NOSSA HISTÓRIA

NOSSA HISTÓRIA

Grupo Espírita Mensageiros da Luz

CNPJ 13.117.936/0001-49

Fundada em 18 de junho de 1985 . Nossas atividades se iniciaram na sede do Clube Cultural dos Violeiros de Gravataí onde fomos recebidos com muito carinho e respeito. Ali desenvolvemos os trabalhos de estudo doutrinário e formação de grupos de trabalhos. Procedente do Grupo Espirita Nosso lar em Gravataí, onde participei por 4 anos como voluntário e palestrante, eu, Carlos Eduardo Muller, resolvi fundar nossa casa espírita no Parque dos Anjos . Foi uma tarefa executada com muita alegria e acompanhada de pessoas interessadas em desenvolver um grupo de estudos para que posteriormente a casa prestasse atendimento ao público. Nosso grupo contou inicialmente com a irmã Bernadete Antunes, irmã Kátia Pisoni, irmã Maria Guiomar, irmã Ieda R. Rosa, irmã Elisabete, irmão Miguel Cardoso, irmão Everton da Silva Cardoso, irmã Eni, e dirigindo as atividades eu, Carlos Eduardo Muller. Foram 13 anos de muito aprendizado neste local, e nenhuma dificuldade nos impediu de impulsionar cada vez mais a Doutrina Espírita, pois somente através de muito esforço conseguiríamos atingir nosso objetivo: Ter uma casa Espírita com irmãos preparados espiritualmente e conhecedores da doutrina ditada pelos espíritos a Allan Kardec. Só o fato de manter um grupo em plena atividade ja era uma vitória. Todos sabíamos das responsabilidades em conduzir um trabalho 100% filantrópico. Como em todas as casas espíritas, tambem a nossa sofria e sofre com a rotatividade de colaboradores, fato compreendido por todos nós espíritas. Foram muitos os colaborabores que passaram e contribuiram de alguma forma para o crescimento do grupo. Por opção, alguns foram em busca de outros grupos e outros não conseguiram acompanhar as atividades pelo tamanho da responsabilidade que nos é dada.

Neste período criamos o programa " UM DIA SÓ PRA MIM " normalmente promovido a cada ano. São encontros promovidos com intuito de reunir pessoas da comunidade e outros grupos espíritas durante um dia inteiro com palestras variadas e trocas de informações e sugestões pelos participantes. Neste dia todos se manifestam de alguma forma no sentido de fortalecer os laços que nos unem. O primeiro encontro foi realizado na casa da irmã Eni onde tivemos a participação de aproximadamente 60 pessoas da comunidade e outros grupos. A partir deste, passamos a executar o programa anualmente. Dentre os palestrantes que nos auxiliaram nestes encontros tivemos Nazareno Feitosa procedente de Brasília DF, que aproveitando nosso evento tambem promoveu palestras em casas espíritas de Porto Alegre . Tambem contamos com a participação do dr. José Carlos Pereira Jotz que nos brindou com esposições tendo como tema medicina e saúde .

Em 1998 surgiu a oportunidade de mudança de endereço. Foi só a partir deste ano que conseguimos então organizar melhor as atividades do grupo. Foi uma experiência valiosa. Promovemos a partir de então campanhas de arrecadação de roupas e alimentos para irmãos em dificuldades e quando possível fazíamos o Sopão Comunitário para famílias mais nescessitadas.

Mas foi somente em 31 de julho de 2007 que o Grupo Espírita Mensageiros da Luz foi definitivamente registrado , tendo então uma diretoria formada e um estatuto social . Nesta data em assembléia realizada com a participação de 30 pessoas foi dado posse após votação unânime a diretoria da Sociedade Espírita Mensageiros da Luz, tendo como Presidente a irmã Maira Kubaski de Arruda e como vice Carlos Eduardo Muller. Participaram desta Assembléia , votaram e foram considerados oficialmente Sócios Fundadores as seguintes pessoas: Alexandre Fabichak Junior, Iliani Fátima Weber Guerreiro, Maira Kubaski de Arruda, Alex Sander Albani da Silva, Alexsandra Siqueira da Rosa Silva, Xenia Espíndola de Freitas, Terezinha Richter, Valéria Correia Maciel, Richeri Souza, Carla Cristina de Souza, Miriam de Moura, Maria Guiomar Narciso, Neusa Marília Duarte, Elisabete Martins Fernandes, Leandro Siqueira, Paulo dos Santos, Carlos Eduardo Muller, Camila Guerreiro Bazotti , Sislaine Guerreiro de Jesus, Luiz Leandro Nascimento Demicol, Vera Lucia de Oliveira Nunes, Ieda Rocha da Rosa, Marlon Esteves Bartolomeu, Ricardo Antonio Vicente, Miguel Barbosa Cardoso, Everton da Silva Cardoso, Maria Celenita Duarte, Vera Regina da Silva, Rosangela Cristina Vicente, e Bernadete Antunes. Todos os atos foram devidamente registrados em cartório e constam no livro ata de fundação, sob o número 54822 do livro A-4 com endossamento jurídico do Dr. Carlos Frederico Basile da Silva, advogado inscrito na OAB/RS 39.851.

