NOSSA HISTÓRIA

NOSSA HISTÓRIA

Grupo Espírita Mensageiros da Luz

CNPJ 13.117.936/0001-49

Fundada em 18 de junho de 1985 . Nossas atividades se iniciaram na sede do Clube Cultural dos Violeiros de Gravataí onde fomos recebidos com muito carinho e respeito. Ali desenvolvemos os trabalhos de estudo doutrinário e formação de grupos de trabalhos. Procedente do Grupo Espirita Nosso lar em Gravataí, onde participei por 4 anos como voluntário e palestrante, eu, Carlos Eduardo Muller, resolvi fundar nossa casa espírita no Parque dos Anjos . Foi uma tarefa executada com muita alegria e acompanhada de pessoas interessadas em desenvolver um grupo de estudos para que posteriormente a casa prestasse atendimento ao público. Nosso grupo contou inicialmente com a irmã Bernadete Antunes, irmã Kátia Pisoni, irmã Maria Guiomar, irmã Ieda R. Rosa, irmã Elisabete, irmão Miguel Cardoso, irmão Everton da Silva Cardoso, irmã Eni, e dirigindo as atividades eu, Carlos Eduardo Muller. Foram 13 anos de muito aprendizado neste local, e nenhuma dificuldade nos impediu de impulsionar cada vez mais a Doutrina Espírita, pois somente através de muito esforço conseguiríamos atingir nosso objetivo: Ter uma casa Espírita com irmãos preparados espiritualmente e conhecedores da doutrina ditada pelos espíritos a Allan Kardec. Só o fato de manter um grupo em plena atividade ja era uma vitória. Todos sabíamos das responsabilidades em conduzir um trabalho 100% filantrópico. Como em todas as casas espíritas, tambem a nossa sofria e sofre com a rotatividade de colaboradores, fato compreendido por todos nós espíritas. Foram muitos os colaborabores que passaram e contribuiram de alguma forma para o crescimento do grupo. Por opção, alguns foram em busca de outros grupos e outros não conseguiram acompanhar as atividades pelo tamanho da responsabilidade que nos é dada.

Neste período criamos o programa " UM DIA SÓ PRA MIM " normalmente promovido a cada ano. São encontros promovidos com intuito de reunir pessoas da comunidade e outros grupos espíritas durante um dia inteiro com palestras variadas e trocas de informações e sugestões pelos participantes. Neste dia todos se manifestam de alguma forma no sentido de fortalecer os laços que nos unem. O primeiro encontro foi realizado na casa da irmã Eni onde tivemos a participação de aproximadamente 60 pessoas da comunidade e outros grupos. A partir deste, passamos a executar o programa anualmente. Dentre os palestrantes que nos auxiliaram nestes encontros tivemos Nazareno Feitosa procedente de Brasília DF, que aproveitando nosso evento tambem promoveu palestras em casas espíritas de Porto Alegre . Tambem contamos com a participação do dr. José Carlos Pereira Jotz que nos brindou com esposições tendo como tema medicina e saúde .

Em 1998 surgiu a oportunidade de mudança de endereço. Foi só a partir deste ano que conseguimos então organizar melhor as atividades do grupo. Foi uma experiência valiosa. Promovemos a partir de então campanhas de arrecadação de roupas e alimentos para irmãos em dificuldades e quando possível fazíamos o Sopão Comunitário para famílias mais nescessitadas.

Mas foi somente em 31 de julho de 2007 que o Grupo Espírita Mensageiros da Luz foi definitivamente registrado , tendo então uma diretoria formada e um estatuto social . Nesta data em assembléia realizada com a participação de 30 pessoas foi dado posse após votação unânime a diretoria da Sociedade Espírita Mensageiros da Luz, tendo como Presidente a irmã Maira Kubaski de Arruda e como vice Carlos Eduardo Muller. Participaram desta Assembléia , votaram e foram considerados oficialmente Sócios Fundadores as seguintes pessoas: Alexandre Fabichak Junior, Iliani Fátima Weber Guerreiro, Maira Kubaski de Arruda, Alex Sander Albani da Silva, Alexsandra Siqueira da Rosa Silva, Xenia Espíndola de Freitas, Terezinha Richter, Valéria Correia Maciel, Richeri Souza, Carla Cristina de Souza, Miriam de Moura, Maria Guiomar Narciso, Neusa Marília Duarte, Elisabete Martins Fernandes, Leandro Siqueira, Paulo dos Santos, Carlos Eduardo Muller, Camila Guerreiro Bazotti , Sislaine Guerreiro de Jesus, Luiz Leandro Nascimento Demicol, Vera Lucia de Oliveira Nunes, Ieda Rocha da Rosa, Marlon Esteves Bartolomeu, Ricardo Antonio Vicente, Miguel Barbosa Cardoso, Everton da Silva Cardoso, Maria Celenita Duarte, Vera Regina da Silva, Rosangela Cristina Vicente, e Bernadete Antunes. Todos os atos foram devidamente registrados em cartório e constam no livro ata de fundação, sob o número 54822 do livro A-4 com endossamento jurídico do Dr. Carlos Frederico Basile da Silva, advogado inscrito na OAB/RS 39.851.

Durante os meses de maio e junho de 2011 nossa casa promoveu com apoio da Federação Espirita do Rio Grande do Sul e da Ume, um curso de desenvolvimento Mediúnico ministrado as quintas feiras das 19 as 21 horas. Tivemos em média 40 participantes por tema ministrado com a inclusão de mais 4 casas espíritas de Gravataí , alem dos trabalhadores da nossa casa, fortalecendo desta forma os laços de amizade, assim como , o aperfeiçoamento de dirigentes e o corpo mediúnico das Casas Espíritas.

