NOSSA HISTÓRIA

NOSSA HISTÓRIA

Grupo Espírita Mensageiros da Luz

CNPJ 13.117.936/0001-49

Fundada em 18 de junho de 1985 . Nossas atividades se iniciaram na sede do Clube Cultural dos Violeiros de Gravataí onde fomos recebidos com muito carinho e respeito. Ali desenvolvemos os trabalhos de estudo doutrinário e formação de grupos de trabalhos. Procedente do Grupo Espirita Nosso lar em Gravataí, onde participei por 4 anos como voluntário e palestrante, eu, Carlos Eduardo Muller, resolvi fundar nossa casa espírita no Parque dos Anjos . Foi uma tarefa executada com muita alegria e acompanhada de pessoas interessadas em desenvolver um grupo de estudos para que posteriormente a casa prestasse atendimento ao público. Nosso grupo contou inicialmente com a irmã Bernadete Antunes, irmã Kátia Pisoni, irmã Maria Guiomar, irmã Ieda R. Rosa, irmã Elisabete, irmão Miguel Cardoso, irmão Everton da Silva Cardoso, irmã Eni, e dirigindo as atividades eu, Carlos Eduardo Muller. Foram 13 anos de muito aprendizado neste local, e nenhuma dificuldade nos impediu de impulsionar cada vez mais a Doutrina Espírita, pois somente através de muito esforço conseguiríamos atingir nosso objetivo: Ter uma casa Espírita com irmãos preparados espiritualmente e conhecedores da doutrina ditada pelos espíritos a Allan Kardec. Só o fato de manter um grupo em plena atividade ja era uma vitória. Todos sabíamos das responsabilidades em conduzir um trabalho 100% filantrópico. Como em todas as casas espíritas, tambem a nossa sofria e sofre com a rotatividade de colaboradores, fato compreendido por todos nós espíritas. Foram muitos os colaborabores que passaram e contribuiram de alguma forma para o crescimento do grupo. Por opção, alguns foram em busca de outros grupos e outros não conseguiram acompanhar as atividades pelo tamanho da responsabilidade que nos é dada.

Neste período criamos o programa " UM DIA SÓ PRA MIM " normalmente promovido a cada ano. São encontros promovidos com intuito de reunir pessoas da comunidade e outros grupos espíritas durante um dia inteiro com palestras variadas e trocas de informações e sugestões pelos participantes. Neste dia todos se manifestam de alguma forma no sentido de fortalecer os laços que nos unem. O primeiro encontro foi realizado na casa da irmã Eni onde tivemos a participação de aproximadamente 60 pessoas da comunidade e outros grupos. A partir deste, passamos a executar o programa anualmente. Dentre os palestrantes que nos auxiliaram nestes encontros tivemos Nazareno Feitosa procedente de Brasília DF, que aproveitando nosso evento tambem promoveu palestras em casas espíritas de Porto Alegre . Tambem contamos com a participação do dr. José Carlos Pereira Jotz que nos brindou com esposições tendo como tema medicina e saúde .

Em 1998 surgiu a oportunidade de mudança de endereço. Foi só a partir deste ano que conseguimos então organizar melhor as atividades do grupo. Foi uma experiência valiosa. Promovemos a partir de então campanhas de arrecadação de roupas e alimentos para irmãos em dificuldades e quando possível fazíamos o Sopão Comunitário para famílias mais nescessitadas.

Mas foi somente em 31 de julho de 2007 que o Grupo Espírita Mensageiros da Luz foi definitivamente registrado , tendo então uma diretoria formada e um estatuto social . Nesta data em assembléia realizada com a participação de 30 pessoas foi dado posse após votação unânime a diretoria da Sociedade Espírita Mensageiros da Luz, tendo como Presidente a irmã Maira Kubaski de Arruda e como vice Carlos Eduardo Muller. Participaram desta Assembléia , votaram e foram considerados oficialmente Sócios Fundadores as seguintes pessoas: Alexandre Fabichak Junior, Iliani Fátima Weber Guerreiro, Maira Kubaski de Arruda, Alex Sander Albani da Silva, Alexsandra Siqueira da Rosa Silva, Xenia Espíndola de Freitas, Terezinha Richter, Valéria Correia Maciel, Richeri Souza, Carla Cristina de Souza, Miriam de Moura, Maria Guiomar Narciso, Neusa Marília Duarte, Elisabete Martins Fernandes, Leandro Siqueira, Paulo dos Santos, Carlos Eduardo Muller, Camila Guerreiro Bazotti , Sislaine Guerreiro de Jesus, Luiz Leandro Nascimento Demicol, Vera Lucia de Oliveira Nunes, Ieda Rocha da Rosa, Marlon Esteves Bartolomeu, Ricardo Antonio Vicente, Miguel Barbosa Cardoso, Everton da Silva Cardoso, Maria Celenita Duarte, Vera Regina da Silva, Rosangela Cristina Vicente, e Bernadete Antunes. Todos os atos foram devidamente registrados em cartório e constam no livro ata de fundação, sob o número 54822 do livro A-4 com endossamento jurídico do Dr. Carlos Frederico Basile da Silva, advogado inscrito na OAB/RS 39.851.

Durante os meses de maio e junho de 2011 nossa casa promoveu com apoio da Federação Espirita do Rio Grande do Sul e da Ume, um curso de desenvolvimento Mediúnico ministrado as quintas feiras das 19 as 21 horas. Tivemos em média 40 participantes por tema ministrado com a inclusão de mais 4 casas espíritas de Gravataí , alem dos trabalhadores da nossa casa, fortalecendo desta forma os laços de amizade, assim como , o aperfeiçoamento de dirigentes e o corpo mediúnico das Casas Espíritas.

Hoje, nossa Casa Espírita assume uma responsabilidade maior e conta com grupo de estudos, atendimentos de passes isolado e socorro espiritual, magnetismo, atendimento fraterno , evangelização infantil, palestras, Cirurgias Espirituais (sem incisões), prateleira comunitária (arrecadação de alimentos e roupas para famílias carentes),, bem como leva ao público em geral informações valiosas através do nosso blog:
www.carlosaconselhamento.blogspot.com

Departamentos

DIJ - Depto da Infância e Juventude
DAFA- Depto da Família
DEDO - Depto Doutrinário
DECOM- Depto de Comunicação Espírita
DAPSE - Depto de Assistência Social Espírita
DP -Departamento Patrimonial



QUEM SOU EU E O QUE APRENDÍ

QUEM SOU EU E O QUE APRENDI
Alguem que busca conquistar a confiança no ser humano para poder acreditar que o mundo pode ser melhor.Aprendi que, por pior que seja um problema ou uma situação, sempre existe uma saída.Aprendi que é bobagem fugir das dificuldades.Mais cedo ou mais tarde,será preciso tirar as pedras do caminho para conseguir avançar.Aprendi que, perdemos tempo nos preocupando com fatos que muitas vezes só existem na nossa mente.Aprendi que, é necessário um dia de chuva,para darmos valor ao Sol. Mas se ficarmos expostos muito tempo, o Sol queima. Aprendi que , heróis não são aqueles que realizaram obras notáveis. Mas os que fizeram o que foi necessário ,assumiram as consequências dos seus atos. Aprendi que, não vale a pena se tornar indiferente ao mundo e às pessoas.Vale menos a pena, ainda,fazer coisas para conquistar migalhas de atenção. Aprendi que, não importa em quantos pedaços meu coração já foi partido.O mundo nunca parou para que eu pudesse consertá-lo. Aprendi que, ao invés de ficar esperando alguém me trazer flores,é melhor plantar um jardim.Aprendi que, amar não significa transferir aos outros a responsabilidade de me fazer feliz.Cabe a mim a tarefa de apostar nos meus talentos e realizar os meus sonhos. Aprendi que, o que faz diferença não é o que tenho na vida, mas QUEM eu tenho.E que, boa família são os amigos que escolhi.Aprendi que, as pessoas mais queridas podem às vezes me ferir.E talvez não me amem tanto quanto eu gostaria,o que não significa que não me amem muito,talvez seja o Maximo que conseguem.Isso é o mais importante. Aprendi que, toda mudança inicia um ciclo de construção,se você não esquecer de deixar a porta aberta. Aprendi que o tempo é muito precioso e não volta atrás.Por isso, não vale a pena resgatar o passado. O que vale a pena é construir o futuro.O meu futuro ainda está por vir.Foi então que aprendi que devemos descruzar os braços e vencer o medo de partir em busca dos nossos sonhos.