Durante os meses de maio e junho de 2011 nossa casa promoveu com apoio da Federação Espirita do Rio Grande do Sul e da Ume, um curso de desenvolvimento Mediúnico ministrado as quintas feiras das 19 as 21 horas. Tivemos em média 40 participantes por tema ministrado com a inclusão de mais 4 casas espíritas de Gravataí , alem dos trabalhadores da nossa casa, fortalecendo desta forma os laços de amizade, assim como , o aperfeiçoamento de dirigentes e o corpo mediúnico das Casas Espíritas.

Hoje, nossa Casa Espírita assume uma responsabilidade maior e conta com grupo de estudos, atendimentos de passes isolado e socorro espiritual, magnetismo, atendimento fraterno , evangelização infantil, palestras, Cirurgias Espirituais (sem incisões), prateleira comunitária (arrecadação de alimentos e roupas para famílias carentes),, bem como leva ao público em geral informações valiosas através do nosso blog:
www.carlosaconselhamento.blogspot.com

Departamentos

DIJ - Depto da Infância e Juventude
DAFA- Depto da Família
DEDO - Depto Doutrinário
DECOM- Depto de Comunicação Espírita
DAPSE - Depto de Assistência Social Espírita
DP -Departamento Patrimonial



QUEM SOU EU E O QUE APRENDÍ

QUEM SOU EU E O QUE APRENDI
Alguem que busca conquistar a confiança no ser humano para poder acreditar que o mundo pode ser melhor.Aprendi que, por pior que seja um problema ou uma situação, sempre existe uma saída.Aprendi que é bobagem fugir das dificuldades.Mais cedo ou mais tarde,será preciso tirar as pedras do caminho para conseguir avançar.Aprendi que, perdemos tempo nos preocupando com fatos que muitas vezes só existem na nossa mente.Aprendi que, é necessário um dia de chuva,para darmos valor ao Sol. Mas se ficarmos expostos muito tempo, o Sol queima. Aprendi que , heróis não são aqueles que realizaram obras notáveis. Mas os que fizeram o que foi necessário ,assumiram as consequências dos seus atos. Aprendi que, não vale a pena se tornar indiferente ao mundo e às pessoas.Vale menos a pena, ainda,fazer coisas para conquistar migalhas de atenção. Aprendi que, não importa em quantos pedaços meu coração já foi partido.O mundo nunca parou para que eu pudesse consertá-lo. Aprendi que, ao invés de ficar esperando alguém me trazer flores,é melhor plantar um jardim.Aprendi que, amar não significa transferir aos outros a responsabilidade de me fazer feliz.Cabe a mim a tarefa de apostar nos meus talentos e realizar os meus sonhos. Aprendi que, o que faz diferença não é o que tenho na vida, mas QUEM eu tenho.E que, boa família são os amigos que escolhi.Aprendi que, as pessoas mais queridas podem às vezes me ferir.E talvez não me amem tanto quanto eu gostaria,o que não significa que não me amem muito,talvez seja o Maximo que conseguem.Isso é o mais importante. Aprendi que, toda mudança inicia um ciclo de construção,se você não esquecer de deixar a porta aberta. Aprendi que o tempo é muito precioso e não volta atrás.Por isso, não vale a pena resgatar o passado. O que vale a pena é construir o futuro.O meu futuro ainda está por vir.Foi então que aprendi que devemos descruzar os braços e vencer o medo de partir em busca dos nossos sonhos.



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Doutrina Espírita

Doutrina Espírita

sábado, 29 de maio de 2010

Religião e Deus


Quantos são os caminhos para encontrar Deus? De quantas estradas é feito o nosso trilhar para entender as coisas de Deus? Quais são os caminhares que nos levam a Deus?

Não houve na História da Humanidade cultura alguma que não tivesse nos seus valores o entendimento de Deus.

As formas de interpretação da Divindade variaram às centenas, porém, nenhum povo houve que negasse a existência de uma força maior a comandar os desígnios do Universo.

Assim, crer na existência de Deus transcende o aspecto cultural e se insere na essência do sentimento humano de que existe um Criador a gerar a vida, do macro ao microcosmo.

