Trabalho de Pesquisa apresentado ao GEM - Grupo de Exercício Mediúnico – 5ªs Feiras (noite), da SBEE – Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas, de Curitiba, Paraná.
CIÊNCIA:
Conjunto de conhecimentos socialmente adquiridos ou produzidos, historicamente acumulados, dotados de universalidade e objetividade que permitem sua transmissão, e estruturados com métodos, teorias e linguagens próprias, que visam compreender e orientar a natureza e as atividades humanas. D. Aurélio
Conhecimento que se caracteriza por reflexão abstrata, indagação empírica e análise indutiva. Cadernos de Psicofonias de 2010, p.172
“Assim como a Ciência propriamente dita tem por objeto o estudo das leis do princípio material, o objeto especial do Espiritismo é o conhecimento das leis do principio espiritual. Ora, como este último principio é uma das forças da Natureza, a reagir incessantemente sobre o principio material e reciprocamente, segue-se que o conhecimento de um não pode estar completo sem o conhecimento do outro.”
Allan Kardec(1804-1869), em A Gênese.
CIÊNCIA ESPÍRITA:
METODOLOGIA:
A metodologia da Ciência Espírita é a da própria ciência, no que se refere às manifestações inteligentes, pois “O Espiritismo e a ciência se completam um pelo outro; a ciência, sem o Espiritismo, se acha impossibilitada de explicar certos fenômenos, unicamente pelas leis da matéria; o Espiritismo, sem a Ciência, ficaria sem apoio e exame”. (KARDEC, A Gênese, 2001, item 16, p.17).
Pondere-se também que:
Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as ciências positivas, isto é, aplica o método experimental. É rigorosamente exato, portanto, dizer que o Espiritismo é uma ciência de observação e não o produto da imaginação. As ciências não fizeram progressos sérios senão depois que os seus estudos se basearam sobre o método experimental; mas, acreditava-se que esse método não poderia ser aplicado senão à matéria, ao passo que o é igualmente às coisas metafísicas. (KARDEC, A Gênese, 2001, p.16)
“Assim como a Ciência propriamente dita tem por objeto o estudo das leis do princípio material, o objeto especial do Espiritismo é o conhecimento das leis do princípio espiritual. Ora, como este último princípio é uma das forças da Natureza, a reagir incessantemente sobre o princípio material e reciprocamente, segue-se que o conhecimento de uma não pode estar completo sem o conhecimento do outro.” (KARDEC, A Gênese, 2001, p.17).
ESPÍRITO:
Parte imaterial do ser humano; alma;
Para o espiritismo, a alma da pessoa que viveu na Terra ou em outros mundos, fora do seu envoltório material; D. Houaiss
É Princípio Inteligente do Universo[1]. O Livro dos Espíritos, q. 23
É o ser inteligente da Criação (Creação)[2]. O Livro dos Espíritos, q.76
É Ser Vivo Inteligente e Consciente e Autoconsciente do Universo (I.M00.E.B.)
Os Espíritos são os seres inteligentes da Creação que povoam o Universo[3]. São creados[4] simples e ignorantes[5], ou seja, sem conhecimento. A cada um foi dada a missão de, através da evolução intelectual e moral[6], chegarem ao conhecimento da verdade, vivenciando tantas encarnações quantas necessárias, em uma pluralidade de mundos habitados[7]. (KARDEC, O Livro dos Espíritos, 1999).
CÉREBRO E MENTE:
Cérebro: Porção do encéfalo que ocupa, na caixa craniana, toda a parte superior e anterior. Inteligência, cabeça, talento. D. Aurélio
Mente: Intelecto, pensamento, entendimento; alma, espírito. Concepção, imaginação. D. Aurélio
“...o cérebro, a mente, representam a subestação do pensamento do espírito”. Assim, mesmo quando encarnado, sempre quem pensa é o espírito. Cadernos de Psicofonias de 2000, p. 70 e O Livro dos Espíritos, q.89-a e 460).
CONSCIÊNCIA:
Atributo altamente desenvolvido na espécie humana e que se define por uma oposição básica: é o atributo pelo qual o homem toma em relação ao mundo (e, posteriormente, em relação aos chamados estados interiores, subjetivos) aquela distância em que se cria a possibilidade de níveis mais altos de integração. D. Aurélio
Consciência é o conhecimento que uma pessoa tem de si mesmo, de seus atos, dos outros, da natureza, do Universo, de Deus. Cadernos de Psicofonias de 2010, p. 175
“A consciência é um produto do Espírito, que entra na matéria densa”
William Tiller, Ph.D, Professor Emérito da Stanford University, U.S.A.
Para a Física Quântica é a consciência e não a matéria a base para tudo que existe, por isso, os objetos não são coisas determinadas, eles são onda de possibilidades de escolhas para a consciência.