Hoje, nossa Casa Espírita assume uma responsabilidade maior e conta com grupo de estudos, atendimentos de passes isolado e socorro espiritual, magnetismo, atendimento fraterno , evangelização infantil, palestras, Cirurgias Espirituais (sem incisões), prateleira comunitária (arrecadação de alimentos e roupas para famílias carentes),, bem como leva ao público em geral informações valiosas através do nosso blog:
www.carlosaconselhamento.blogspot.com

Departamentos

DIJ - Depto da Infância e Juventude
DAFA- Depto da Família
DEDO - Depto Doutrinário
DECOM- Depto de Comunicação Espírita
DAPSE - Depto de Assistência Social Espírita
DP -Departamento Patrimonial



QUEM SOU EU E O QUE APRENDÍ

QUEM SOU EU E O QUE APRENDI
Alguem que busca conquistar a confiança no ser humano para poder acreditar que o mundo pode ser melhor.Aprendi que, por pior que seja um problema ou uma situação, sempre existe uma saída.Aprendi que é bobagem fugir das dificuldades.Mais cedo ou mais tarde,será preciso tirar as pedras do caminho para conseguir avançar.Aprendi que, perdemos tempo nos preocupando com fatos que muitas vezes só existem na nossa mente.Aprendi que, é necessário um dia de chuva,para darmos valor ao Sol. Mas se ficarmos expostos muito tempo, o Sol queima. Aprendi que , heróis não são aqueles que realizaram obras notáveis. Mas os que fizeram o que foi necessário ,assumiram as consequências dos seus atos. Aprendi que, não vale a pena se tornar indiferente ao mundo e às pessoas.Vale menos a pena, ainda,fazer coisas para conquistar migalhas de atenção. Aprendi que, não importa em quantos pedaços meu coração já foi partido.O mundo nunca parou para que eu pudesse consertá-lo. Aprendi que, ao invés de ficar esperando alguém me trazer flores,é melhor plantar um jardim.Aprendi que, amar não significa transferir aos outros a responsabilidade de me fazer feliz.Cabe a mim a tarefa de apostar nos meus talentos e realizar os meus sonhos. Aprendi que, o que faz diferença não é o que tenho na vida, mas QUEM eu tenho.E que, boa família são os amigos que escolhi.Aprendi que, as pessoas mais queridas podem às vezes me ferir.E talvez não me amem tanto quanto eu gostaria,o que não significa que não me amem muito,talvez seja o Maximo que conseguem.Isso é o mais importante. Aprendi que, toda mudança inicia um ciclo de construção,se você não esquecer de deixar a porta aberta. Aprendi que o tempo é muito precioso e não volta atrás.Por isso, não vale a pena resgatar o passado. O que vale a pena é construir o futuro.O meu futuro ainda está por vir.Foi então que aprendi que devemos descruzar os braços e vencer o medo de partir em busca dos nossos sonhos.



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Doutrina Espírita

Doutrina Espírita

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O DESPERTAR DA BORBOLETA

I – A hora final 3
II – Todos morreremos um dia 4
III – Preparação para a morte 5
IV – O despertar da borboleta 7
V - Podemos morrer antes do prazo previsto? 9
VI – Morrer é fácil, difícil é desencarnar 10
VII – Desprendimento do Espírito do corpo material 12
VIII – Cordão de Prata 13
IX – Revisão Panorâmica 14
X – Sono profundo 15
XI – Nada podemos levar 16
XII – Adaptação no Plano Espiritual 17
XIII – Sintonia entre os dois Planos 19
XIV – Um apelo dos desencarnados aos que ficam 20
XV – Como superar a saudade 22
XVI – Esclarecimentos de Emmanuel 23
XVII – BIBLIOGRAFIA 26



I – A hora final


O que passa no momento da morte? Como se desprende o Espírito do corpo material? Quais as impressões, as sensações que podemos ter nes­ta hora? Para onde iremos após o desenlace da matéria? Por que temos tanto medo da morte?

Lama Segyu Choepel Rimpoche, budista tibetano, fez um comentário bastante interessante no livro “Morrer não se improvisa” (autoria de Bel Cesar – Ed. Gaia):

“Os pequenos medos da vida escondem nosso maior medo: a morte. Gostaríamos de não ter nenhuma referência sobre ela. Falar sobre o assunto morte é um verdadeiro tabu. Até mesmo aqueles que estão envol­vidos num caminho espiritual têm dificuldade de falar abertamente sobre a morte. Temos dificuldades em lidar com a morte, porque ela revela a impermanência da vida. Sabemos que ela é certa, mas como desconhecemos quando ela ocorrerá, sentimos medo e não gostariamos de falar sobre isso. Mas é justamente falando sobre a morte, que iremos compreender melhor a nós mesmos.”

As questões citadas acima e mais outras serão abordadas neste presente trabalho, numa forma de trazer mais informações sobre o que acontece no momento do desencarne, o que pode nos esperar na espiri­tualidade e como podemos nos preparar para este momento que tanto te­memos. O conhecimento das leis espirituais e do processo de desencar­nação são de grande importância como preparativos à morte. É possível suavizar os nossos últimos momentos, proporcionando fácil desprendi­mento, permitindo assim uma rápida adaptação no mundo novo que nos espera.

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II – Todos morreremos um dia


Por intuição, todos sabem que morrerão um dia, mas evitam tocar no assunto, achando que isto só poderá acontecer com o seu vizinho.
No entanto, muitos tem medo da morte porque desconhecem todo o processo de passagem para o Plano Espiritual e quando isto poderá acontecer. Temos a certeza que iremos morrer, mas não temos idéia que quando isto irá acontecer.
O Espiritismo trouxe os devidos esclarecimentos, tirando as fan­tasias criadas por outras religiões, mostrando os mistérios para o retorno ao nosso verdadeiro lar, e que podemos encarar a morte com serenidade, nos dando as devidas informações de como podemos no pre­parar para este momento.
Emmanuel afirma que devemos cuidar do corpo humano como se ele fosse viver eternamente, e do Espírito como se fosse desencarnar amanhã.
Há uma frase muito famosa de Confúcio, antigo filósofo chinês, que resume o que foi dito acima: “Aprende a bem viver e bem saberás morrer!”
Em “Quem tem medo da morte” Richard Simonetti nos informa que “O ideal é estarmos sempre preparados, vivendo cada dia como se fosse o último, aproveitando integralmente o tempo que nos resta no esforço disciplinado e produtivo de quem oferece o melhor de si em favor da edificação humana. Então, sim, teremos um feliz retorno à pátria espiritual.”

