Comecemos perguntando:
* Teria sentido alguém considerar que o ensinamento que Jesus nos trouxe, há dois mil anos, encerrava-se toda a verdade absoluta e que nada mais, em época nenhuma da humanidade, teria a ser ensinado ao homem?
* Será que os fatores: “nível de compreensão da época”, “nível tecnológico da época” e “nível cultural da época”, que impediam que Jesus ou qualquer outro Mestre dissesse tudo, não tem significado nenhum?
*O próprio fato do Mestre ter informado que nem tudo pôde ser ensinado por ele e que apenas no futuro outro Consolador viria para nos trazer NOVOS ensinamentos, não significou nada?
* Dezoito séculos depois, surgem os Espíritos, através de Allan Kardec, para nos trazer NOVOS ensinamentos.
Porém é preciso que observemos os mesmos detalhes observados por Jesus, quando levou em consideração que o povo do seu tempo não dispunha de condições de entender tudo o que ele poderia ensinar.
Será que o povo do tempo de Allan Kardec teria condições de entender tudo o que alguém poderia entender hoje, na era da internet, das naves espaciais, do telescópio Hubble, do coração artificial, da ressonância magnética, do telefone celular e de tanto avanço tecnológico e científico?
No tempo da codificação do Espiritismo ele, e também os Espíritos, nos deixaram bem claro que aqueles ensinamentos que nos eram trazidos não representavam a verdade absoluta e nem que novas revelações não pudessem ser feitas no futuro.
Foi ou não foi assim?
Pois bem:
Diante de tal reflexão, você, espírita que está lendo este artigo, consegue aceitar que os evangélicos mais radicais queiram lhe impor ensinamentos contidos no Velho Testamento, dirigidos ao povo Hebreu e não a toda humanidade, como sendo verdades inquestionáveis para serem aplicadas aos dias atuais?
Aceitaria, por exemplo, a própria “Lei de Deus”, naquele momento que diz para "não desejar a mulher do próximo", sabendo que nos dias de hoje não tem o menor sentido a sociedade considerar a mulher como objeto do homem, para ser desejada como coisa?
E as mulheres que desejam o marido da próxima, como ficariam perante essa “Lei” de Deus?
Se nós espíritas repudiamos os costumes religiosos do passado, quando a igreja católica ameaçava com a fogueira da inquisição aqueles que se atrevessem a pensar e a discutir assuntos que ela não queria que as pessoas soubessem, impondo as pessoas a não pensarem, a não raciocinarem e a não questionarem, como pode um espírita querer a mesma coisa, nos dias de hoje, cerceando o direito dos outros pensarem, pesquisarem, discutirem e questionarem?
Por que há tanta dificuldade em muitos espíritas para, pelo menos, questionarem informações novas que nos chegam, através da mediunidade?
Gente, o fato de questionar, respeitar, apreciar e analisar não quer dizer, necessariamente, que tenhamos que aceitar.
Que medo é esse que muitos espíritas têm de novas idéias?
Será que devemos contestar Kardec, pelo fato dele ter afirmado que poderia ter a possibilidade de, algum dia, a ciência comprovar algum ponto equivocado no Espiritismo, tanto é que recomendou que seguíssemos a Ciência, em caso disto acontecer?
A questão 424 do LE, por exemplo, traz um erro que já foi percebido há muito tempo. Teremos que ser dogmáticos, considerando o nosso mais importante livro como OBRA SAGRADA, infalível e irretorquível?
Temos que permanecer no erro, em nome da "fé inabalável", mesmo sabendo que o Codificador da Doutrina nos alertou acerca da possibilidade de erro?
Kardec adotou, por questões de segurança, seriedade e responsabilidade com a nova Doutrina a qual a Espiritualidade o confiou a codificação, que o trabalho fosse feito através de VÁRIOS MÉDIUNS, em lugares diferentes, criando aí o CUUE, numa época em que a Doutrina estava começando, portanto, com uma carência enorme de médiuns, ainda mais carência doutrinária.