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Doutrina Espírita

Doutrina Espírita

sexta-feira, 26 de abril de 2013

O homem: corpo, alma, perispírito

Que é um ser humano?
- Um ser composto de uma alma e de um corpo, isto é, de espírito e carne.

Que é, então, a alma?
- É o princípio de vida em nós. A alma do homem é um Espírito encarnado; é o princípio da inteligência, da vontade, do amor, a sede da consciência e da personalidade.

Que é o corpo?
- O corpo é um envoltório de carne, composto de elementos materiais, sujeitos à mudança, à dissolução e à morte.

O corpo é, então, inferior à alma?
- Sim, porque ele é apenas sua vestimenta.

É necessário então desprezar o corpo, já que ele é inferior à alma?
- De maneira alguma: nada é desprezível. O corpo é o instrumento de que a alma tem necessidade para realizar seu destino; o operário não deve desprezar o instrumento com o qual ganha seu sustento.

A alma está encerrada no corpo ou é o corpo que está contido na alma?
- Nem uma nem outra coisa. A alma, que é espírito, não pode ficar encerrada num corpo; ela irradia por fora, como a luz através do cristal da lâmpada. Nenhum corpo pode mantê-la materialmente cativo; ela pode exteriorizar-se.

Como está unida a alma ao corpo, o espírito à carne?
- Por meio de um elemento intermediário, chamado corpo fluídico ou perispírito, que participa, ao mesmo tempo, da alma e do corpo, do espírito e da carne e os vincula, de alguma forma, um ao outro.

Que quer dizer a palavra perispírito?
- Esta palavra quer dizer: o que está em torno do Espírito. Da mesma forma que o fruto está contido num envoltório muito delgado chamado perisperma, o Espírito está envolvido por um corpo muito sutil denominado perispírito.

Como o perispírito pode unir a carne ao Espírito?
- Penetrando-os e permitindo se interpenetrarem. O perispírito comunica-se com a alma através de correntes magnéticas e com o corpo por meio do fluido vital e do sistema nervoso, que lhe serve, de certa forma, de transmissor.

Então, o homem é, na realidade, composto de três elementos constitutivos?
- Sim, esses três elementos são: o corpo, o espírito e o perispírito.

Quando e onde começa essa união da alma e do corpo?

- No momento da concepção, e se torna definitiva e completa por ocasião do nascimento.

A alma se separa do perispírito, quando se separa do corpo?
- Nunca. O perispírito é sua vestimenta fluídica indispensável. O perispírito precede a vida presente e sobrevive à morte. É ele que permite aos Espíritos desencarnados materializar-se, isto é, aparecer aos vivos, falar-lhes, como acontece por vezes nas reuniões espíritas.

O perispírito é então um corpo fluídico semelhante a nosso corpo material?
- Sim. É um organismo fluídico completo; é o verdadeiro corpo, as verdadeiras formas humanas, a que não muda em sua essência. Nosso corpo material se renova a cada instante; seus átomos se sucedem e se reformam; nosso rosto se transforma com a idade; o corpo fluídico propriamente dito não se modifica materialmente; ele é nossa verdadeira fisionomia espiritual, o princípio permanente de nossa identidade e de nossa estabilidade pessoal.

Onde, então, o perispírito encontrou seu fluido?
- No fluido universal, isto é, na força primordial, etérea. Cada mundo tem seus fluidos especiais, tomados ao fluido universal; cada Espírito tem seu fluido pessoal, em harmonia com o do mundo que ele habita e seu próprio estado de adiantamento.
Retirado do livro 'Síntese Doutrinária' – Léon Denis
fonte: Espírita na Net

Umbandização da prática mediúnica espírita?