DOUTRINA ESPÍRITA:
Doutrina é o conjunto de princípios, de ideias, de conceitos que servem de base a um sistema religioso, político, filosófico ou científico. Cadernos de Psicofonias de 2010, p.181
Doutrina é o conjunto de princípios que servem de base a um sistema religioso, político, filosófico ou científico. A Doutrina Espírita, por sua vez, possui como princípios básicos a existência de Deus e dos Espíritos, o livre-arbítrio, a possibilidade de vidas sucessivas, a comunicabilidade dos espíritos e a pluralidade dos mundos habitados. “A Doutrina Espírita mostra o que é, coordena, mas não cria nada, por isso suas bases são de todos os tempos e de todos os lugares”. (KARDEC, O Livro dos Espíritos, 1999, p. 360 e questão 222).
ESPIRITISMO:
Doutrina baseada na crença da sobrevivência da alma e da existência de comunicação, por meio da mediunidade, entre vivos e mortos, entre os espíritos encarnados e os desencarnados. D. Aurélio
Espiritismo é o sistema proveniente do alcance possível, no polissistema material, dos princípios e fundamentos de Doutrina dos Espíritos, em dado momento. É a extensão na prática de teoria doutrinal espírita tentando demonstrar ao homem que é necessário alcançar o existente na sua plenitude, através do possível realizado em trânsito e em repouso.
ESPÍRITA:
Que é partidário ou cultor do espiritismo. D. Aurélio
Espírita foi a palavra utilizada por Kardec para se referir aos adeptos do Espiritismo. Para ele, também, “todo aquele que compreende e põe em prática os preceitos espíritas, mesmo que intuitivamente, é espírita"[9].
MÉDIUM:
Segundo o espiritismo, o intermediário entre os vivos e a alma dos mortos. D. Aurélio
Médium, no seu conceito clássico, é a pessoa que pode servir de intermediária entre os espíritos e os homens. Entretanto, ainda que intuitivamente, todas as pessoas são médiuns[10], pois a mediunidade é uma faculdade inerente ao espírito, encarnado ou não. Para exercê-la, todavia,
“... deve ter consciência crítica da alta responsabilidade de orientar o próximo sem tirar-lhe a liberdade, de educar sem constranger, de falar de amor exemplificando, de ajudar e agenciar a caridade sem humilhar; de ensinar a liberdade com responsabilidade, de aconselhar sem anular o livre-arbítrio, de ser útil sem se sentir indispensável, de participar dos padrões materiais sem descurar dos princípios espirituais, de ser humilde sem servilismo, de acreditar sem imaginar que é dono da verdade, de crer em Deus, no Evangelho de Cristo e na Doutrina dos Espíritos sem perder o raciocínio crítico”. (CRUZ, Espiritismo e Exercício Mediúnico,1985, p.61).
CENTRO ESPÍRITA:
Os Centros Espíritas são locais onde os espíritas se reúnem para os trabalhos doutrinários de pesquisas, estudos, filantropia, prática da mediunidade e outros serviços em benefício da humanidade. (PALHANO, 2004, p.63). Pautando-se em conhecimentos mais atualizados e abrangentes, pode-se afirmar que o Centro Espírita é a Universidade do Povo, a casa do saber, a “Agência dinâmica do pensamento, linguagem, que procura fazer caminho para o trânsito da verdade científica, filosófica e religiosa na unidade cogente da vida”.
EPISTEMOLOGIA(A Teoria do Conhecimento):
Conjunto de conhecimentos que têm por objeto o conhecimento científico, visando a explicar os seus condicionamentos (sejam eles técnicos, históricos, ou sociais, sejam lógicos, matemáticos, ou linguísticos), sistematizar as suas relações, esclarecer os seus vínculos, e avaliar os seus resultados e aplicações. D. Aurélio
O cético francês René Descartes(1596-1650) que tanto contribuiu para uma melhor construção do conhecimento humano, ao estabelecer a sua dúvida metódica, num conceito epistemológico de busca da verdade através da relação dicotômica entre sujeito e objeto, registrou na história do tempo que “Jamais devemos admitir alguma coisa como verdadeira a não ser a que conhecemos evidentemente como tal” e também por sua mais célebre afirmação: “A proposição Penso, Logo Existo(Cogito, Ergo Sum), é a primeira e mais certa que se apresenta àquele que conduz seus pensamentos em ordem”. Apesar de este último argumento levar ao solipsismo[11], tem seu lado altamente positivo por se tratar da primeira verdade descoberta como fundamento metafísico.
