador, sala de jantar, aparelho de som, tudo o que compõe uma casa.
Como eu não conhecia muita gente na cidade, meu marido anunciou o bazar no seu local de trabalho e esperamos sentados que alguém aparecesse. Sentados no chão. O sofá foi o primeiro que se foi. Às vezes o interfone tocava às 11 da noite e era alguém que tinha ouvido comentar que ali estava se vendendo uma estante. Eu convidava pra subir e em dez minutos negociávamos um belo desconto. Além disso, eu sempre dava um abridor de vinho ou um saleiro de brinde, e lá se iam meus móveis e minhas bugigangas.
Um troço maluco: estranhos entravam na minha casa e desfalcavam o meu lar, que a cada dia ficava mais nu. No penúltimo dia, ficamos só com o colchão no chão, a geladeira e a tevê. No último, só com o colchão, que o zelador comprou e, compreensivo, topou esperar a gente ir embora antes de buscar. Ganhou de brinde os travesseiros.
Guardo esses últimos dias no Chile como o momento da minha vida em que aprendi a irrelevância de quase tudo o que é material.
Nunca mais me apeguei a nada que não tivesse valor afetivo..
Deixei de lado o zelo excessivo por coisas que foram feitas apenas para se usar, e não para se amar. Hoje me desfaço com facilidade de objetos, enquanto que torna-se cada vez mais difícil me afastar de pessoas que são ou foram importantes, não importa o tempo que estiveram presentes na minha vida.
Desejo para essa mulher que está vendendo suas coisas para voltar aos Estados Unidos a mesma emoção que tive na minha última noite no Chile.
Dormimos no mesmo colchão, eu, meu marido e minha filha, que na época tinha 2 anos de idade. As roupas já estavam guardadas nas malas. Fazia muito frio. Ao acordarmos, uma vizinha simpática nos ofereceu o café da manhã, já que não tínhamos nem uma xícara em casa.
Fomos embora carregando apenas o que havíamos vivido, levando as emoções todas: nenhuma recordação foi vendida ou entregue como brinde.
Não pagamos excesso de bagagem e chegamos aqui com outro tipo de leveza:
"só possuímos na vida o que dela pudermos levar ao partir,"
é melhor refletir e começar a trabalhar o DESAPEGO JÁ!
Não são as coisas que possuímos ou compramos que representam riqueza ou plenitude.
São as dádivas especiais que não tem preço, as pessoas que estão próximas da gente e que nos amam, a saúde, os amigos que escolhemos, a nossa fé e Paz de espírito.

A MEDIUNIDADE RECONHECIDA PELOS PAPAS

 Exiba Vitral Papas.jpg na apresentação de slides

Já se sabe que os fenômenos envolvendo a mediunidade não são recentes, mas que têm sido registrados desde os tempos mais antigos da civilização. A Igreja também reconheceu o fenômeno, e muitos papas estiveram envolvidos em ocorrências mediúnicas.

Em 18 de abril de 2005, ocorreu a eleição de Joseph Ratzinger (1927), o novo papa da Igreja Católica Apostólica Romana, que adotou o nome Bento XVI, em substituição a Karol Wojtyla (1920-2005), chamado papa João Paulo II.
Aproveitaremos a oportunidade para destacar a mediunidade e a comunicabilidade dos Espíritos, presentes entre os papas desde a origem do papado e ao longo de sua história de quase dois mil anos. Tínhamos ouvido referência de fenômenos espirituais com Pio V e Pio XII, em palestras do médium Divaldo Franco (1927-), e quisemos aprofundar e completar o assunto.
Consultando a historiografia católica sobre a origem doutrinária do papado, o imperador romano Constantino (272-337) é apontado entre os teólogos como um dos seus principais precursores, pois foi ele quem historicamente começou a dar forma ao Sistema Católico Romano. Constantino presidiu o 1º Concílio das Igrejas, no ano 313, construindo depois a primeira basílica em Roma, tornando o cristianismo religião oficial do Império, seguido de Teodósio (347-395) e outros imperadores.