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Não sou contra a Umbanda, muito menos contra os espíritos que nela laboram. Penso que lá, tal como no seio espírita, existem os que são esclarecidos e outros em condição mediana, que dão daquilo que tem, embora ainda bastante limitados em seus conhecimentos e na apreensão da realidade espiritual.
     Durante muito tempo, até os 13 anos de idade, convivi em meio às práticas de Umbanda e de Candomblé. Acompanhava meu pai em suas muitas visitas a diversas casas, em sua busca por respostas a uma série de questionamentos, e vi, com meus próprios olhos, fenômenos e prodígios de arrepiar muita gente.      Conversei com caboclos e pretos-velhos; ouvi verdades e conselhos que muito me auxiliaram; tomei banhos, provei beberagens, degustei pratos e muito aprendi durante todos aqueles anos de convivência produtiva; convivência, aliás, que em muito me preparou para o trato natural com a mediunidade, na seara espírita.      Até os dias de hoje, sou acompanhado por um espírito, que se apresenta como um “preto-velho”, cuja simpatia foi conquistada naqueles tempos e que prossegue até os dias de hoje.      Faço esse preâmbulo ao meu texto com a única finalidade de dizer que não sou contra a Umbanda, o Candomblé ou qualquer outra manifestação religiosa que encerre, no seu culto, práticas mediúnicas. Ao contrário, entendo e reconheço seu valor, acreditando que são formas válidas de crença e que trazem uma filosofia de vida que muito ensina aos seus adeptos.      Entretanto, a par do meu respeito e da minha admiração pela Umbanda, não posso, também, negar que, a partir dos 13 anos de idade, fiz a opção de abraçar o Espiritismo. Tal opção descortinou, para mim, a compreensão daqueles fenômenos que tão moleque presenciei e de outros tantos que não conhecia.      Entendi que a prática espírita, ou melhor, a prática mediúnica espírita, é destituída de amuletos, velas, ídolos ou objetos externos de adoração. Sendo, todos eles, recursos para canalizar o pensamento em busca das energias que se quer mobilizar, vamos aprendendo a utilizar a prece e a concentração nesse objetivo, sem o recurso a cultos exteriores.      Aprendi, também, que banhos e queima de pólvoras, conquanto possam trazer bem estar e surtir um efeito agradável sobre a mente e as emoções, não nos “limpam” de nossas verdadeiras impurezas. Se a “sujeira” está na alma e é de fundo moral, somente a higiene moral, surgida com a “transformação moral e os esforços para domar as más inclinações”, será capaz de libertar e proteger os indivíduos das “más influências”      Nela, na prática mediúnica espírita, não há gurus ou algo parecido, devendo, cada colaboração, ser considerada como válida e igualmente apta para nos ensinar sobre a verdade. Assim, não temos “pais” nem “mães”, “sacerdotes” ou “sacerdotisas”, “irmãos” ou “irmãs”, mas tão somente colaboradores que abraçam a tarefa mediúnica a fim de auxiliar, à medida que auxiliam a si mesmos.      Os espíritos que se comunicam, na prática mediúnica espírita, não são deuses ou seres angelicais, demônios ou santos, mas tão somente “homens sem os corpos”, pessoas que deixaram a vida física e, agora na realidade espiritual, retornam para compartilhar suas experiências e ensinamentos. Podem ser cultos ou incultos, sábios ou ignorantes, predominantemente bons ou maus, conforme suas peculiaridades, e devem ser tratados com respeito e bom senso.      Considerando que espírito, em sua realidade intrínseca, não tem cor, sexo ou idade, pouco importa se são brancos, pretos ou amarelos; homens ou mulheres; velhos ou novos – todos são iguais aos olhos de Deus, devendo ser acolhidos, amados e respeitados em sua singularidade.      Contudo, assim como, em nossa residência, alguém que nos visite e nela se hospede deverá, nada obstante seus hábitos e costumes, adaptar-se aos costumes, hábitos e regras de quem hospeda, também nós, em nossa prática mediúnica espírita, deveremos prezar pelos princípios e orientações ensinados pelo Espiritismo, esclarecendo a este ou àquele espírito quais são os critérios de colaboração e assistência daquele grupo.      Pouco importa quem seja o espírito! Se foi um padre e deseja rezar uma missa, que o faça em uma Igreja Católica, inspirando um padre, mas não no Centro Espírita! Se foi protestante e almeja pelo seu culto específico, que se dirija a um templo protestante e se reúna aos de pensamento semelhante! Se se trata de um espírito vinculado à Umbanda, pretendendo receitar banhos, limpezas, velas e práticas semelhantes, que se acerque dos Centros de Umbanda, onde encontrarão o ambiente específico para suas habilidades! Se quiserem, porém, colaborar nas Casas Espíritas, deverão se ajustar à proposta e aos critérios nelas adotados, à luz das lições de Kardec, com todas as suas peculiaridades e ensinamentos.      Voltando a minha experiência pessoal. Quando, na prática mediúnica espírita, identifiquei a presença do preto-velho que se vinculou a mim desde os tempos da Umbanda, fiz-lhe a seguinte proposta: “poderemos trabalhar juntos, desde que o amigo aceite os critérios apresentados pelo Espiritismo”. Como ele aceitou, seguimos, há quase 20 anos, numa parceria mediúnica profícua e de muito aprendizado recíproco.      Não se trata, volto a dizer, de qualquer tipo de discriminação. Também não emito qualquer juízo de valor, dizendo que este é bom ou aquele é ruim. Tampouco é um ato de intolerância religiosa, ou mesmo de “coro à desunião”. Seremos, sempre, todos unidos no desejo de fazer o Bem, embora por caminhos distintos. Como tudo é uma questão de opção, que cada coisa seja colocada no seu devido lugar e cada um busque a prática e a vivência com que melhor se identifique.

     Nem devemos “espiritizar” a Umbanda, nem devemos “umbandizar” o Espiritismo!

Pedro Camilo (Salvador/BA) 

Advogado. Mestre em Direito Público pela Universidade Federal da Bahia. Professor Auxiliar de Direito Penal e Processual Penal da Universidade do Estado do Bahia. Escritor e expositor espírita. Trabalhador do Núcleo Espírita Telles de Menezes, de Salvador, Bahia. Escreveu os livros "Yvonne Pereira: uma heroína silenciosa", "Devassando a mediunidade" e "Mediunidade: para entender e refletir"; organizou o livro "Pelos caminhso da mediunidade serena"; mediunicamente, o Espírito Bento José escreveu, por seu intermédio, "Mente Aberta.

  fonte: http://www.redeamigoespirita.com.br/group/artigosespiritas/forum/topics/umbandizacao-da-pratica-mediunica-espirita-por-pedro-camilo

A CRIANÇA OBSIDIADA


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“Aliás, não é racional considerar-se a infância como um estado normal de inocência. Não se vê em crianças dotadas dos piores instintos, numa Idade em que ainda nenhuma influência pode ter tido a educação?
Donde a precoce perversidade, senão da inferioridade do Espírito, uma vez que a educação em nada contribuiu para isso?” (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec questão 199-a.)

Crianças obsidiadas suscitam em nós os mais profundos sentimentos de solidariedade e comiseração.
Tal como acontece ante as demais enfermidades que atormentam as crianças, também sentimos ímpetos de protegê-las e aliviá-las, desejando mesmo que nada as fizesse sofrer.
Pequeninos seres que se nos apresentam torturados, inquietos, padecentes de enfermidades impossíveis de serem diagnosticadas, cujo choro aflito ou nervoso nos condói e impele à prece imediata em seu benefício, são muita vez obsidiados de berço. Outros se apresentam sumamente irrequietos, irritados desde que abrem os olhos para o mundo carnal. Ao crescer, apresentar-se-ão como crianças-problemas, que a Psicologia em vão procura entender e explicar.
São crianças que já nascem aprisionadas — aves implumes em gaiolas sombrias —, trazendo nos olhos as visões dos panoramas apavorantes que tanto as inquietam. São reminiscências de vidas anteriores ou recordações de tormentos que sofreram ou fizeram sofrer no plano extrafísico, antes de serem encaminhadas para um novo corpo. Conquanto a nova existência terrestre se apresente difícil e dolorosa, ela é, sem qualquer dúvida, bem mais suportável que os sofrimentos que padeciam antes de reencarnar.
O novo corpo atenua bastante as torturas que sofriam, torturas estas que tinham as suas nascentes em sua própria consciência que o remorso calcinava. Ou no ódio e revolta em que se consumiam.
E as bênçãos de oportunidades com que a reencarnação lhes favorece poderão ser a tão almejada redenção para essas almas conturbadas.
A Misericórdia Divina oferecerá a tais seres instantes de refazimento, que lhes chegarão por vias indiretas e, sobretudo, reiterados chamamentos para que se redimam do passado, através da resignação, da paciência e da humildade.
Na obra “Dramas da Obsessão”, Bezerra de Menezes narra a vida de Leonel, que desde a infância apresentou crises violentas, evidenciando a quase possessão por desafetos do pretérito. Este mesmo Leonel, já adulto e casado, acompanhou a espinhosa existência de sua filha Alcina, que como ele era obsidiada desde o berço.
Crianças que padecem obsessões devem ser tratadas em nossas instituições espíritas através do passe e da água fluidificada, e é imprescindível que lhes dispensemos muita atenção e amor, a fim de que se sintam confiantes e seguras em nosso meio. Tentemos cativá-las com muito carinho, porque somente o amor conseguirá refrigerar essas almas cansadas de sofrimentos, ansiando por serem amadas.
Fundamental, nesses casos, a orientação espírita aos pais, para que entendam melhor a dificuldade que experimentam, tendo assim mais condições de ajudar o filho e a si próprios, visto que são, provavelmente, os cúmplices ou desafetos do pretérito, agora reunidos em provações redentoras. Devem ser instruídos no sentido de que façam o Culto do Evangelho no Lar, favorecendo o ambiente em que vivem com os eflúvios do Alto, que nunca falta àquele que recorre à Misericórdia do Pai.
A criança deve ser levada às aulas de Evangelização Espírita, onde os ensinamentos ministrados dar-lhe-ão os esclarecimentos e o conforto de que tanto carece.
O número de crianças obsidiadas tem aumentado consideravelmente. Há bem pouco tempo chegaram às nossas mãos, quase simultaneamente, cinco pedidos de orientação a crianças que se apresentavam todas com a mesma problemática de ordem obsessiva.
Um desses casos era gravíssimo.
Certa criança de três anos e alguns meses vinha tentando o suicídio das mais diferentes maneiras, o que lhe resultara, inclusive, ferimentos: um dia, jogou-se na piscina; em outro, atirou-se do alto do telhado, na varanda de sua casa; depois, quis atirar-se do carro em movimento, o que levou os familiares a vigiá-la dia e noite. Seu comportamento, de súbito, tornou-se estranho, maltratando especialmente a mãe, a quem dirigia palavras de baixo calão que os pais nunca imaginaram ser do seu conhecimento.
Foram feitas reuniões de desobsessão em seu benefício, quando se verificaram as origens do seu estado atual. Atormentada por muitos obsessores, seu comprometimento espiritual é muito sério.
As outras crianças mencionadas tinham sintomas semelhantes: acordavam no meio da noite, inconscientes, gritando, falando e rindo alto, não atendiam e nem respondiam aos familiares, nem mesmo dando acordo da presença destes.
Todas são menores de cinco anos.
Com a terapêutica espírita completa, essas crianças melhoraram sensivelmente, sendo que três retornaram ao estado normal.
por Suely Caldas Schubert, Do livro: Obsessão e Desobsessão.
fonte: http://blog.forumespirita.net/2013/04/26/4486/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+blogforumespirita+%28Blog+F%C3%B3rum+Esp%C3%ADrita%29