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III – Preparação para a morte


Em “Quem tem medo da morte”, de Richard Simonetti, há um trecho que merece destaque, nos alertando sobre como devemos encarar a mor­te:
“Compreensível, pois, que nos preparemos, superando temores e dúvidas, inquietações e enganos, a fim de que, ao chegar nossa hora, estejamos habilitados a um retorno equilibrado e feliz. O primeiro passo nesse sentido é o de tirar da morte o aspecto fúnebre, mórbido, temível, sobrenatural. Há condicionamentos milenares nesse sentido. Há pessoas que simplesmente recusam-se a conceber o falecimento de um familiar ou o seu próprio. Transferem o assunto para um futuro remo­to. (...) O Espiritismo nos oferece recursos para encarar a morte com fortaleza de ânimo, inspirados igualmente na fé. (...) Uma fé inaba­lável de quem conhece e sabe o que o espera, esforçando-se para que o espere o melhor. (...) O despreparo para a morte caracteriza multi­dões que regressam todos os dias, sem a mínima noção do que os espe­ra, após decênios de indiferença pelos valores mais nobres. São pes­soas que jamais meditaram sobre o significado da jornada terrestre: de onde vieram, porque estão no mundo, qual o seu destino. Sem a bús­sola da fé e a bagagem das boas ações, situam-se perplexas e confu­sas.”

Vejamos um depoimento extraído de “A Vida Triunfa”, mensagem ditada por Carlos Alberto Andrade Santoro, através de Chico Xavier:

“Acordei, achava-me num educandário-hospital dirigido por anti­gos benfeitores de São José do Rio Preto. Meu bisavô Santoro me afagava, minha tia Maria me falava com bondade, mas não precisaram doutrinar-me quanto à Grande Renovação. (...) compreendi que, mesmos nós Espíritas da mocidade e da madureza, o que penso, não nos achamos assim tão preparados para a transferência de plano, como julgamos, porque o choro do Antoninho Carlos me arrasava e as lágrimas do senhor e minha mãe caiam sobre minha alma como se fossem gotas de algum ácido que me queimava por dentro todas as energias do coração.”

Este trecho desta carta de Carlos Alberto dirigida aos seus pais, relata claramente a falta de preparo, inclusive de nós Espíri­tas, para entrar no outro lado da vida. Infelizmente este é o perfil da grande maioria dos habitantes de nosso planeta.

Lama Guelek Rempoche, budista tibetano, fazendo um comentário no livro de Bel Cesar (“Morrer não se improvisa”) disse que podemos nos preparar para a morte, assim como quem se prepara para uma viagem. Se nos prepararmos com antecedência, teremos mais chance de lembrar de tudo que queremos levar. “O que vocês querem levar quando partir? Quando eu for não quero ir com raiva, com insatisfação ou com arre­pendimento, nem com apego. Eu quero ir como um pássaro, que levanta vôo do topo de uma montanha. Não quero ninguém segurando meus pés. Não quero nenhuma carga nas minhas costas. Quero ir como um Espírito livre.”
Liane Camargo de Almeida Alves, jornalista especializada em assuntos espirituais, editora da revista Bons Fluídos (Ed. Abril), fez o seguinte comentário: “Morrer não se improvisa, dizem todas as linhas espirituais do mundo. A preparação para o momento da morte acontece em cada instante de nossa existência. Cada segundo em que nos sentimos realmente vivos, com intensidade total, nos preparamos para a morte. Nesses momentos de presença vibrante, em que vivemos o aqui e agora do corpo e alma, entramos em contato com as vibrações sutis que se armazenam na nossa memória, na nossa essência mais profunda, aquela que continua depois da morte. O conjunto desses momentos de alta vibração que podemos provar em nossas vidas condi­cionará o nível de energia que poderemos alcançar no momento da morte. É incrível, mas o viver condicionará o morrer.”
E é persistindo na prática diária da prece, da meditação, no exercício constante do amor e da compaixão, com a mente calma e um coração amoroso, teremos com certeza uma morte tranquila.
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IV – O despertar da borboleta()