Começava-se a criar os fundamentos que possibilitaram que Valentiniano III (Flávio Plácido, 419-455), no ano 445, reconhecesse oficialmente ao papa (a palavra "papa" significa pai) o exercício de autoridade sobre as Igrejas, ganhando o papado poder mundial com Carlos Magno (747-814), no século 8.
Ocorre que Constantino, que os católicos consideram como o precursor da estruturação papal, converteu-se ao cristianismo através de uma visão espiritual, conforme relatou o historiador católico Eusébio de Cesaréia (275-339), em sua obra Vita Constantini (Cap. XXVIII). Durante a batalha contra o imperador Maxêncio (séc. 3/4), com seu exército em desvantagem, Constantino viu no céu um grupo de Espíritos, liderados pelo Espírito (chamado Anjo) São Miguel, mostrando-lhe uma cruz luminosa com os dizeres: "Com este sinal vencerás".
O impacto que sentiu foi tão grande que mandou pintar uma cruz em todas as bandeíras, venceu a batalha e se converteu ao cristianismo, estabelecendo o famoso Edito de Milão, do ano de 313. O escritor Nicéforas (séc. 16) escreveu que Constantino viu este Espírito mais duas vezes - numa delas, orientando-o a edificar Constantinopla; e, na outra, para ajudá-lo numa revolta por parte dos moradores da antiga Bizâncio.
Portanto, encontramos visões espirituais nos primórdios da estruturação da Igreja e da criação do papado.
Encontramos exemplos de mediunidade dos papas numa ocorrência com Antônio Michele Ghislieri (1504-1572), o papa Pio V, que foi o Sumo Pontífice no período de 1566 a 1572. Em 1570, os turcos otomanos invadiram a ilha de Chipre e tomaram Veneza, e os venezianos pediram ajuda. O papa Pio V enviou uma frota de 208 navios, sob o comando de Don John da Áustria. Essa frota encontrou 230 navios turcos em Lepanto, Grécia, em 7 de outubro de 1571. A batalha durou três horas. Miguel de Cervantes (1547-1616), o novelista espanhol, autor de D. Quixote, participou dessa batalha histórica. Em Roma, Pio V aguardava notícias, orava e jejuava, juntamente com monges, cardeais e fiéis. Em 7 de outubro, ele trabalhava com seu tesoureiro, Donato Cesi, que lhe expunha problemas financeiros. De repente, separou-se de seu interlocutor, abriu uma janela, entrou em êxtase e teve uma visão em desdobramento espiritual. Voltou-se para Donato e lhe disse: "Ide com Deus. Agora não é hora de negócios, mas sim de dar graças a Jesus Cristo, pois nossa esquadra acaba de vencer a batalha". Duas semanas depois chegaram as notícias da vitória de sua esquadra, confirmando sua visão espiritual.
Mais recentemente, no século 20, encontramos outro exemplo de ação espiritual entre os papas, com o Cardeal Eugênio Pacelli (1876-1958), que viria a ser o papa Pio XII, no período de 1939 a 1958. O fato foi relatado pela própria Igreja Católica, em seu jornal oficial L'Observatore Romano, e depois publicado no Brasil, no jornal Ave Maria, de Petrópolis, transcrito pelo Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro, em setembro de 1956.
Em 19 de fevereiro de 1939, nos aposentos do Vaticano, na ala esquerda da Catedral de São Pedro, o cardeal Eugênio Pacelli estava orando; ele era um diplomata da Santa Sé junto aos governos do Ocidente. Em seus aposentos de cardeal, ele ouviu uma voz chamando: "Pacelli, Pacelli". Ele se voltou e viu o Espírito do papa Pio X (1835-1914). Emocionado, ele se ajoelhou e chamou-o de Santidade. O Espírito respondeu-lhe: "Não sou Santidade, mas apenas um irmão; venho avisá-lo que, dentro de alguns dias, se tornará papa, e que a Terra será devorada por uma avalanche de tragédia.