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Se aspiras a convencer os que te rodeiam quanto à verdade,
não olvides que, acima de todos os fenômenos passageiros e discutíveis, o único argumento edificante de que dispões
é o de tua própria conduta, no livro da própria vida.
Emmanuel/Francisco Cândido Xavier

Pode acreditar

Talita 3 Falará você na bondade a todo instante, mas, se não for bom, isso será inútil para a sua felicidade.
Sua mão escreverá belas páginas, atendendo a inspiração superior; no entanto, se você não estampar a beleza delas em seu espírito, não passará de estafeta sem inteligência.

Lerá maravilhosos livros, com emoção e lágrimas; todavia, se não aplicar o que você leu, será tão-somente um péssimo registrador.
Cultivará convicções sinceras, em matéria de fé; entretanto, se essas convicções não servirem à sua renovação para o bem, sua mente estará resumida a um cabide de máximas religiosas.
Sua capacidade de orientar disciplinará muita gente, melhorando personalidades; contudo, se você não se disciplinar, a lei o defrontará com o mesmo rigor com que ela se utiliza de você para aprimorar os outros.
Você conhecerá perfeitamente as lições para o caminho e passará, ante os olhos mortais do mundo, à galeria dos heróis e dos santos; mas, se não praticar os bons ensinamentos que conhece, perante as leis Divinas recomeçará sempre o seu trabalho e cada vez mais dificilmente.
Você chamará a Jesus; mestre e senhor…; se não quiser, porém, aprender a servir com ele, suas palavras soarão sem qualquer sentido.
*  *  *
André Luiz
(Mensagem retirada do livro “Agenda Cristã” psicografia de Francisco Cândido Xavier)
fonte: http://blog.forumespirita.net/2013/04/24/pode-acreditar/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+blogforumespirita+%28Blog+F%C3%B3rum+Esp%C3%ADrita%29

Acreditar em Deus é determinante para os efeitos da crença em nossa vida e saúde

Se, para muitos, a religião não deve ser misturada com a ciência, estudos em diferentes universidades, de várias localidades do mundo, demonstram que a saúde e o bem-estar de um paciente dependem bastante da capacidade do médico de lidar com sua fé e religiosidade, e não apenas com seu quadro clínico.


Como fator promotor de saúde, a religião tem funções importantes nesse sentido: promove comportamentos de vida sustentáveis e ajuda a desenvolver e a manter sociedades e famílias voltadas para nossa proteção, além do estímulo a evoluir cada vez mais como ser humano, para alcançar no final da vida o desejado encontro com Deus.


Médico e presidente da Associação Médico-Espírita do Mato Grosso do Sul, autor dos livros Fisiologia Transdimensional, A Reencarnação como Lei Biológica, Ser Médico e Ser Humano e O Homem no Fundo do Espelho, Décio Iandoli Júnior afirma que a informação de que a crença em Deus pode trazer benefícios à saúde, a humanidade traz de maneira quase inata, mas que agora, com as pesquisas científicas, isso tem se confirmado. “Vários aspectos da crença em Deus podem promover a saúde: dá sentido às dores e significado ao sofrimento; traz esperança de recuperação na doença; traz expectativa de vida após a morte; e reduz o estresse emocional. Entretanto, essa crença também pode trazer malefícios, dependendo da forma como acreditamos em Deus, por exemplo, se passamos toda a responsabilidade por nossa vida para Ele, se acreditamos em dogmas geradores de ansiedade, como o inferno pela eternidade para os pecadores, ou no castigo divino de um deus vingativo e severo, antropomórfico. Sendo assim, a forma de acreditar em Deus é determinante para os efeitos que essa crença provocará em nossas vidas e em nossa saúde”, explica.

Sobre a possibilidade de a continuidade da vida poder trazer melhorias às pessoas, Iandoli defende que, à medida que nossas perspectivas mudam, passamos a ver nossa vida encarnada de uma forma mais próxima da realidade, ou seja, como algo temporário, uma experiência didática, levando nossa atenção ao que realmente importa, que é a construção interna, a do nosso espírito. “Para a maioria de nós, a crença em Deus e na imortalidade da alma só aparece de uma forma teórica nos momentos de dor ou dificuldade, e permanecemos empregando nossas forças e atenção nos aspectos materiais e temporais que a encarnação nos apresenta. A firme convicção na vida após a morte pode ajudar as pessoas a ajustarem o foco de suas vidas”, afirma.

Dogmas

Há religiões que, apesar da crença em Deus, podem apresentar aspectos negativos nos tratamentos de saúde. Nesse caso, Iandoli crê que o problema está nos dogmas, ou seja, as premissas básicas de uma religião, que devem ser aceitas sem discussão, sem questionamentos, e a partir das quais se desenvolve o pensamento filosófico-doutrinário. “Acontece que os dogmas não são verdades por si, são imposições, e geralmente levam a raciocínios e conclusões errôneas, além de afastar seus seguidores de avanços importantes da Medicina, provocando prejuízo à saúde. Alguns aspectos conhecidos são um bom exemplo desse problema, como é o caso da proibição de vacinar as crianças, de se fazer o pré-natal ou de receber transfusão de sangue”, diz.

Muitos estudos científicos têm embasado a relação religião-saúde. Um dos principais autores nesse sentido é o dr. Harold Koenig, da Universidade de Duke nos Estados Unidos. Seus trabalhos publicados já evidenciam a importância dessa relação, a ponto de surgirem disciplinas na maior parte das universidades norte-americanas para estudar o assunto. Não é mais uma questão de “se”, mas de “como” nossa espiritualidade interfere na saúde. “Muitos autores já se debruçam sobre o assunto e diversas teorias e constatações têm surgido. Particularmente, acreditamos que esses estudos estão, lentamente, descortinando a ‘interface físico-etérica’, ou seja, as estruturas e os mecanismos transdimensionais que permitem a relação cérebro-mente, corpo-espírito. Nossos estudos e reflexões sobre o assunto, que têm como ponto de partida a obra de André Luiz, psicografada por Francisco Cândido Xavier, apontam-nos para uma biologia voltada para a Física Quântica, a Bioquímica e a Genética, e já contamos com importantes trabalhos nessas áreas do conhecimento, como os livros A Biologia da Crença, de Bruce H. Lipton; Moléculas da Emoção, de Candace Pert; e Código Divino, de Kazuo Murakami”, lembra.