Em 1958, o Espírito de André Luiz explicou, em “Evolução em dois mundos” – através de Chico Xavier, o processo de morrer, comparando-o a metamorfose de uma borboleta.
Acompanhando de perto esse processo, fica mais fácil entender o que acontece a muitos pacientes em fase terminal, nesses momentos que antecedem a morte.
No estágio final da metamorfose, a lagarta começa a diminuir os seus momentos, até paralisá-los completamente. Sua digestão fica para­lisada e ela não consome mais nenhum tipo de alimento. Ela permanece imóvel, transformando-se em crisálida ou pupa. Fica, assim, dentro do casulo, protegida das intempéries pelos fios que produz a secreção das glândulas salivares e pelos tecidos vegetais, e pequenos gravetos do meio ambiente. Nesse estado, pode ficar alguns dias e até meses.
Na posição de crisálida, o organismo da lagarta sofre modifi­cações consideráveis, com a destruição de determinados tecidos (his­tólise) e, ao mesmo tempo, a elaboração de órgãos novos (histogênese). Os sistemas digestivos e muscular sofrem alterações de cunho degenera­tivo, reconstruindo-se depois em bases novas. Nessa reconstrução (his­togênese), formam-se novo orifício bucal e trompas de sucção e os mús­culos estriados são substituídos por órgãos novos. Assim, um belo dia, uma linda borboleta deixa o casulo.
Na morte fisica a alma humana passa por um processo semelhante. Com o esgotamento da força vital, em virtude da idade avançada, da enfermidade ou por algum outro fator destrutivo externo, declinam as forças fisiológicas, paralisam-se os movimentos corpóreos e o pacien­te, em estado terminal, não mais tolera a alimentação. A imobilização lembra o estágio de pupa ou crisálida.
E assim como a lagarta produz os filamentos com que se enovela no casulo, também a alma envolve-se nos fios dos próprios pensamentos. Nessa fase, há o predomínio das forças mentais, tecido com as próprias idéias reflexas dominantes do Espírito, estabelecendo-se estado de crisálidaa, por um periodo que varia entre minutos, horas, dias, meses ou decênios.
Com a morte, há destruição dos tecidos corpóreos (histólise) e, ao mesmo tempo, uma reconstrução (histogênese) de alguns tecidos do corpo espiritual ou envoltório sutil. Este é em tudo semelhante ao corpo físico, só que construído de outro tipo de matéria, ainda desco­nhecido da Ciência, e que serve de vestimenta ao Espírito na outra di­mensão da vida. Assim, durante o processo do morrer, há elaboração de órgãos novos, resultantes de grandes alterações dos sistemas digestivo e muscular, além de outras modificações nos sistemas circulatório, nervoso ou genésico. Desse modo, pela histogênese espiritual, órgãos novos recompões esse envoltório sutil, tornando-o um tanto diferente do corpo físico, embora, na aparência, sejam idênticos. Por serem externamente tão similares, os médiuns videntes descrevem os chamados “mortos” tal com se apresentavam durante a existência física.
Somente ao término desse processo de reconstituição do corpo espiritual, a borboleta abandona o casulo, isto é, o Espírito larga o corpo físico, ao qual se uniu, temporariamente durante a existência física e que lhe serviu de sagrado instrumento de aprendizado.
Como se vê, morrer é fácil, mas o processo de desencarnação é mais difícil. Após a morte física, o Espírito ainda tem um lapso de tempo, mais ou menos longo, para desprender-se totalmente dos liames da existência terrestre, segundo o estágio evolutivo em que se encon­tra.

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V - Podemos morrer antes do prazo previsto?

Temos aquela falsa imagem de que tudo tem o seu dia, até para morrer. Só que na realidade, ocorre justamente o contrário. A grande maioria dos seres humanos não cumprem o que foi “contratado” antes da sua reencarnação, e acabam voltando antes do tempo previsto ao plano espiritual, devido as diversos fatores.
Falando numa linguagem figurada, a título de exemplo, recebemos um carro novo, com o tanque cheio de combustível, todo calibrado, para que possamos fazer uma longa viagem. Quem nos forneceu o veículo, nos orienta para andar a 80 km/hora, a frear nas curvas, não forçar o mo­tor nas subidas, a fazer troca de ólea a cada 10 km, periodicamente fazer revisão, ... Se obedecermos todas as regras estabeleci­das, chegaremos ao nosso destino. Agora, se começarmos a correr a 120 km/hora, não respeitar as “regras de trânsito”, fazer as curvas “can­tando pneu”, ..., com certeza iremos desregular o motor, a gastar mais combustivel além do previsto e com certeza poderemos não chegar ao nosso destino, devido a problemas no automóvel.
Fazendo uma analogia com o nosso corpo físico, podemos destruir o nosso organismo de fora para dentro com o álcool, o cigarro, os tóxi­cos, excessos alimentares, com a ausência de exercícios físicos, falta de higiêne, repouso físico inadequado. Tudo isto pode abreviar a nossa vida física.
Também podemos lesar o nosso organismo de dentro para fora culti­vando pensamentos negativos, sentimentos desequilibrados, pessi­mismo, rancor, ódio, agressividade, irritação constante, podendo afetar o nosso sistema imunológico, represando mágoas, ressentimentos, depres­são, favorecendo a termos um infarte, tumores, câncer, ..., antecipan­do o nosso desencarne, e por consequência a nossa adaptação no Plano Espiritual, sendo considerado um caso de suicidio, onde teremos que responder pelos prejuízos causados ao nosso corpo físico, e por conse­quência, essas anomalias irá repercutir em nosso perispírito, trazendo problemas em futuras reencarnações, originando deficiências em nosso próximo corpo físico.
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VI – Morrer é fácil, difícil é desencarnar()


As sensações que precedem e se seguem à morte são infinitamente variadas e dependentes sobretudo do caráter, dos méritos, da elevação moral do Espírito que abandona a Terra.
A separação é quase sempre lenta e o desprendimento da alma opera-se gradualmente. Começa, algumas vezes, muito tempo antes da morte, e se completa quando ficam rotos os últimos laços fluídicos que unem o perispí­rito ao corpo. A impressão sentida pela alma revela-se penosa e prolongada quando esse laços são mais fortes e numerosos. Causa permanente da sensa­ção e da vida, a alma experimenta todas as comoções, todos os despedaça­mentos do corpo material.
Dolorosa, cheia de angústias para uns, a morte não é, para outros, senão um sono agradável seguido de um despertar silencioso. O desprendi­mento é fácil para aquele que previamente se desligou das coisas deste mundo, para aquele que aspira aos bens espirituais e que cumpriu os seus deveres. Há, ao contrário, luta, agonia prolongada no Espírito preso à Terra, que só conheceu os gozos materiais e deixou de preparar-se para esta viagem.
Entretanto, em todos os casos, a separação da alma e do corpo é seguido de um tempo de perturbação, curto para o Espírito justo e bom, que desde cedo despertou ante todos os esplendores da vida celeste; muito lon­go, a ponto de abranger anos inteiros, para as almas culpadas, impregnadas de fluidos grosseiros. Grande números destas últimas crê permanecer na vi­da corpórea, muito tempo mesmo depois da morte. Para estas, o perispirito é um segundo corpo carnal, submetido aos mesmos hábitos e, algumas vezes, as mesmas sensações físicas como durante a vida terrena.
A hora da separação é cruel para o Espírito que só acredita no nada. Agarra-se como desesperado a esta vida que lhe foge. Os Espíritos inferio­res levam consigo para o além do túmulo os hábitos, as necessidades, as preocupações materiais. Não podendo elevar-se acima da atmosfera terres­tre, voltam a compartilhar a vida dos entes humanos, intrometem-se nas suas lutas, trabalhos e prazeres. Suas paixões, seus desejos, sempre viva­zes e aguçados pelo permanente contacto da humanidade, os acabrunham; a impossibilidade de os satisfazerem torna-se para eles causa de constantes torturas.
Pacífica, resignada, alegre mesmo, é a morte do justo, a partida da alma que, tendo muito lutado e sofrido, deixa a Terra confiante no futuro. Para esta, a morte é a libertação, o fim das provas. Os laços enfraqueci­dos que ligam à matéria, destacam-se docemente; sua perturbação não passa de leve entorpecimento, algo semelhante ao sono.

