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Para armazenar amor no coração é indispensável ampliar as fontes da piedade
“Ó estúpido amor-próprio, tola vaidade e louco orgulho, quando sereis
substituídos pela caridade cristã, pelo amor ao próximo e pela
humildade que o Cristo exemplificou?” – Um Espírito Amigo[1]
Há que se caminhar com tranquilidade e fé na senda evolutiva, vez que os percalços são muitos e quase impérvios os caminhos…
No início da peregrinação evolutiva, o Espírito é envolvido na
vertigem do instinto. Depois, mais corrompido e experiente,
desborda-se nas paixões chãs e, no decorrer dos evos, cada um é o
somatório dessas mesmas paixões cultivadas, sendo o acentuado e estúpido
amor- próprio, a vaidade, o orgulho e o egoísmo – pai de todos os
vícios – os corolários naturais desse caldo cultural insano… Por isso
mesmo, quando despertamos do sono ancestral, entram em conflito os dois
homens: o velho e o novo. “E nem poderia ser diferente” – informa Joanna
de Ângelis[2], e continua: “(…) Chocam-te as atitudes de beligerância
entre os companheiros e aturdem-te reações que os levam a assumir
posições danosas ao trabalho. Muitos, ainda ontem, opunham-se tenazmente
ao que ora aceitam e a transição mental de uma para outra ideia ou
opinião nem sempre se faz acompanhada por uma real mudança de atitude e
de comportamento.
Há quem se afervore a um serviço, desde que esse esforço o promova;
muitos apoiam as realizações somente quando elas os beneficiam;
inumeráveis trabalhadores apenas cooperam com aqueles que se lhes
submetem ao talante…
Sê tu quem ajuda, sem condições nem exigências. Coloca o combustível
da paciência e do amor na chama que arde no teu sentimento espírita e
prossegue. Ninguém é obrigado a ajudar-te nem a compreender-te. Tu, no
entanto, deves a todos auxiliar e entender. Desde que já consegues
superar um pouco as tuas limitações e dificuldades, faze-te o
companheiro dos outros, ensinando sem palavras o que se deve fazer, como
fazer e para que fazer o bem sem descanso”.
Os Benfeitores Espirituais informaram ao insigne Codificador da
Doutrina dos Espíritos ser “preciso que o princípio do Bem e o horror ao
mal morem no coração do homem”.
Nesse passo, a magna lição do “argueiro e da trave” oferecida por
Jesus é de vital importância para quantos estejam dispostos a vencer a
batalha contra o “homem velho” ergastulado no lado sombra de todos nós
e, consequentemente, vencer também o egoísmo e seu terrível séquito de
caudatários que se aninham no coração imobilizando-o para os tentames do
amor e da ascensão espiritual. O começo dessa verdadeira guerra está em
“trabalhar” as emoções. O Espírito Hammed[3] nos indica o roteiro: “(…)
As emoções devem ser ‘integradas’, ou seja, primeiramente, devemos nos
permitir ‘sentir’; logo após devemos julgá-las e ‘pensar’ sobre nossas
necessidades ou desejos em pauta e, a partir de então, ‘agir’ com
livre-arbítrio, executando ou não, conforme nossa vontade achar
conveniente.
O mecanismo de nos ‘consentir’, de ‘raciocinar’ e de ‘integrar’
emoções, determinará nossos êxitos ou nossas derrotas frente às estradas
de nossa existência.
As emoções são muito importantes, visto que é através delas que nos
individualizamos e nos diferenciamos uns dos outros. Ninguém sente,
pois, exatamente igual, isto é, com a mesma potência e intensidade, seja
no entusiasmo frente a uma situação prazerosa, ou na frustração ao
observar uma meta perdida. Podemos pensar igual aos outros, mas para um
mesmo pensamento, criaturas diversas têm múltiplas reações emocionais.
Assim considerando, as emoções não são certas ou erradas, boas ou
impróprias, mas apenas energias que dependem do direcionamento que
dermos a elas. Reconhecê-las ou admiti-las não significa, de maneira
alguma, que vamos sempre ‘agir’ de acordo com elas.