Religião e fé

Mas como diferenciar fé de religião? A fé é nossa construção íntima, gerada a partir de influências culturais, incluindo a religião, reagindo com nossas experiências de vida e nossa capacidade crítica. “A fé não refletida, a aceitação tácita dos dogmas é, em minha opinião, o maior de todos os problemas que enfrentamos como coletividade. Nossa fé deve ser construída de forma racional e discutida. Não acredito na máxima de que ‘ter fé é acreditar sem discutir’. Esse é o argumento dos que desejam manipular e conduzir as massas, distorcendo nobres bases morais e humanitárias na direção de seus interesses particulares e transitórios”, diz.


A entrevista completa com o médico Décio Iandoli Júnior, também apresentador do programa Ciência e Espiritualidade, transmitido pela Rede Mundo Maior, pode ser conferida na revista Saúde e Espiritualidade, edição 5, disponível no site da Associação Médico-Espírita do Brasil: 

www.amebrasil.org.br. 
Giovana Campos
fonte: http://www.forumespirita.net/fe/accao-do-dia/acreditar-em-deus-e-determinante-para-os-efeitos-da-crenca/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+forumespirita+%28Forum+Espirita+email+news+100+topicos%29#.UXnKmsros60 

Siga em frente

Não desanimes.
Persiste mais um tanto.
Não cultives pessimismo.
Centraliza-te no bem a fazer.
Esquece as sugestões do medo destrutivo.
Segue adiante, mesmo varando a sombra dos próprios erros.
Avança ainda que seja por entre lágrimas.
Trabalha constantemente.
Edifica sempre.
Não consintas que o gelo do desencanto te entorpeça o coração.
Não te impressiones nas dificuldades.
Convence-te de que a vitória espiritual é construção para o dia-a-dia.

Não desistas da paciência.
Não creias em realizações sem esforço.
Silêncio para a injúria
Olvido para o mal.
Perdão às ofensas.
Recorda que os agressores são doentes.
Não permitas que os irmãos desequilibrados te destruam o trabalho ou te apaguem a esperança.
Não menosprezes o dever que a consciência te impõe.
Se te enganaste em algum trecho do caminho, reajusta a própria visão e procura o rumo certo.
Não contes vantagens nem fracassos.
Não dramatizes provações ou problemas.
Conserva o hábito da oração para quem se te faz a luz na vida intima.
Resguarda-te em Deus e persevera no trabalho que Deus te confiou.
Ama sempre, fazendo pelos outros o melhor que possas realizar.
Age auxiliando.
Serve sem apego.
E assim vencerás.
*  *  *
Emmanuel
(mensagem psicografada pelo médium Francisco Candido Xavier – do livro “Astronautas do além” – edição GEEM)
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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Leia e Estude obras Espíritas

A Fé e a Credulidade


Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.
ALLAN KARDEC
 

A Fé é uma das características do homem, encarnado ou não, assim como o amor e a esperança. Mas o que é fé? No dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, esse substantivo feminino quer dizer firmeza na execução de uma promessa ou de um compromisso e crença ou confiança.

Fé é muito mais que crença e com ela não se confunde. A esperança, um elemento intrínseco da estrutura da vida, da dinâmica e do espírito do homem está intimamente ligada à fé.

Até o presente a fé só foi compreendida no sentido religioso, porque o Cristo a revelou como poderosa alavanca, e porque nele só viram um chefe de religião. Mas há uma distinção entre religião e fé. Religião é uma organização, como rabinos ou padres, bispos e tradições. Ter fé não significa necessariamente reconhecer qualquer uma dessas organizações. Somos conectados diretamente a Deus sem precisar de rabinos ou padres.

No seu aspecto religioso, a fé é a crença nos dogmas particulares que constituem as diferentes religiões, e todas elas têm os seus artigos de fé. Nesse sentido a fé pode ser raciocinada ou cega. A fé cega nada examina, aceitando sem controle o falso e o verdadeiro, e a cada passo se choca com a evidência da razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo.

 No homem, a fé é o sentimento inato de seus destinos futuros; é a consciência que ele tem das faculdades imensas depositadas em germe no seu íntimo, a princípio em estado latente, e que lhe cumpre fazer que desabrochem e cresçam pela ação da sua vontade ativa.

O magnetismo é uma das maiores provas do poder da fé posta em ação. É pela fé que ele cura e produz esses fenômenos singulares, qualificados outrora de milagres. Se todos os encarnados se achassem persuadidos da força que em si trazem, e se quisessem por a vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o que, até hoje, eles chamaram prodígios e que, no entanto, não passa de um desenvolvimento das faculdades humanas.

A fé sincera e verdadeira é sempre calma, faculta a paciência que sabe esperar, porque, tendo seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão da coisas, tem a certeza de chegar ao objetivo visado.

Existe uma distinção importante entre fé racional e irracional. Enquanto a fé racional é o resultado da atividade interior da pessoa, em pensamento ou sentimento, a fé irracional é a submissão a determinada coisa que se aceita como verdadeira, independentemente de sê-lo ou não. O elemento essencial em toda a fé irracional é o caráter passivo, seja o seu objeto um ídolo, um líder, uma ideologia.

Na esfera das relações humanas, ter fé em outra pessoa significa estar certo da sua essência, isto é, da confiança e imutabilidade das suas atitudes fundamentais. No mesmo sentido, podemos ter fé em nós mesmos, não na constância das nossas opiniões, mas na nossa orientação básica em relação à vida, na matriz da estrutura do nosso caráter. Essa fé é condicionada pela experiência do eu, pela nossa capacidade de dizer “eu” legitimamente, pelo sentido da nossa identidade.

A certeza de alguma coisa, Isto é, desta fé racional, somente é conseguida através de esforço, de estudo, ou seja, para se adquirir a verdadeira fé é indispensável o trabalho, o raciocínio, o estudo e o esforço, quando, então, se chega a uma conclusão segura.

Embora haja certas semelhanças entre fé e credulidade, as diferenças são enormes e fundamentais. A credulidade é a aceitação fácil e ingênua de tudo. É acreditar em algo ou em alguém sem fundamentação. A fé é depositar confiança em algo ou alguém com a certeza de que essa confiança foi testada e fundamentada.

Necessário guardar-se de confundir a fé com a presunção. A verdadeira fé se alia à humildade. Aquele que a possui deposita sua confiança em Deus, mais do que em si mesmo, pois sabe que, simples instrumento da vontade de Deus, nada pode sem Ele. A presunção é menos fé que orgulho, e o orgulho é sempre castigado cedo ou tarde, pela decepção e os malogros que lhes são infligidos.

A fé necessita de uma base, e essa base é a perfeita compreensão daquilo que se deve crer. Para crer, não basta ver, é necessário sobretudo compreender.

Não há dúvida de que a fé não pode ser prescrita, ou o que é ainda mais justo: não pode ser imposta. Não, a fé não se prescreve, mas se adquire, e não há ninguém que esteja impedido de possuí-la, mesmo os mais refratários.