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VII – Desprendimento do Espírito do corpo material


Em “Nossa Vida no Além”, Marlene Nobre cita uma passagem do livro “The Spirit World”, de Florence Marryat, sobre a visão da médium Edith acerca do processo de separação da alma de sua irmão do corpo físico:

“Foi então que Edith começou a percerber uma espécie de ligeira nebulosidade, semelhante à fumaça que, condensando-se gradualmente acima da cabeça, acabou por assumir as proporções, as formas e os traços da irmã moribunda, de modo a se lhe assemelhar por completo. Essa forma flutuava no ar, a pouca distância da doente. À medida que o dia declinava, a agitação da enferma minorava, sendo substituída, à tarde, por prostação profunda, precursora da agonia. Edith contemplava avidamente a irmã: o rosto tornara-se lívido; o olhar se lhe obscure­cera, mas, ao alto, a forma fluídica purpurea­va-se e parecia animar-se gradualmente com a vida que abandonava o corpo. Um momento depois, a moça jazia inerte e sem conhecimento sobre os travesseiros, mas a forma transformara-se em Espírito vivo. Cordões de luz, no entanto, semelhantes a florescências elétricas ligaram-se ainda ao coração, ao cérebro e aos outros órgãos vitais.
Chegando o momento supremo, o Espírito oscilou algum tempo de um lado para outro, para vir, em seguida, colocar-se ao lado do corpo inanimado: ele era, em aparência, muito fraco e mal podia suster-se.
E enquanto Edith contemplava essa cena, eis que se apresentaram duas formas luminosas, nas quais reconheceu seu pai e sua avó, mortos ambos nessa mesma casa. Aproximaram-se do Espírito recém-liberto, rom­peram os cordões de luz que ligavam aindo ao corpo e, apertando-os nos braços, dirigiram-se à janela e desapareceram.”

Casos semelhantes são narrados por André Luiz, através de Chico Xavier em “Obreiros da vida eterna” (ver casos: Dimas / Fábio / Cavalcante / Adelaide).
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VIII – Cordão de Prata

O que é o cordão de prata? Qual a sua função? Analisando o caso Dimas (“Obreiros da vida eterna”) André Luiz faz a seguinte observação:

“Dimas-desencarnado elevou-se alguns palmos acima de Dimas-cadáver, apenas ligado ao corpo através de leve cordão prateado, semelhante a sutil elástico, entre o cérebro de matéria densa, abandonado, e o cére­bro de matéria rarefeita do organismo liberto. (...) Tive a nítida im­pressão de que através do cordão fluídico, de cérebro morto ao cérebro vivo, o desencarnado absorvia os principios vitais restante do campo fisiológi­co. (...) O apêndice prateado era verdadeira artéria fluídica, sustentando o fluxo e refluxo dos principios vitais em readaptação. Retirada a derradeira via de intercâmbio, o cadáver mostrou sinais quase de imediato, de avançada decomposição.”

Este cordão de prata, geralmente não é cortado de imediato, logo após o desencarne. Segundo Emmanuel, em “O Consolador”, a grande maioria das criatura humanas necessita de 50 a 72 horas para que este corte se concretize.
Bezerra de Menezes, em “Voltei” (de Irmão Jacob, através de Chico Xavier), esclarece que na maioria dos casos não seria possível libertar os desencarnados tão apressadamente, que a rápida solução do problema liberatório dependia, em grande parte, da vida mental e dos ideais a que se liga o homem na experiência terrestre.

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IX – Revisão Panorâmica

Uma das etapas do processo de desencarnação, consiste em contem­plar o passado, dentro do campo interior, como se revisse um filme, com todos os detalhes, da existência que está se encerrando.
Vejamos o que Irmão Jacob, em “Voltei”, descreve esse processo vi­venciado por ele mesmo:

“(...) experimentei abalo indescritível na parte posterior do crâ­nio. Não era uma pancada. Semelhava-se a um choque elétrico, de vastas proporções, no intimo da substância cerebral. (...) Senti-me no mesmo instante, subjugado por energias devastadoras. A que comparar o fenôme­no? A imagem mais aproximada é a de uma represa, cujas comportas fossem arrancadas repentinamente. Vi-me diante de tudo o que eu havia sonhado, arquitetado e realizado na vida. Insignificantes idéias que emitira, tanto quanto meus atos mínimos, desfilavam, absolutamente precisos, an­te meus olhos aflitos, como se me fossem revelados de roldão, por es­tranho poder, numa câmara ultra-rápida instalada dentro de mim. Trans­formara-se-me o pensamento num filme cinematográfico misteriosa e ino­pinadamente desenrolado, a desdobrar-se, com espantosa elasticidade, para seu criador assombrado, que era eu mesmo.”