E, ao longo da História, vários foram os ensaios para se explicar e entender Deus.

Seja o deus castigo e vingança das civilizações antigas, ou o deus concebido em forma humana, como nas mitologias greco-romanas, ou ainda o deus natureza dos celtas, sempre foram tentativas do homem de entender Deus.

E hoje, como entendemos Deus?

Provavelmente as suas respostas e explicações acerca da Divindade estão pautadas em uma explicação doutrinária ou religiosa.

E é exatamente para isso que as religiões se estruturam: para nos ajudar a redescobrir Deus, Suas Leis, Seus desígnios e para Ele nos voltarmos.

Desta forma, podemos entender a religião não como um fim e sim um meio. O meio que encontramos para entender Deus e tê-Lo na nossa vida diária.

E, sendo a religião o meio que usamos para reencontrar Deus, é natural que cada um de nós tenha necessidade de um caminho que seja coerente e próprio em relação ao seu amadurecimento emocional, seus valores e conceitos.

Por isso, cada um de nós escolhe essa ou aquela escola religiosa, esse ou aquele caminho para chegar a Deus.

Porém, para Deus, todos os caminhos que levem a Ele são dignos de respeito. Toda doutrina, toda religião que nos torne melhores, é válida.

Além disso, devemos lembrar que a religião por si só não basta em nossa vida. Como também, para sermos pessoas de bem, a religião não é imprescindível.

Há inúmeras pessoas que, sem professarem nenhuma religião, têm uma vida de respeito ao próximo, de conduta ilibada, de retidão de caráter inquestionável.

E outras, apegadas a essa ou aquela escola religiosa, se mostram só preocupadas com a externalidade da religião, cuidando muito pouco do seu mundo íntimo.

Se a religião que escolhemos nos faz pessoas melhores, nos ajuda a entender as Leis de Deus, a nos entender e a entender ao próximo, essa é a melhor religião para nós.

Porém, se ainda nos vinculamos a uma religião, preocupados com o que os outros estão vendo ou pensando, somente para satisfazer vaidades ou expectativas nossas ou de outros, há que se repensar como estamos construindo nossa relação com Deus.

O mais significativo para nós deve ser perceber que a religião que adotamos é o meio que encontramos de construir a religiosidade em nós, do entendimento de Deus, respeitando o próximo nos caminhos que ele escolher para compreender Deus e trazê-Lo para dentro de si.



Redação do Momento Espírita.

Em 28.05.2010.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

FALTA DE AMOR

Havia uma garota cega que se odiava pelo fato de ser cega. Ela também odiava a todos exceto seu namorado! Um dia ela disse que se pudesse ver o mundo, ela se casaria com seu namorado. Em um dia de sorte, alguém doou um par de olhos a ela! Então o seu namorado perguntou a ela: "Agora que você pode ver, você se casa comigo?" A garota estava chocada quando ela viu que seu namorado era cego. Ela disse: "Eu sinto muito, mas não posso me casar com você porque você é cego!" O namorado afastando-se dela em lágrimas disse: "Por favor, apenas cuide bem dos meus olhos, eles eram muito importantes pra mim!"

NUNCA despreze quem ama você!! As vezes as pessoas fazem certos sacrifícios e nós nem ligamos.
QUE POSSAMOS REFLETIR QUE O QUE FALTA NO MUNDO É AMOR!!!

O Espiritismo e os Sonhos - Parte1/2

O Espiritismo não faz interpretação de sonhos. Eles reproduzem as impressões que o Espírito recebeu nos momentos em que se libertou do corpo físico e podem expressar ou não o que aconteceu nesses momentos. Por outro lado, os sonhos possuem uma importância, seja como mensagens do nosso inconsciente - registros desta ou de existência anteriores - ou como lembranças de experiências de nosso Espírito fora do corpo, no contato com outros Espíritos. No entanto, muito cuidado. Os sonhos precisam ser considerados como probabilidades e não certezas, pois podem simbolizar algo muito diferente ou até mesmo oposto daquilo que aparenta.