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Obras consultadas: O Evangelho Segundo o Espiritismo
Allan Kardec
A Revelação da Esperança - Erich Fromm
Convivência - Emmanuel
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FORTALEZA

"Sabendo que a tribulação produz fortaleza." - Paulo (Romanos, 5:3)

Quereis fortaleza? Não vos esquiveis à tempestade.

Muita gente pretende robustecer-se ao preço de rogativas para evitar o serviço áspero. Chegada a preciosa oportunidade de testemunhar a fé, internam-se os crentes, de maneira geral, pelos caminhos largos da fuga, acreditando-se em segurança. Entretanto, mais dia menos dia, surge a ocasião dolorosa em que abrem falência de si mesmos.

Julgam-se, então, perseguidos e abandonados.

Semelhantes impressões, todavia, nascem da ausência de preparo interno.

Esquecem-se os imprevidentes de que a tempestade possui certas funções regeneradoras e educativas que é imprescindível não menosprezar.

A tribulação é a tormenta das almas. Ninguém deveria olvidar-lhe os benefícios.

Quando a verdade brilhar, no caminho das criaturas, ver-se-á que obstáculos e sofrimentos não representam espantalho para os homens, mas sim quadros preciosos de lições sublimes que os aprendizes sinceros nunca podem esquecer.

Que seria da criança sem a experiência?que será do espírito sem a necessidade?

Aflições, dificuldades e lutas são forças que compelem à dilatação de poder, ao alargamento de caminho.

É necessário que o homem, apesar das rajadas aparentemente destruidoras do destino, se conserve de pé, desassombradamente, marchando firme ao encontro dos sagrados objetivos da vida.Nova luz lhe felicitará, então, a esfera íntima, conduzindo-o desde a terra, à gloriosa ressurreição no plano espiritual.

Escutemos as palavras de Paulo e vivamo-las! Ai daqueles que se deitarem sob a tempestade!
Os detritos projetados do monte pelas correntes do aguaceiro poderão sufocá-los, arrastando-os para o fundo do abismo.



pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Vinha de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier.

PAZ ÍNTIMA

Para que uma conduta pacifista se estabeleça e predomine no homem, faz-se necessária uma vontade forte que promova a revolução interior, em violência contra si mesmo, através da revisão e reestruturação dos conceitos sobre a vida, assumindo uma posição de princípios definidos, sem titubeios nem ambigüidades escapistas.

Tomada essa conduta, a marcha se faz amena, porque o homem passa a considerar todos os sucessos do ponto de vista espiritual, isto é, da transitoriedade da existência corporal e da perenidade do Espírito.

Desse modo, muda a paisagem dos fenômenos humanos que, efeitos de causas profundas, devem ser examinados e corrigidos nas suas gêneses, antes que mediante a irrupção de novos incidentes, em razão das reações tomadas contra os mesmos.

Agir com lucidez ao invés de reagir pela força, é a conduta certa, porque procedente da razão, antes que decorrente do instinto-paixão dissolvente.

Não há outra alternativa para o ser inteligente, senão o uso da razão em todo momento e em qualquer ocorrência nas quais seja colhido.

A sua reação não pode ultrapassar o limite do equilíbrio, sustando o golpe que lhe foi desferido ou o amortecendo no algodão da misericórdia em favor de quem lho aplicou...

Mediante esse processo, ruem as barreiras da intolerância, e do ódio; acabam-se as distâncias impeditivas à fraternidade; apagam-se as mágoas; diluem-se os rancores, porque ninguém logra vencer aquele que a si próprio já se venceu.

Os ultrajes não o afetam; as agressões não o intimidam; a morte não o atemoriza, porque ele é livre, portador de uma liberdade que algema nenhuma escraviza ou aprisiona, nem cárcere algum limita...

É, portanto, imbatível, terminando por fazer-se amado, mártir dos ideais e das aspirações de todos. Pronto!



pelo Espírito Victor Hugo - Do livro: Árdua Ascensão, Médium: Divaldo Pereira Franco.

sábado, 20 de abril de 2013

Transição Planetária

 
 
 “A população terrestre alcança a passos largos o expressivo número de sete bilhões de seres reencarnados simultaneamente, disputando a oportunidade da evolução...
 Embora as grandes aquisições do conhecimento tecnológico e dos avanços da ciência na sua multiplicidade de áreas, nestes dias conturbados os valores transcendentes não têm recebido a necessária consideração dos estudiosos que se dedicam à análise e à promoção dos recursos humanos, vivendo mais preocupados com as técnicas do que com o comportamento moral, que é de suma importância. Por isso, a herança que se transfere para as gerações novas que ora habitam o planeta diz mais respeito à ganância, ao prazer dos sentidos físicos, à conquista de espaço de qualquer maneira, dando lugar à violência e à desordem...
 Têm ocupado lugar o materialismo e o utilitarismo, contexto em que muitos se comprazem distantes da solidariedade, da compaixão e dos espíritos fraternal, ante a dificuldade da real vivência do amor, conforme ensinado e vivido por Jesus.
 Os indivíduos parecem anestesiados em relação aos tesouros da alma, com as exceções compreensíveis.
 Felizmente, o fim do mundo de que falam as profecias refere-se àquele de natureza moral, com a ocorrência natural de sucessos trágicos que arrebatarão comunidades, facultando a renovação, que a ausência do amor não consegue lograr como seria de desejar...