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X – Sono profundo


Baseado nos relatos de 500 (quinhentas) cartas post-mortem, Mar­lene Nobre constatou que praticamente todos mencionam um sono pro­fundo, dificil de se controlar, na passagem para o Além.
Vejamos, a título de exemplo, algumas declarações deixadas nas mensagens psicografadas por Chico Xavier:

“(...) Num lance veloz de tempo revi todo a minha vida curta de rapaz e em seguida me arrojei num sono pesado de que só desperta­ria dias depois, a fim de que conscientizei quanto ao total da verda­de, crente de que me achava em uma organi­zação hospital” (extraído de “Eles Voltaram” – mensagem di­tada pelo Espirito de Nestor Macedo Filho)
“(...) irrestível desejo de dormir assaltou-me. Bezerra, Andrade e Marta eram benfeitores e expressavam a vida diver­sa em que eu penetraria doravante. Com certeza guardariam mil informações preciosas que eu esperava, curioso e feliz, mas, como vencer o sono a pesar-me no cérebro?” (extraído de “Voltei”- Irmão Jacob através de Chico Xavier)

Espiritos muito ligados aos interesses da matéria, tem necessida­de de ficar na quase total inconsciência após a morte. São seres pri­mitivos que estão despreparados para a vida no Plano Espiritual. Eles entram em sono profundo, outros em pesadelos torturantes... André Luiz nos relata em “Os Mensageiros” que existem pavilhões inteiros onde Espiritos dormem profundamente após a morte, por anos a fio: “São cria­turas que nunca se entregaram ao bem ativo e renovador (...) os que acreditavam convictamente na morte, como sendo o nada, o fim de tudo, o sono eterno.”

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XI – Nada podemos levar


Os Espíritos Superiores responderam a Allan Kardec que a alma nada leva deste mundo a não ser a lembrança e o desejo de ir para um mundo melhor, lembrança cheia de doçura ou de amargor, conforme o uso que ela fez da vida. Quanto mais pura for, melhor compreenderá a futi­lidade do que deixa na Terra.

No Evangelho Segundo o Espiritismo, Blaise Pascal ditou uma mensagem que resume bem este aspecto:

“O homem não possui de seu senão o que pode levar deste mundo. O que encontra ao chegar, e o que deixa ao partir, goza durante sua per­manência na Terra; mas, uma vez que é forçado a abandoná-lo, dele não tem senão o gozo e não a posse real. Que possui ele pois? Nada daquilo que é para uso do corpo, tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais; eis o que traz e o que leva, o que não está no poder de ninguém lhe tirar, o que lhe servirá mais ainda no outro mundo do que neste; dele depende ser mais rico em sua partida do que em sua chegada, porque daquilo que tiver adquirido em bem depende sua posição futura.”

Portanto, compreendemos que o Espírito sofre as consequências de todas as imperfeições que não conseguiu corrigir na vida terrena. A alma traz dentro de si o inferno ou o paraíso, não importa onde se encontre.
“A cada um segundo as suas obras, no Céu com na Terra: tal é a Lei da Justiça Divina”, já dizia Allan Kardec.
Se durante a vida terrena, a Entidade Espiritual passou somente preocupada em satisfazer o seu próprio egoísmo, após a morte pode não ultrapassar os planos grosseiros, as zonas das trevas, as regiões mais densas do mundo espiritual.

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XII – Adaptação no Plano Espiritual


Marlene Nobre, no seu excelente livro “Nossa Vida no Além”, nos relata que “a adaptação ‘ao outro lado’ da vida varia de acordo com o grau evolutivo do Espírito.
Para a imensa maioria dos desencarnados de evolução espiritual mediana, ela não se faz senão lentamente, influenciada por inúmeros fatores.
Para os de condição inferior, a permanência nos planos da sombra representa sofrimento em graus diversos, vida desorganizada, sevícias cruéis ou aprofundamento nos caminhos improdutivos da ignorância, com requintes de maldade.
Os assuntos pendentes de toda ordem – financeiros, emocionais, afetivos e, principalmente, o complexo de culpa – trazidos da crosta, vão exercer papel preponderante no estado de ânimo dos convalescentes espirituais, influindo, diretamente, na adaptação deles à Vida Nova”

Outros fatores que dificultam a adaptação do Espírito nesta fase de transição no novo Plano, são a saudade dos entes queridos que fica­ram e a sua formação religiosa.
A grande deficiência da maioria das religiões é que elas não preparam seus fiéis para a morte.
Como ilustração, vamos relatar um trecho, extraído do livro “Car­tas de Uma Morta”, ditadas por d. Maria João de Deus, mãe de Chico Xavier, através do próprio médium, onde relata as impressões iniciais da sua vida no Além:

“Para mim, meu caro filho, as últimas impressões da existência terrena e os primeiros dias transcorridos depois da morte foram muito amargos e dolorosos. Quero crer que a angústia, que naquele momento avassalou a minh’alma, originou-se da profunda mágoa que me ocasionava a separação do lar e dos afetos familiares, pois, apesar de crer na imortalidade, sempre enchiam-me de pavor os aparatos da morte; e den­tro do catolicismo, que eu professava fervorasamente, atemorizava-me a perspectiva de uma eterna ausência. Lutei, enquanto me permitiram as forças físicas, contra a influência aniquiladora do meu corpo; mas foi uma luta singular a que sustentei, como sói acontecer aos corações ma­ternos, quando periga a tranquilidade dos seus filhos. Unicamente esse amor obrigava-me ao apego à vida, porque os sofrimentos, que já havia experimentado, desprendiam-me de todo o prazer que ainda pudesse me advir da coisa terrestres.”

Como podemos ver, a formação religiosa e os afetos deixados na vida terrena, exercem uma influência muito grande na fase de adaptação à nova vida na espiritualidade. No caso da mãe de Chico Xavier, tinha forte influênvia da religião católica (“... a perspectiva de uma eterna ausência...”) e a sua maior dor e preocupação era com os 9 (nove) filhos que deixou, todos eles na idade infanto-juvenil.