É da vontade do Senhor que seja papa para governar a Igreja com sabedoria, bondade diplomática e equilíbrio".
O cardeal Eugênio Pacelli redarguiu dizendo que não entendia aquilo, porque Pio XI (1857-1939) era o papa de então, e governava a Igreja com sabedoria. O Espírito Pio X não discutiu com o cardeal, desvaneceu-se.
Emocionado, Eugênio Pacelli desceu de seus aposentos e adentrou na Catedral de São Pedro. Foi até o subterrâneo, onde estão os túmulos papais, ajoelhando-se na cripta de Pio X, permanecendo em oração até o amanhecer. Ao raiar do dia, adentrou novamente na Catedral de São Pedro, e um guarda suíço perguntou-lhe se estava sentindo-se bem, pois estava muito pálido. Eugênio Pacelli respondeu que tinha dialogado com Pio X. Surpreso, o guarda contrapôs que Pio X estava morto. Mas Eugênio Pacelli disse que, naturalmente, o sabia, pois fora ele quem tinha feito o discurso laudatório. Além do quê, Pio X tinha sido seu padrinho de cardinalato.
Pio X disse-lhe que ele seria papa e, em seguida, a humanidade entraria em guerra. O fato permaneceu em sigilo, mas dois ou três meses depois, Pio XI morreu de uma doença misteriosa. Eugênio Pacelli foi eleito o novo papa, Pio XII, e logo depois eclodiu a Segunda Guerra Mundial, conforme lhe dissera o Espírito Pio X. É mais um fato mediúnico, registrado pela história, de comunicabilidade espiritual com os papas.
É interessante registrar que não foi por acaso que Pio X apareceu em Espírito e se comunicou mediunicamente com Pio XII. O papa Pio X conhecia os fenômenos espíritas, pois seu médico, dr. José Lapponi (1851-1906), foi uma pessoa interessada nos estudos espíritas e até publicou um livro à época - Hipnotismo e Espiritismo (1897) - aprovado pelo papa Leão XIII, e que foi traduzido e publicado no Brasil pela editora da Federação Espírita Brasileira.
O Dr. Lapponi também foi médico do papa Leão XIII (1810-1903). Vale anotar que, quando da segunda edição do livro Hipnotismo e Espiritismo, em 1904, o periódico Diário de Noticias, de Madri, do dia seis de julho, publicou carta do dr. Lapponi na qual ele comentava que o órgão jesuíta La Civilitá Cattolica censurava seu livro porque ele divulgava teorias que não eram aprovadas pela Igreja, e que o próprio papa Pio X reprovara a obra. Mas à época, dom Eduardo Checci, redator do Giornale d'Italia, foi entrevistado sobre isso, desmentindo que o papa Pio X tivesse reprovado a obra. O dr. Lapponi acrescentou que Pio X conhecia o trabalho desde sua primeira edição e o tinha aprovado, e que o livro tinha merecido louvores até do papa Leão XIII, que disse que a ciência católica não devia ser contrária ao estudo do Espiritismo e suas manifestações.
É importante esclarecer que o dr. Lapponi não era espírita e, nesse livro, ele adotou uma postura até de prevenção com relação aos fenômenos do hipnotismo e do Espiritismo, porque poderiam ensejar fraudes e mistificações. Chega a ser curiosa essa sua atitude, pois a verdade é que, se ele admitiu os fenômenos espíritas (e, para nós, é o que importa), não se compreende por que ele recrimina sua prática.
O dr. Lapponi demonstrou que não conheceu realmente o Espiritismo, uma vez que se ateve somente à parte fenomênica; não conheceu a parte filosófica e ética da Doutrina Espírita. Nem no aspecto fenomênico ele se aprofundou, pois só se referiu às situações duvidosas; por temer fraudes e a ação de Espíritos brincalhões e zombeteiros (que, portanto, ele admitia), achou temerário e perigoso ocupar-se do Espiritismo.
Para nós vale que o dr. Lapponi, médico de dois papas, historiou a ocorrência de fenômenos espíritas desde a Antigüidade e reconheceu a intervenção dos Espíritos no mundo material.