Esses fenômenos não se encontram programados para tal ou qual período, num fatalismo aterrador como muitos que ignoram a extensão do amor de Nosso Pai divulgam, mas para um largo período de transformações, adaptações, acontecimentos favoráveis à vigência da ordem e da solidariedade entre todos os seres.
É compreensível, portanto, que a ocorrência mais grave esteja, de certo modo, a depender do livre-arbítrio das próprias criaturas humanas, cuja conduta poderá apressar ou retardar a sua constituição, suavizando-a ou agravando-a...
Se as mentes, ao invés do egoísmo, da insensatez e da perversidade, emitissem ondas de bondade e de compaixão, de amor e de misericórdia, certamente o panorama na Terra seria outro.
Compreendendo-se a transitoriedade da experiência física, no futuro a psicosfera do planeta será muito diferente porque as emissões do pensamento alterarão as faixas vibratórias atuais que contribuirão para a harmonia de todos e para o aproveitamento do tempo disponível.
O amor de Nosso Pai e a ternura de Jesus para com o Seu rebanho diminuirão a gravidade dos acontecimentos, mediante também a compaixão e a misericórdia, embora a severidade da lei do progresso.
Todos nos encontramos, desencarnados e encarnados, comprometidos com o programa da transição planetária para melhor. Por essa razão, todos devemos empenhar-nos no trabalho de transformação moral interior, envolvendo-nos em luz, de modo que nenhuma treva possa causar-nos transtorno ou levar-nos a dificultar a marcha da evolução.
Certamente, os espíritos fixados nas paixões degradantes sintonizarão com ondas vibratórias próprias a mundos inferiores, para eles transferindo-se por sintonia, onde se tornarão trabalhadores positivos pelos recursos que já possuem em relação a essas regiões atrasadas nas quais aprenderão as lições da humildade e do bem proceder. Tudo se encadeia nas leis divinas, nunca faltando recursos superiores para o desenvolvimento moral do espírito.
Nesse imenso processo de transformação molecular até a conquista da angelitude, há vários meios propiciatórios para o crescimento intelecto-moral, sem as graves injunções desagradáveis. Todos esses meios, entretanto, têm como base o amor e o trabalho.
Assim, a divulgação do Espiritismo é de fundamental importância por demonstrar a todos a imortalidade, a justiça divina, a mediunidade, os mecanismos de valorização da experiência na reencarnação e o imenso significado de cada momento existencial. Desse modo, convidemos a todos o aprendizado pelo amor, à reflexão e ao labor da caridade fraternal com que se enriquecerão, preparando-se para a libertação inevitável pela desencarnação, quando ocorrer.
Louvar e agradecer ao Senhor do Universo pela glória da vida que nos é concedida e suplicar-Lhe auxílio para sermos fiéis aos postulados do pensamento de Jesus, nosso Mestre e Guia, constituem deveres nossos em todos os momentos.
Entretanto, todos os trabalhadores do bem devem atentar para o fato de que experimentarão o aguilhão da dificuldade, sofrerão o apodo e a incompreensão desenfreada que têm sido preservados pela invigilância dos que nada contribuem.
Todos serão chamados ao sacrifício, de alguma forma, a fim de demonstrarem a excelência dos conteúdos evangélicos, considerando-se, por um lado, as injunções pessoais que exigem reparação e, por outro, a fidelidade que pede confirmação pelo exemplo.
Que se não estranhem as dificuldades que se apresentam inesperadamente, causando, não poucas vezes, surpresa e angústia. Por isso, o refúgio da razão apresenta-se o lugar seguro para reabastecer as forças e seguir com alegria.
As entidades que se comprazem na volúpia da vampirização das energias dos encarnados distraídos e insensatos, voltam-se contra os emissários de Jesus onde se encontrem, gerando conflitos em sua volta e agredindo-os com ferocidade. O trabalhador do Mestre, por sua vez, deve voltar-se para a alegria do serviço, agradecendo aos Céus a oportunidade auto iluminativa, sem que nisso ocorra qualquer expressão de masoquismo. Aliás, constitui-nos uma honra qualquer sofrimento por amor ao ideal da verdade, à construção do mundo novo.
Que o discernimento superior possa assinalar-nos a todos, e que os mais valiosos recursos que se possuam sejam colocados à disposição do Senhor da Vinha que segue à frente.”
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Dr. Bezerra de Menezes (espírito) em Amanhecer de uma nova era, de Manoel Philomeno de Miranda (espírito), psicografia de Divaldo Franco.
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fonte:  www.adde.com.br
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sexta-feira, 12 de abril de 2013

AVISO DO ALTO


Narra-se que Chico Xavier estava parado defronte ao correio, conversando com seu irmão André, quando um policial passou por perto e, colocando o braço direito sobre seu ombro, lhe disse:

Muito obrigado, Chico!
E foi andando.
Chico ficou intrigado com aquele agradecimento. Não podia atinar com a causa.

À tarde, ao regressar do serviço, viu defronte a um bar um bloco de trabalhadores da fábrica e, no meio deles, o guarda que o abraçara pela manhã.
Passou mais perto e observou que o guarda tentava a­partar uma briga entre dois irmãos, que se desentenderam por coisas de somenos importância.
O policial, vendo inúteis seus esforços e porque a discussão já se generalizava, envolvendo todo o bloco, tirou da cintura o revólver e ia usá-lo para impor sua autoridade.
Chico, mais que depressa, chegou perto e pediu-lhe:
Calma, meu irmão.

O guarda voltou-se contrariado mas, reconhecendo Chico, como que envergonhado do seu ato, parou de súbito e exclamou:
Muito obrigado, Chico!
Controlou-se, usou da palavra, aconselhou e o bloco foi desfeito com o arrefecimento dos ânimos...
À noite, indo Chico para o Centro Espírita, encontrou-se com o oficial novamente:
Chico, ia procurá-lo e agradecer-lhe, muito de coração, o bem que você me fez, por duas vezes.
Por duas vezes? Como?
Anteontem sonhei com você, que me dizia: "Cuidado, não saia de casa carregando arma à cintura como sempre o faz. Evite isso por uns dias..."

Por isso é que lhe disse, hoje, pela manhã: "Obrigado, Chico!" Referia-me ao sonho, ao seu aviso.
Mas me esqueci de atendê-lo. Saí armado e, se não fosse o concurso de nossos amigos espiri­tuais na hora justa, teria feito hoje uma grande bobagem. Poderia até ter matado alguém... Mas a lição ficou, Chico.
Muito obrigado, Deus nos ajude sempre!

O fato mostra, primeiramente, como Chico era um instrumento da paz neste mundo. Visitando o amigo em sonho e depois o salvando, pessoalmente, de se comprometer seriamente com a vida.

Também mostra como ainda ignoramos mensagens claras de alerta, de aviso, que buscam nos preservar de problemas maiores na existência.
A espiritualidade se utiliza dos sonhos, das intuições e até dos que estão ao nosso redor para nos dar recados, para nos trazer advertências preciosas.
Só quem está com os pensamentos em equilíbrio e com a alma tranquila, consegue ouvir e se aproveitar dessas oportunidades inigualáveis.

Aqueles que estamos nervosos, afundados em ódios e pensamentos negativos, tornamo-nos surdos a qualquer bom conselho que possa nos ser dado.
Os Espíritos influenciam muito nossos pensamentos e atos. Escolher que conselhos vamos ouvir, que influências, boas ou más, iremos nos permitir, é escolha apenas nossa.
Utilizemos nossa sensibilidade. Prestemos maior atenção às intuições. Paremos, sempre que possível, elevando o pensamento em oração e perceberemos que podemos receber muito mais ajuda do que imaginamos.


Fonte: Redação do Momento Espírita, com base no cap.48, do livro Lindos casos de Chico Xavier, de Ramiro Gama, ed. Lake.


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“Os espíritos protetores nos ajudam com os seus conselhos, através da voz da consciência, que fazem falar em nosso íntimo - mas como nem sempre lhes damos a necessária importância, oferecem-nos outros mais diretos, servindo-se das pessoas que nos cercam”

Allan Kardec

fonte: http://www.espiritbook.com.br/profiles/blog/show?id=6387740%3ABlogPost%3A1048705&xgs=1&xg_source=msg_share_post