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XIII – Sintonia entre os dois Planos()


No periodo que se segue à morte física, os habitantes dos dois planos da vida continuarão a exercer influência recíproca acentuada, em geral insuspeita pelos encarnados. É claro que esta influência perdurará sempre, mas não terá o grau de intensidade dos primeiros tempos de separação. É natural que seja assim porque nós nos alimenta­mos do magnetismo das pessoas amadas. Quando a morte nos impõe a sepa­ração provisória, sentimo-nos lesados no âmago do ser, necessitado de recompor as energia básicas, de rearranjar o circuito de forças magné­ticas no qual nos equilibramos. Este raciocínio é válido para os que se encontram nos dois planos da vida.
A influência dos pensamentos e ações dos que permanecem na crosta é tão significativa que, muitas vezes, os desencarnados não conseguem se adaptar à vida nova, vagando sem rumo, perturbados, sem condições de assumir suas funções na verdadeira pátria.
Isso acontece porque há um despreparo generalizado diante da cri­se da morte. Encarnados e desencarnados sofrem profundos desequilí­brios psicológicos e espirituais, diante da separação que julgam defi­nitiva, porque para a imensa maioria, sem “olhos de ver”, somente o silêncio dolorido responde aos apelos de parte a parte.
Tudo se passa como se os primeiros chorassem desesperadamente num compartimento da casa, e os últimos em outro, mas incapazes de se en­tenderem, apesar da proximidade, por absoluta falta de preparo em li­dar com esse tipo de comunicação. Todos gritam, mas ninguém se enten­de.


XIV – Um apelo dos desencarnados aos que ficam()

Muitos encarnados clamam desesperadamente pelos que partiram, ver­­tendo lágrima de fel, quando não acalentando idéias de suicidio na en­ganosa ilusão de reencontrá-los. (...)
Há muito desassossego na vida psíquica dos desencarnados, toda vez que os familiares não aceitam a separação ou procuram vingança, nos ca­sos de desencarnação por assassi­nato, alimentando os sentimentos infe­riores muitas envolvidos nesse processo. (...)
Inúmeros outros comunicantes falam da dificuldade de adaptação ao mundo espiritual por causa da perturbação dos familiares. Esse dese­quilibrio, muitas vezes intenso, não lhes permite a própria renovação no plano em que se encontram.

Vamos destacar alguns trechos das cartas dos desencarnados nos quais solicitam a compreensão dos familiares diante da separação. São pontos muito úteis para o nosso próprio preparo diante da morte:

“Vejo seu rosto sem parar, todo banhado em lágrimas sobre o meu e sua voz me alcança de maneira tão clara que pareço carregar ou­vidos no coração. Ah, Mamãe! Eu não tenho o direito de pedir ao seu carinho mais que sempre recebi, mas se seu filho pode pedir mais algu­ma coisa à sua dedicação, não chore mais.” (Alberto Teixeira através de Chico Xavier – “Presença de Chico Xavier”)
“As lágrimas com que me recordam, caem no meu coração por chuva de fogo, (...), o pensamento é uma ligação, que ainda não sabemos compreender. Quando estiverem com as nossas lem­branças mais vivas, comemorando acontecimentos, não se pren­dam à tristeza. (...) Posso, porém, dizer-lhes que estou com vocês dois, assim como alguém que carregasse no ouvido um te­lefone obrigatório. Não estou em casa, mas ouço e vejo quan­to se passa. Nosso amigos daqui me esclaressem que isso pas­sará quando a saudade for mais limpa entre nós. Saudade limpa!. Nunca pensei nisso! Mas dizem que a saudade que se faz esperança no coração, é assim como um céu claro, mas a saudade sem paciência e sem fé no futuro é semelhante a uma nuvem que se prende com a sombra e tristeza aqueles que dão alimento na própria alma.” (Marilda Menezes através de Chico Xavier – “Novamente em Casa”)
“Estou presente, rogando à senhora que me ajude com a sua paciência. Tenho sofrido mais com as suas lágrimas do que mesmo com a libertação do corpo. Isso porque a sua dor me prende à recordação de tudo o que sucedeu. E quando a se­nhora começa a perguntar como teria sido o desastre, no si­lêncio do seu desespero, sinto-me de novo na asfixia”. (William José Guagliardi através de Chico Xavier – “Vida no Além)

“Evidentemente que não vamos cultivar falsa tranquilidade, consi­derando natural que alguém muito amado parta para o plano espiritual. Por maior que seja a nossa compreensão, com certeza sofreremos muito. No entanto, devemos manter a serenidade, a confiança em Deus, não por nós mesmos, mas sobretudo em benefício daquele que partiu. Mais do que nunca ele precisa de nossa ajuda, e principalmente de nossas ora­ções.”()

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XV – Como superar a saudade

Sempre é bom sentir saudades. Significa que amamos alguém e que esse alguém é importante para nós.
Existem diversas maneiras de cultuar a memória de um ser querido que já partiu para o Plano Maior:
Usemos as flores dentro de nossa própria casa, numa forma de exaltar a Vida, e não indo ao cemitério para exaltar a Morte.
Usando a prática constante das orações, para fazermos vibrações de estima, e desejar sucesso na adaptação na Vida nova, procu­rando demonstrar, também, o quanto o nosso Amor é infinito.

Existe um exemplo, muito bonito por sinal, que foi extraido de “Violetas na Janela” (autora espiritual Patricia, através de Vera Lúcia M. Carvalho), onde a saudade pode ser superada, doando flores mentalmente para o ser amado. Patricia, no Plano Espiritual, chega na casa de sua avó. Entra no seu quarto e olha para a janela:
“A janela estava aberta dando a visão bonita da parte direita do jardim. A janela tem um delicado beiral de madeira clara e nela esta­vam vários vasos de violetas. Vasos floridos, com violetas coloridas e lindas. Lembranças vieram-me à mente. Recordei dos vasos de violetas de minha mãe, que enfeitavam os vitrôs de nossa cozinha. Pareciam as mesmas:
E são! – disse a vovó. Anézia, [mãe de Patricia], plasma com mui­to amor as violetas para você. São réplicas que enfeitam a cozinha do seu lar terreno.
Vovó, como isto é possível? – indaguei admirada.
Sua mãe muito lhe ama e tem muita saudade. Saudade esta que é um amor não satisfeito pela ausência do ser amado. Ela não desejava ou es­perava sua partida. Está se esforçando para não prejudicá-la, assim ela canaliza seu carinho e oferta as flores a você. É uma maneira que ela encontrou para demonstrar o seu amor. É uma oferta contínua. Com nossa pequena ajuda, de seus amigos aqui, estes fluídos foram e são condensados e aí estão: maravilhossas viotetas.”
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XVI – Esclarecimentos de Emmanuel()