Gaston de Bachelard (1884-1962), filósofo e ensaísta francês, o pai da epistemologia moderna, numa postura de crítica à epistemologia tradicional, estabeleceu a possibilidade da redução da dicotomia sujeito x objeto lançando as bases do “racionalismo aberto”, em que se constrói instaurando uma ruptura entre o conhecimento comum e o conhecimento científico, pois considera que a ciência não é o aprofundamento do saber já presente, ou da ilusão do saber, mas sua perpétua recusa. Para ele, “Não há verdades primeiras, o que há são erros primeiros”.
Estabeleceu, também, num pensamento complexo, que o conhecimento aproximado é aquele que se acerca do objeto por retificações sucessivas, permitindo o verdadeiro ser extraído do falso[12].
CONHECIMENTO:
A posição, pelo pensamento, de um objeto como objeto, variando o grau de passividade ou de atividade que se admitam nessa posição. D. Aurélio
Conjunto sistematizado funcional que explica a realidade acontecendo. Refere-se ao adaptativo do possível de cada um no processo idealizador existencial. Cadernos de Psicofonias de 2010, p. 175
A construção do conhecimento deve ser feita sempre num equilíbrio cogente[13] entre ciência, filosofia e religião. Toda vez que esse equilíbrio é rompido, a humanidade enfrenta problemas.
A predominância da religião no período do século V a XV, a Idade Média, por exemplo, trouxe graves consequências para a humanidade, sendo por isso denominada A Idade das Trevas.
No século XVI inverte-se essa situação com o início da Revolução Científica, com o cientificismo chegando a afirmar que fora da ciência não há salvação.
Desde o século XIX o Espiritismo vem propondo a aliança da Ciência com a Religião, interpretando-as como alavancas da inteligência humana, pois enquanto uma revela as leis do mundo material, a outra revela as leis do mundo moral. Por isso entende que é chegado o momento em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, leve em conta o elemento espiritual, e a Religião passe a reconhecer e respeitar as leis orgânicas e imutáveis da matéria. (KARDEC, 2002).
KARL POPPER:
Karl Popper (1902-1994), um dos mais influentes filósofos da ciência contemporânea, propugnando que “o conhecimento é, portanto, essencialmente conjetural, sendo impossível a certeza definitiva”. Para ele “é a possibilidade de falsificar uma hipótese científica que permite a correção e o desenvolvimento das teorias científicas”. Dicionário Básico de Filosofia, de Hilton Japiassú, p. 316
CRUZ, M. R. da. Cadernos de Psicofonias de 1997 – Doutrina Social Espírita. (pelo espírito Antonio Grimm). Psicofonado pelo médium Maury Rodrigues da Cruz. Curitiba: Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas, 1999.
_____. Cadernos de Psicofonias de 1999 – Doutrina Social Espírita. (pelo espírito Antonio Grimm). Psicofonado pelo médium Maury Rodrigues da Cruz. Curitiba: Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas, 2000.
_____. Cadernos de Psicofonias de 2010 – Doutrina Social Espírita. (pelo espírito Antonio Grimm). Psicofonado pelo médium Maury Rodrigues da Cruz. Curitiba: Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas, 2011
_____. Espiritismo e Exercício Mediúnico. (pelo espírito Marina Fidélis). Psicofonado pelo médium Maury Rodrigues da Cruz. Curitiba: Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas, 1985.
FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário Eletrônico Aurélio Versão 5.0. Curitiba: Positivo, 2005.
FIGUEIREDO, P.H. de. JESUS SEM MISTÉRIOS. Revista Universo Espírita nº 36, ano 3, 2006, p. 30.
GOSWAMI, A. O Universo Autoconsciente. Tradução: Ruy Jungmann. 6. ed. Rio de Janeiro: Record: Rosa dos Tempos, 2003.
HOUAISS, A. e VILLAR, M. S. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
JAPIASSÚ, H. e MARCONDES, D. Dicionário Básico de Filosofia. 3 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor Ltda., 1996.
KARDEC, A. A GÊNESE: Os milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. Tradução: Victor Tollendal Pacheco. 20 ed. São Paulo: LAKE, 2001.
______. O Livro dos Espíritos. Tradução: Renata Barboza da Silva e Simone T. Nakamura Bele da Silva. São Paulo: PETIT, 1999.
______.O Livro dos Médiuns. Tradução: Guillon Ribeiro. 75 ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2005.
______. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução: J. Herculano Pires, 58 ed., São Paulo: LAKE, 2002.
______. Obras Póstumas. Tradução: Guillon Ribeiro. 36 ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2005.
PALHANO Júnior, L. Dicionário de Filosofia Espírita. 2 ed. Rio de Janeiro: CELD, 2004.
ROHDEN, H. Einstein – O Enigma do Universo. São Paulo: Martin Claret, 2006.
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