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Caridade Integral

À questão 893, de O Livro dos Espíritos, Kardec indagava aos luminares espirituais qual seria a mais meritória das virtudes; ao que os espíritos responderam ser aquela que nasce da mais desinteressada caridade.
Habitualmente, quando falamos em caridade, pensamos em assistência material, muito embora não seja somente esse o seu significado como verá. E ao falarmos em caridade material, lembramo-nos de sua mais elementar manifestação, que é a esmola, que, a propósito, foi alvo da questão 888, daquela mesma obra, em que Kardec assim questionava:
Que se deve pensar da esmola?
“Condenando-se a pedir esmola, o homem se degrada física e moralmente: embrutece-se. Uma sociedade que se baseie na lei de Deus e na justiça deve prover a vida do fraco, sem que haja para ele humilhação. Deve assegurar a existência dos que não podem trabalhar, sem lhes deixar a vida à mercê do acaso e da boa-vontade de alguns.”
Diante de tão incisiva resposta, o Codificador acrescentava (888-a):
Dar-se-á reproveis a esmola?
“Não; o que merece reprovação não é a esmola, mas a maneira por que habitualmente é dada”. O homem de bem, que compreende a caridade de acordo com Jesus, vai ao encontro do desgraçado, sem esperar que este lhe estenda a mão.
E complementam:
“... Nem sempre o mais necessitado é o que pede. O temor de uma humilhação detém o verdadeiro pobre, que muita vez sofre sem se queixar. A esse é que o homem verdadeiramente humano sabe ir procurar, sem ostentação”.
Uma vez, então, indo ao encontro daquele que necessita “sem que haja para ele humilhação”, por que meio podemos avaliar se estamos de fato praticando uma caridade satisfatória?
Na passagem evangélica intitulada “A oferta da viúva pobre” (Mc 12: 41 a 44), já exaustivamente estudada, Jesus nos demonstrou que a importância da caridade material não se avalia pela quantia que se dá, mas, sim, pelo sentimento de desprendimento com que se dá — pode-se dar muito ou pouco, com muito ou pouco amor.
Entretanto, importa ressaltar que a distribuição indiscriminada de recursos nem sempre resulta na prática da caridade responsável.
A esse respeito, Kardec, à questão 896, também da primeira obra basilar, indagava:
“Há pessoas desinteressadas, mas sem discernimento, que prodigalizam seus haveres sem utilidade real, por lhes não saberem dar emprego criterioso. Têm algum merecimento essas pessoas?”
Tendo obtido a seguinte elucidação:
“Têm o do desinteresse, porém não o do bem que poderiam fazer. O desinteresse é uma virtude, mas a prodigalidade irrefletida constitui sempre, pelo menos, falta de juízo. A riqueza, assim como não é dada a uns para ser aferrolhada num cofre forte, também não o é a outros para ser dispersada ao vento. Representa um depósito de que uns e outros terão de prestar contas, porque terão de responder por todo o bem que podiam fazer e não fizeram, por todas as lágrimas que podiam ter estancado com o dinheiro que deram aos que dele não precisavam.”
Por extensão de raciocínio, se, em sã consciência, entregarmos certo recurso financeiro nas mãos de quem dele se utilizará de maneira irresponsável, para alimentar vícios ou excessos de qualquer ordem, certamente estaremos contribuindo para a queda de alguém; e contribuir para a queda de alguém jamais será considerado um ato de caridade.
Por outro lado, sem reduzir em momento algum a importância da caridade material, os Espíritos, à questão 886, novamente da primeira obra básica, nos afirmam, peremptoriamente, que o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus, se traduz por benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições alheias e perdão das ofensas. Eis aí a caridade moral, que também deve ser exercida sempre que possível, mas, também, mediante certas precauções.
Oportunamente, recordamo-nos de um episódio relatado pelo Espírito André Luiz, no capítulo 31, de sua obra intitulada Nosso Lar, psicografada por Chico Xavier, em que a questão da responsabilidade no exercício da caridade nos foi exemplificada de modo bastante significativo.
Encontravam-se André Luiz e Narcisa em Nosso Lar, quando uma figura de mulher se aproxima de um dos acessos daquela colônia implorando por socorro, em lamentável condição espiritual. Imediatamente o Vigilante-Chefe é convocado, e, ao examinar atentamente a recém-chegada das regiões umbralinas, afirma que, naquele momento, a triste criatura não poderia receber o socorro desejado. Confessando-se escandalizado, como muito provavelmente nós mesmos nos mostraríamos, André Luiz indaga se não seria faltar aos deveres cristãos abandonar aquela sofredora à própria sorte; ao que o responsável pela segurança aduz que assim agira por haver detectado cinquenta e oito pontos escuros que maculavam o períspirito daquela entidade, e que correspondiam a exatamente cinquenta e oito crianças por ela assassinadas ao nascerem, umas por golpes esmagadores, outras por asfixia.
Ao ser cientificada sobre o motivo que lhe impedia a entrada, a desafortunada criatura, antes aparentemente humilde, toma-se de cólera, passando a dirigir palavras extremamente agressivas ao seu interlocutor, demonstrando o seu verdadeiro estado de espírito.
Dando curso à valiosa lição, o Vigilante-Chefe afirma que, caso a infeliz entidade lograsse acesso àquela paragem de refazimento, certamente levaria extrema desarmonia a todos quantos ali se encontravam. E concluiu asseverando: “...a infeliz será atendida alhures pela Bondade Divina, mas, por princípio de caridade legítima, na posição em que me encontro, não lhe poderia abrir nossas portas.” (grifei)
Percebemos, pelo exposto, que, muitas vezes, a caridade se cumpre de maneira efetiva quando dizemos não, pois que, assim, estaremos propiciando àquele que erra, uma oportunidade para que, através do tempo e do esforço íntimo, possa avaliar toda a amplitude das consequências de seus atos.
A realidade é que a vida nos acena constantemente com as mais variadas possibilidades de atuação no campo da caridade.
Assim, ela estará presente no amparo material, através do pão que alimenta; da água que mata a sede; do abrigo que acolhe; do agasalho que ameniza o frio ou do recurso financeiro que suaviza a penúria—é a caridade material.
Senti-la-emos sendo elaborada na intimidade do ser, através das ondas mentais que emitirmos sob a forma do perdão silencioso que enobrece; da prece íntima que revigora ou do amor verdadeiro que liberta; são atitudes mentais salutares que, em primeiro lugar, nos favorecem, e, lançadas no espaço, certamente beneficiarão todos a quem se dirijam, encarnados ou desencarnados - é a caridade mental.
Far-se-á vibrante através das palavras que enunciemos; muitas são as tragédias íntimas e coletivas que a cada dia podemos evitar pela palavra que, quando sábia, orienta e edifica; quando suave, sufoca o pranto; quando indulgente, atenua a culpa; quando consoladora, dissipa o sofrimento; quando plena de amor, rompe o ódio ou quando em forma de oração, nos aproxima de Deus - é a caridade verbal.
Mas se pela palavra somos caridosos, também o podemos ser quando silenciamos ante uma ofensa desatada pelo desequilíbrio ou emudecemos para ouvir um desabafo de quem por tantas vezes não encontrou quem o fizesse - é a caridade passiva.
E, por estarmos encarnados, nosso corpo também se servirá à fraternidade, através do amplexo comovido que transfunde energia; do afago paternal que envolve uma criança; de um beijo carinhoso que aproxima as almas ou de um simples aperto de mão que faz brotar o sorriso num rosto antes amargurado - é a caridade gestual.
E se Deus nos concedeu, em qualquer grau ou modalidade, a ferramenta da mediunidade, como recurso precioso de auxílio a encarnados e desencarnados, estaremos aptos a praticar a solidariedade através das faculdades mediúnicas de que dispusermos - é a caridade mediúnica.
Só nos resta, então, porfiar nos caminhos que nos levam à eliminação lenta e gradual do orgulho e do egoísmo, o que somente se fará possível através da prática da caridade, em suas múltiplas e divinas manifestações, pois que, fora dela, conforme estatui a máxima eternizada pelo Espiritismo, não há salvação; salvação essa que representa para nós, espíritas, a inevitável purificação espiritual — única finalidade de nossas sucessivas existências.

Referência bibliográficas:

1) O Livro dos Espíritos-Edição FEB (questões 886, 888, 893 e 896)
2) Novo Testamento-(Evangelho de Marcos, cap. 12, v. 41 a 44). Tradução: João Ferrreira de Almeida
(Artigo originalmente publicado na Revista Internacional de Espiritismo, Ano LXXVI, no 10, Novembro de 2001
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