Em face dessa conjuntura, quando negadas ou reprimidas, não
desaparecem como por encanto, mas, por serem energias, quando
reprimidas, elas se alojarão em determinados órgãos e congestionarão as
entranhas mais íntimas da estrutura psicossomática dos indivíduos.
Ao abafarmos as emoções, podemos gerar uma grande variedade de
doenças autodestrutivas. Abafá-las pode também nos levar a reações mais
exacerbadas ou à completa ausência de reações, à apatia… Portanto,
quando tomamos amplo contato com nosso lado emocional, começamos a
reconhecer vestígios a respeito de nós mesmos, que nos proporcionarão
uma autodescoberta, autopreservação, segurança íntima e crescimento
pessoal.
Ao ignorarmos nossas reações emocionais, não investigando sua origem
em nós mesmos, teremos sempre a tendência de ‘projetá-las’ nos outros.
Às vezes, tentamos fazer nossas emoções desaparecerem, porque as
tememos. Reconhecer o que realmente sentimos exigiria ação, mudança e
decisão de nossa parte, e, muitas vezes, seríamos colocados face a face
com as verdades inadmissíveis e inconcebíveis por nós mesmos, portanto,
tentamos projetá-las como sendo emoções não nossas, mas, sim, dos
outros.
Em razão disso, certos indivíduos condenam veementemente os ‘ciscos’
nos outros, e somente veem em tudo luxúria e perversão, desonestidade ou
ambição. É possível que esses mesmos indivíduos estejam reprimindo o
reconhecimento de que eles próprios trazem consigo emoções semelhantes
às que condenam.
Na lição do ‘argueiro e da trave’, Jesus reconhecia a universalidade
desse processo psicológico, a ‘projeção’ e, como sempre, asseverava a
necessidade da busca de si mesmo, para não transferirmos nossos traços
de personalidade desconhecidos às coisas, às situações e aos outros. O
Mestre nos inspirava ao mergulho em nossa própria intimidade, a fim de
que pudéssemos enxergar o ‘lado obscuro’ de nossa personalidade. Ao
tomarmos esse contato imprescindível com nossas ‘sombras’, a consciência
do ser se torna mais lúcida, crítica e responsável, descortinando
amplos e novos horizontes para o seu desenvolvimento e plenitude
espiritual.
Finalizando, atentemos para a análise: as condutas alheias que mais
nos irritam são aquelas que não admitimos estar em nós mesmos. Os outros
nos servem de espelho, para que realmente possamos nos reconhecer”.
Quando aquela turba estava prestes a linchar pelo apedrejamento a
pobre mulher flagrada em adultério, Jesus desarmou a todos, simplesmente
fazendo as criaturas ali presentes mirarem a imagem que o espelho do
lado sombra de cada um deles refletia. E quando mergulhamos em nosso
lado sombra, não ficamos nada lisonjeados com a visão que temos. Daí a
completa impossibilidade de arbitrar sobre os erros alheios. Que cada um
‘dê conta de sua própria administração’, conforme o aconselhamento
paulino.
Mudemos o enfoque de nossa visão e mantenhamos o corcel das paixões e
emoções devidamente subjugado pela férrea vontade de crescer
espiritualmente, abandonando em definitivo os pântanos e lodaçais
rasteiros, alcandorando-nos na direção dos Cimos Gloriosos da
Emancipação Espiritual definitiva, repetindo em uníssono com Jesus: “Eu
venci o mundo”.
Substituamos “o estúpido amor-próprio, a tola vaidade e o louco
orgulho, pela caridade cristã, pelo amor ao próximo e pela humildade que
o Cristo exemplificou”, agasalhando no coração o princípio do bem que
gerará o horror ao mal.
Segundo Neio Lúcio[4], “(…) Quem procura o Sol do Reino Divino há de
armar-se de amor para vencer na grande batalha da luz contra as trevas. E
para armazenar o amor no coração é indispensável ampliar as fontes da
piedade”.
fonte:
http://blog.forumespirita.net/2013/03/23/o-principio-do-bem-o-horror-ao-mal/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+blogforumespirita+%28Blog+F%C3%B3rum+Esp%C3%ADrita%29