E hoje, depois de tanto avanço no Espiritismo, com tantas obras maravilhosas como as trazidas através de Chico Xavier, Divaldo Franco, Francisco do Espírito Santo, José Raul Teixeira, Yvone Pereira, Deolindo Amorim e tanta gente boa, com milhares de centros espíritas espalhados pelo mundo, muitos deles possuidores de médiuns notáveis, conhecedores da doutrina espírita, coisa que os médiuns do tempo de Kardec não conhecia, por que então não nos disponibilizamos a consultar os Espíritos, em várias partes do mundo, em questões que são consideradas polêmicas e questionáveis?
Afinal de contas, a Doutrina não é dos Espíritos?
Por que temos que continuar com tanta dificuldade em conviver com eles?
Estou cansado de escrever e falar em palestras sobre este assunto. Por que a “espiritaiada” não acorda?
Tem coerência que um ou outro espírita bobão, tipo aquelas bestas de Nova Friburgo, se limitem apenas a dizer que o Alamar é polêmico e que não devemos levar estes assuntos em consideração?
O espírita que foge da discussão de assuntos relativos às coisas do espírito, tem competência para discutir o quê?
Que preparo doutrinário tem uma figura dessa?
Não será mais um cego, que pretende guiar cegos no centro espírita onde dirige e se porta como dono, a ponto de temer que expositores que raciocinam falem em suas casas?
Vamos consultar os Espíritos, gente!!!!!!
Sabe o que eu imagino, com essa onda de espiritismo sem espíritos? Tenho a impressão de que muitos espíritas têm é medo de defunto. Será que não é isto?
Há cada coisa em nosso movimento que não dá para entender:
"Seja breve, meu irmão, que devido ao adiantar da hora, não podemos nos aprofundar neste assunto." Somos sempre escravos do relógio, em nome da disciplina.
"Queremos pedir ao palestrante, para que resuma ao máximo as suas respostas, para que possamos contemplar ao maior número possível de perguntas do público." Você já viu coisa mais absurda do que isto? O que é mais importante: poucas questões bem respondidas ou muitas respondidas superficialmente, deixando dúvidas ao público?
"Você deveria escrever artigos mais curtos, porque as pessoas não tem tempo de ler". E as pessoas que não querem conhecimentos apenas superficiais, que gostam de se aprofundar nos assuntos e querem as explicações mais detalhadas, como é que ficam?
"Não devemos perder tempo com discussões polêmicas." E os que vêem que é na polêmica que nós nos aprofundamos em determinados questionamentos, e que é na discussão inclusive com os contrários, que percebemos as brechas e as possíveis falhas da questão em si?
Estamos diante de novidades que o Carlos Bacelli nos apresenta, sob a autoria do Espírito Inácio Ferreira.
De fato é algo que nos soa como estranho, mas, por que não conversarmos com VÁRIOS ESPÍRITOS, que nos são confiáveis, em várias partes do mundo, pedindo opiniões e informações, acerca dos assuntos trazidos pelo Bacelli?
Temos espíritas seríssimos, trabalhando em milhares de centros espíritas por todo o Brasil, Estados Unidos, Europa e todo o mundo. Por que não pedimos a colaboração deles, no sentido de discutir essas idéias?
Ou será que, em nome de humildade, eles vão preferir ficar na omissão em relação a isto?
Será que os espíritos que costumeiramente trabalham nesses centros, vão ficar aborrecidos e morrendo de raiva, porque alguém fez esse tipo de perguntas para eles?
Que evolução pode ter um espírito que se aborrece diante de uma pergunta que alguém lhe faz?
Se o próprio espírito orientador da casa, considerado como preparado e evoluído, é um omisso e se aborrece com os trabalhadores, imagine o nível que deve ter a direção da casa.
Sem a pretensão de querer ser um Kardec, já que quando isto acontece sempre aparece um perturbado qualquer para entender que estejamos querendo fazer papel de codificador, eu quero formular aqui algumas perguntas, que gostaria que alguns companheiros, leitores destes emails, fizessem aos espíritos confiáveis, nas suas reuniões mediúnicas:
1) Clóvis Nunes nos sugere formular vários questionamentos aos espíritos, em várias partes do mundo, como sugeriu Kardec, no mesmo modelo que ele adotou, quando na época da codificação. Caso alguém se disponha a isto, pode contar com o apoio dos Espíritos ou eles não se dispõem a diálogos com os espíritas?
