As
mulheres em quase toda a Inglaterra são agredidas ou às vezes ficam em
situações muito desumanas, como no caso das mulheres grávidas que perdem
seus bebês (aborto) diante das violências praticadas pelos seus
esposos (muitos deles obsidiados) diagnosticados como estressados
pós-traumático. Uma delas , a britânica Lindsey Roberts, diz ter sofrido
cinco abortos após ser agredida por seu marido, o militar Andrew
Roberts, que era um obsedado e repleto de paranóias de guerra , além
de distúrbios de ansiedade contraídos nos campos de batalha (Iraque,
Afeganistão). (1)
A
obsessão é a trágica pandemia dos dias atuais. A perturbação
espiritual dos soldados oriundos dos campos de batalha não é um
problema inglês, pois nos EUA, na França, na Itália é comum existirem
homens (ex-soldados) obsidiados, portadores de
demência e distúrbios de ansiedade, contraídos nos campos de guerra,
lembrando aqui que tais países fomentam, convivem e mantêm a guerra no
planeta.
O
fato é que a ciência desses países e do mundo não alcança elucidar
suficientemente as razoáveis causas dos distúrbios espirituais ,
psicológicos e mentais de ex-combatentes. O psiquiatra se mantém
aprisionado aos limites do cérebro, fonte que, como nós espíritas
sabemos, não é a raiz essencial das patologias, sejam espirituais e/ou
mentais, mas tão somente a exteriorização do efeito da enfermidade.
A
ideia da existência de um “ente” extra físico (Espírito) pode elucidar a
origem de muitos enigmas patológicos da psiquê. Em todas as épocas da
história das civilizações, existiram psicopatas que sofriam influências
nefastas desses “entes” extra físicos (obsessores e inimigos de guerra),
e, em alguns casos, envolvendo personagens que se celebrizaram por seus
atos.
Nabucodonosor
II, rei dos Caldeus, sofreu uma licantropia e pastava no jardim do
palácio, como um animal. Tibério, envolvido por muitos espíritos
cobradores, cometeu muitos deslizes, com muita malignidade. Calígula e
Gengis-Khan marcaram presença, em função de suas aberrações psicóticas.
Domício Nero, em função de grandes desequilíbrios psíquicos, entre
tantos equívocos, mandou assassinar a mãe e sua esposa, e, depois, as
reencontrava em desdobramentos.
Até
mesmo no campo das artes encontramos obsedados por “entes” extra
físicos. Dostoiévski sofria de ataques “epilépticos”. Nietzsche
perambulou pelos asilos de “alienados”. Van Gogh cortou as orelhas num
momento de “insanidade” e as enviou de presente para sua musa
inspiradora, findando, posteriormente, a vida, com um tiro. Schumann,
notável compositor, atirou-se ao Reno, sendo salvo pelos amigos e
internado num hospício, onde ele encerrou a carreira. Edgar Allan Poe
sucumbiu arrasado pelo álcool e tendo visões infernais.
Naturalmente
há tratamento para tais problemas. A terapêutica para as tragédias
psicopatológicas (obsessivas ou não) é essencialmente preventiva. O
Espiritismo sugere a resignação ante às vicissitudes da vida que
poderiam causar o acirramento ou a atenuação da doença. Para que haja
mais sucesso no tratamento do processo obsessivo, o primeiro passo é que
se faça um bom diagnóstico do conjunto dos sintomas.
Apesar
de todos os esforços, às vezes, é difícil fazer um diagnóstico
diferencial específico, considerando que os sinais e sintomas são
idênticos, tanto na loucura, propriamente dita, com lesões cerebrais,
quanto nos processos obsessivos, onde há grande perturbação na
transmissão do pensamento.
Para
tratamentos das obsessões é fundamental que se considere a existência
do psicossoma, contextura sutil que envolve o corpo físico. “É por seu
intermédio que o Espírito encarnado se acha em relação contínua com os
desencarnados. O perispírito é o órgão sensitivo do Espírito, por meio
do qual este percebe coisas espirituais que escapam aos sentidos
corpóreos.” (2)
O
êxito do tratamento ou até mesmo “a cura se opera mediante a
substituição de uma molécula [perispiritual] malsã por uma molécula sã. O
poder curativo estará, pois, na razão direta da pureza da substância
inoculada; mas depende, também, da energia, da vontade que, quanto maior
for, tanto mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior
força de penetração dará ao fluido.” (3)
Urge,
mais uma vez, deixar bem claro que o tratamento espiritual, oferecido
na Casa Espírita, não dispensa tratamento médico. O prognóstico, de modo
geral, poderá ser bom ou ruim, considerando todos os fatores
envolvidos, especialmente, o interesse do obsidiado em profundas
transformações íntimas e a boa vontade da família em dar-lhe toda a
assistência possível sob todos os aspectos.
“A
Doutrina Espírita, aliada às Ciências Médicas, poderá se entender não
se contradizendo, mas de mãos dadas, caminhando juntas, buscando todos
os recursos disponíveis no sentido de abrandar o sofrimento do
doente[obsedado]” (4). Caso contrário, “a ciência nadará em um oceano de
incertezas, enquanto acreditar que a loucura depende, exclusivamente,
do cérebro. A ciência precisa distinguir as causas físicas das causas
morais, para poder aplicar às moléstias os meios correlativos”.(5)
Referencias bibliográficas:
[2] KARDEC, Allan. A Gênese, RJ: Ed. Feb, 29ª edição, 1986, cap. XIV
[3] KARDEC, Allan. A Gênese, RJ: Ed. Feb, 29ª edição, 1986, cap. XIV
[4] KARDEC,
Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, 117ª edição, 1990, Instituto
de Difusão Espírita - IDE, 117ª ed., cap. I, item 8
[5] MENEZES Adolfo Bezerra de. A Loucura sob um Novo Prisma, 2ª edição, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1987