A transfiguração de Jesus é citada como exemplo de fenômeno mediúnico que aparece na Biblia, com Moisés e Elias aparecendo em espíríto material. Ao final do livro, ele afirmou que o Espiritismo só deveria ser estudado com as necessárias precauções e por ação de pessoas reconhecidamente competentes (op.cit., pág. 219).
Portanto, a Doutrina Espirita e os fenômenos mediúnicos transitaram pelo Vaticano no século 19, entre os papas e pelo médico que cuidou de dois deles nesse período e escreveu um livro sobre o assunto, reconhecendo sua existência, apesar de sua atitude de temor.
Mesmo nos tempos mais recuados, os fenômenos mediúnicos estavam presentes na sociedade, em todos os lugares, já que fazem parte da Natureza. Por isso, encontramos referência a eles desde há dois mil anos. Basta citarmos o apóstolo Pedro, que é considerado como o primeiro papa da Igreja. Na Bíblia, encontramos várias ocorrências mediúnicas e de interferência dos Espíritos, ocorridos com Pedro. Por exemplo:
a) em Mt: 17, 1-6, está descrita a transfiguração de Jesus na qual, estando Ele num monte, acompanhado por Pedro, Tiago e João, apareceram, em Espírito, Moisés e Elias, que já estavam mortos havia séculos, e conversaram com Jesus;
b) em At: 2, 1-14, ocorreu o fenômeno chamado Pentecostes, no qual os doze apóstolos ouviram um som vindo do céu, como um vento, e como que línguas de fogo pousaram sobre cada um deles, que então começaram a falar em diversos idiomas;
c) At: 3, 2-8, é descrita a mediunidade curativa de Pedro, quando ele curou um coxo de nascimento que todo dia ia à porta do templo para pedir esmolas. Ele tomou o coxo pela mão e ordenou-lhe que se levantasse e andasse, e assim ocorreu;
d) At: 11,5-10, Pedro teve um arrrebatamento espiritual e teve vidência e audiência. Viu, a céu aberto, um vaso que descia, como grande lençol atado pelas quatro pontas, vindo para a terra, e ouviu uma voz: "Levanta-te Pedro, mata e come". Pedro disse ao Senhor que nunca tinha comido coisa imunda. A Voz disse-lhe que não devia chamar de imundo o que Deus purificou; isso se repetiu por três vezes;
e) At:11, 11-1, Pedro viu três homens de Cesaréia que o buscavam, e estavam em frente à casa onde estava; um Espírito lhe disse que fosse com eles, nada duvidando;
f) At:12, 5-11, Pedro estava dormindo na prisão, vigiado por dois guardas. Quando Herodes ia chamá-lo, houve uma luz na prisão, e apareceu um Espírito (chamado anjo) despertando-o, rompendo as correntes e dizendo-lhe para fugir; e conduziu-o, fazendo-o passar pelos guardas, chegando à porta da cidade, pela qual saíram. E Pedro percebeu que Deus havia enviado um Espírito para ajudá-lo.
Para encerrar esse importante registro histórico sobre a mediunidade e seu reconhecimento entre os papas, temos necessariamente que citar o recém-falecido papa João Paulo II, reconhecido como um grande missionário do bem. A revista Veja, de 6 de abril de 2005, na página 93, transcreveu uma frase pronunciada por ele numa pregação na Basilica de São Pedro, em novembro de 1983, e que dispensa comentários: "O diálogo com os mortos não deve ser interrompido, pois, na realidade, a vida não está límitada pelos horizontes do mundo".
Portanto, fica registrado, segundo as próprias fontes católicas e as não espíritas, que a mediunidade e a comunicabilidade espiritual têm se maanifestado e sido reconhecidas pela Igreja, mesmo entre os seus maiores representantes, desde a Antigüidade. E ainda hoje ocorre, demonstrando que a vida não se restringe à realidade material nem é interrompida com a morte.

Fonte: Washington L.N.Fernandes - Revista Espiritismo e Ciência