Extraimos cinco questões (146, 147, 148, 149 e 152) do livro “O Consolador”, autoria de Emmanuel, através de Chico Xavier, referente a fase de transição da vida material para a espiritual, de muito valia para o nosso aprendizado:

[146} É fatal o instante da morte?
R: Com exceção do suicidio, todos os casos de desencarnação são deter­minados previamente pelas forças espirituais que orientam a atividade do homem sobre a Terra. (...) Existem ainda os suicidios lentos e gradativos provocados pela ambição ou pela inércia, pelo abuso ou pela inconsideração, tão perigosos para a vida da alma, quanto os que se observam, de modo espetacular, entre as lutas do mundo. Essa a razão pela qual tantas vezes se batem os Instrutores dos encarnados, pela necessidade permanente de oração e de vigilância a fim de que os seus amigos não fracassem na tentações.

[147} Proporciona a morte mudanças inesperadas e certas modificações rápidas, como será de desejar?
R: A morte não prodigaliza estados miraculosos para a nossa consciên­cia. Desencarnar é mudar de plano, como alguém que se tranferisse de uma cidade para outra, aí no mundo, sem que o fato lhe altere as en­fermidades ou as virtudes com a simples modificação dos aspectos ex­teriores. Importa observar apenas a ampliação desses aspectos, com­parando-se o plano terreno com a esfera de ação dos desencarnados. Imaginai um homem que passa de sua aldeia para uma metrópole moderna. Como se haverá, na hipótese de não se encontrar devidamente preparado em face dos imperativos da sua nova vida? A comparação é pobre, mas serve para esclarecer que a morte não é um salto dentro da Natureza. A alma prosseguirá na sua carreira evolutiva, sem milagres prodigiosos.
[148} Que espera o homem desencarnado, diretamente, nos seus primeiros tempos da vida de além-túmulo?
R: A alma desencarnada procura naturalmente as atividades que lhe eram prediletas nos circulos da vida material, obedecendo aos laços afins, tal qual se verifica nas sociedades de vosso mundo. (...) O homem desencarnado procura arduosamente no Espaço, as aglomerações afins com o seu pensamento, de modo a continuar o mesmo gênero de vida abandona­do na Terra, mas, tratando-se de criaturas apaixonadas e viciosas, a sua mente reencontrará as obsessões de materialidade, quais as do di­nheiro, do álcool, etc, obsessões que se tornam o seu martírio moral de cada hora, nas esferas mais próximas da Terra. Daí a necessidade de encararmos todas as nossas atividades no mundo como a tarefa de prepa­ração para a vida espiritual, sendo indispensável á nossa felicidade, além do sepulcro, que tenhamos um coração sempre puro.

[149} Logo após a morte, o homem que se desprende do invólucro mate­rial pode sentir a companhia dos entes amados que o precederam no além-túmulo?
R: Se a sua existência terrestre foi o apostolado do trabalho e do amor a Deus, a transição do plano terrestre para a esfera espiritual serã sempre suave. Nestas condições, poderá encontrar imediatamente aqueles que foram objeto de sua afeição no mundo, na hipótese de se encontrarem no mesmo nível de evolução. (...) Entretanto, aqueles que se desprendem da Terra, saturados de obsessões pelas posses efêmeras do mundo e tocados pela sombra das revoltas incompreensíveis, não en­contram tão depressa os entes queridos que os antecederam na sepultu­ra. Suas percepções restritas à atmosfera escura dos seus pensamentos e seus valores negativos impossibilitam-lhes as doces venturas do reencontro.

[150} A morte violenta proporciona aos desencarnados sensações diversas da chamada “morte natural”?
R: A desencarnação por acidentes, os casos fulminantes de desprendi­mento proporcionam sensações muito dolorosas à alma desencarnada, em vista da situação de surpresa ante os acontecimentos supremos e irre­mediáveis. Quase sempre, em tais circunstâncias, a criatura não se encontra devidamente preparada e o imprevisto da situação lhe traz emoções amargas e terríveis. Entretanto, essas surpresas tristes não se verificam para as almas, no caso das enfermidades dolorosas e prolongadas, em que o coração e o raciocínio se tocam das luzes das meditações sadias, observando as ilusões e os prejuízos do excessivo apego à Terra, sendo justo considerarmos a utilidade e a necessidade das dores físicas, nesse particular, porquanto somente com o seu con­curso precioso pode o homem alijar o fardo de suas impressões nocivas o mundo, para penetrar tranquilamente os umbrais da vida no Infinito.

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XVII – BIBLIOGRAFIA


- “Depois da Morte” – Léon Denis – FEB
- “Morrer não se improvisa” – Bel Cesar – Ed. Gaia
- “Quem tem medo da morte” – Richard Simonetti
- “Violetas na Janela” – Patricia através Vera Lúcia M. de Carvalho – Ed. Petit
- “Nossa Vida no Além” - Marlene Nobre – Ed. FE
- “O Consolador” – Emmanuel através de Chico Xavier
- “Evolução em dois mundos” – André Luiz através de Chico Xavier
- “Voltei” – Irmão Jacob através de Chico Xavier
- “O Livro dos Espíritos” – Allan Kardec
- “Evangelho Segundo O Espiritismo” – Allan Kardec






Organizador desta compilação: Rubens Santini
(rubsanti@uol.com.br)

A cópia é permitida, desde que sejam citadas as fontes bibliográficas.

São Paulo, agosto de 2003.




Autorizado para os sites: www.carlosparchen.net e www.cele.org.br

Um comentário:

  1. Que sensibilidade para tratar a morte!!!
    Quanta luz nesse texto!!!
    Que Deus abençoe sempre os amigos que nos proporcionam grandes momentos de reflexão e nos permitem visões mais amplas para melhorarmos nossos estudos nas reuniões doutrinárias.

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