2) Amigo Espiritual: Um espírito, que assina como Dr. Inácio Ferreira, nos envia, através de Carlos Bacelli, informações que afirmam que existe reencarnação e desencarnação no Plano Espiritual. Existem vários níveis de mundo Espiritual? Espíritos realmente desencarnam em planos, acima do nosso, e vão para outros planos acima?
3) Passa-nos informação de que existe gravidez, no mundo espiritual. Isto é possível e os Espíritos, do tempo de Kardec, acharam que não deveria ensinar para nós, ainda, naquela época, ou é coisa da cabeça do médium ou do espírito que se comunica através dele?
4) Só existe um plano espiritual, acima do nosso, onde vivem os desencarnados, ou existem vários planos em diversas densidades e dimensões perispirituais?
5-Manoel Philomeno de Miranda, repetidamente, nos informa, através de Divaldo Fanco, que os espíritas, principalmente os trabalhadores, estão chegando ao plano espiritual bem perturbados, desequilibrados e com grandes comprometimentos provocados por eles mesmos, quando na direção de instituições espíritas. Isto é coisa da cabeça do Manoel Philomeno, da cabeça do Divaldo ou a coisa está muito séria mesmo e, de fato, estamos precisando mesmo rever os conceitos adotados pelos espíritas aqui em nosso plano?
6-O doutor Sérgio Felipe, conseguiu, através de experimentações que a realização de mediúnicas e práticas espíritas, na fazenda, junto aos animais, os fazem mais calmos, dóceis, carinhosos e, no caso específico das vacas, as fazem produzir muito mais leite, inclusive mais saborosos e possuindo componentes químicos benéficos
Diante deste fato, é possível, nos dias de hoje, elaborarmos vários questionamentos aos Espíritos, a fim de recebermos informações e orientações, como em “O Livro dos Espíritos”, específicas sobre os animais, já que pouco ou quase nada se falou sobre eles na obra de Kardec?
Eu teria mais de cem perguntas a fazer, mas o que se há de questionar agora é o seguinte:
Se eu, individualmente, consigo elaborar estas perguntas, imaginem o que não poderiam elaborar um movimento espírita, constituído por espíritas maravilhosos e competentes, como inúmeros que existe por aí, que estudam, pesquisam, fazem experimentações e debatem os assuntos ligados à Espiritualidade?
Imaginem o que poderia questionar a grande equipe de Espíritas Psicólogos, coordenadas pelo notável Adenauer Marcos (foto ao lado), em Salvador, com aquele estudo magnífico que eles fazem do Espiritismo com a Psicologia, no "Lar Harmonia Joanna de Ângelis", em cima da obra do espírito Joanna.
Imaginem o que poderia questionar a equipe de médicos médiuns, que trabalha com o Dr. Sérgio Felipe, na "Pineal Mind", em São Paulo.
Será que não está na hora de um basta, nesse modelo de espírita que é contra tudo e contra todos, que censura a tudo e a todos, sob argumentação de que a doutrina está cem por cento pronta e que nada mais pode ser questionado e nenhum ensinamento novo pode surgir?
Será que apenas uma meia dúzia de espíritas estão preocupados com a preservação da coerência doutrinária e ninguém mais?
Os que pesquisam, fazem testes, investigam, questionam, buscam fundamentos também em outras obras respeitáveis, levam testes a laboratórios e querem se aprofundar em várias questões, necessariamente estão dispostos a fazerem enxertos na doutrina?
Se eu congelo os meus conhecimentos, me limito a estabelecer verdades em cima de apenas uma tradução... ou "tradução"... de uma obra, me conformo com o conhecimento superficial de tudo, porque adoro tudo resumido, é lícito que eu condene aqueles que gostam de se aprofundar nos diversos assuntos?
Que tal a gente ACEITAR a disposição dos bons Espíritos em nos ajudar as nos instruir mais?
O Espiritismo é uma beleza, mas a sua prática com a participação dos Espíritos é incomparavelmente melhor e até mais coerente, posto que a Doutrina é deles.
Para a apreciação de todos.
Carinhosamente.
Alamar Régis Carvalho
alamarregis@redevisao.net
http://www.redevisao.net/
fonte: http://www.forumespirita.net/fe/artigos-espiritas/consequencia-da-falta-dos-espiritos/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+forumespirita+%28Forum+Espirita+email+news+100+topicos%29
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