Os sonhos têm muitas causas e podem ser entendidos de muitas formas. Eles não precisam ser encarados como negativos e podem ser acolhidos, não em busca de interpretações definitivas, mas promovendo reflexões construtivas. Em casos em que o tipo de sonhos ou a repetição dos mesmos estejam causando medos ou ansiedade para o indivíduo, o recomendável é procurar um analista ou um grupo psicoterápico especializado no assunto.
Ressaltamos o alerta com Allan Kardec, que dedica o capítulo 8 de 'O Livro dos Espíritos' ao fenômeno da emancipação da alma, onde desenvolve um estudo sobre o sono e os sonhos. Questionando a Espiritualidade Superior sobre o significado dos sonhos, foi informando que eles "não são verdadeiros como entendem os ledores de sorte, pelo que é absurdo admitir que sonhar com uma coisa anuncia outra. Eles são verdadeiros no sentido de apresentarem imagens reais para o Espírito, mas que frequentemente, não tem relação com o que se passa na vida corpórea. Muitas vezes, ainda são uma recordação, outras, um pressentimento do futuro, se Deus o permite, ou a visão do que se passa no momento em outro lugar, a que a alma se transporta" (questão 404). Os Benfeitores amigos vão além e distinguem dois tipos de sonhos: aqueles que resultam de uma perturbação decorrente da partida e volta do Espírito durante a emancipação pelo sono, que mescla elementos da vida de vigília e aqueles que são lembranças de nossas atividades espirituais. E alertam: "procurai distinguir bem essas duas espécies de sonho dentre os que vos lembrais; sem isso, caireis em contradições e erros que serão funestos à vossa fé”. (questão 402 de 'O Livro dos Espíritos').

André Luiz faz algumas considerações sobre o tema no livro 'Conduta Espírita' (psicografia de Waldo Vieira). No capítulo 30, com o título "Perante os Sonhos", alerta que devemos encarar com naturalidade os sonhos, sem nos preocupar aflitivamente com quaisquer fatos ou ideias que se reportem a eles. Ao invés de buscarmos interpretações complexas, identifiquemos sempre os objetivos edificantes das cenas e histórias percebidas nos sonhos. André Luiz alerta ainda que não devemos dar guarida às interpretações supersticiosas, principalmente àquelas que pretendam correlacionar os sonhos com jogos de azar e acontecimentos mundanos. Além disso, é preciso considerar que a grande maioria dos sonhos é resultado de reflexos psicológicos ou de transformações relativas ao próprio campo orgânico.

Por fim, lembremos André Luiz, que nos informa da necessidade de “preparar um sono tranquilo pela consciência pacificada nas boas obras, acendendo a luz da oração, antes de entregarmo-nos ao repouso normal” (do livro 'Conduta Espírita', capítulo 30). Orientação semelhante nos traz Martins Peralva, afirmando que “o esforço de evangelização de nossas vidas e a luta incessante pela modificação dos nossos costumes, objetivando a purificação dos nossos sentimentos, dar-nos-ão, sem dúvida, o prêmio de sonhos edificantes e maravilhosos, expressando trabalho e realização” (capítulo 27 do livro 'Estudando a Mediunidade').

Fonte: Site OSGEFIC -
Blog Espírita na Net

CAMINHOS


São muitos os caminhos... Caminhos tranquilos, plenos de flores, transitados sem problemas nem esforço.

Caminhos tortuosos, difíceis, cheios de pedregulhos, de aspereza e dificuldades.

Caminhos fáceis que conduzem a abismos profundos, como gargantas abertas no verde da selva.

Caminhos desconhecidos, que conduzem a alturas imensuráveis, margeando a montanha.

Caminhos de lama, após a chuva torrencial. Caminhos áridos, na terra castigada pelo sol ardente.

Caminhos ásperos, cheios de ervas daninhas e espinheiros. Caminhos curtos. Caminhos longos.

Em verdade, todos os caminhos têm algo em comum: o de permitirem ao viajante chegar a algum lugar.

Assim, o mais importante não é escolhe-lo por sua beleza, facilidade ou comprimento. O mais importante é saber onde se pretende chegar.

Na Terra, todos andamos por várias vias: as da comodidade, dos prazeres, das facilidades. São os caminhos curtos, fáceis e que conduzem o ser às bocas escancaradas dos abismos das paixões.

Existem aqueles que, de forma egoísta, preferem caminhar solitários e se perturbam após exaustiva marcha.

Os maus seguem trilhas suspeitas e se perdem em sombras.

Os que se afeiçoam ao bem seguem os caminhos da esperança e se iluminam. São vias de dificuldades, de tormentos e de dissabores. Caminhos espinhosos e difíceis, mas que dão acesso a portos de paz.

São eles que permitem ao homem alcançar as paragens superiores do bem que nunca morre e do amor que sempre dura.

Os servidores da caridade escolhem roteiros de ação constante pelo bem ao próximo e alcançam lugares de ventura.

A opção é individual e cada um a realiza de acordo com os sonhos e ideais acalentados na alma e os valores que carregue em sua intimidade.

Alcançar a felicidade breve e fugaz ou conquistar a alegria perene é decisão pessoal.

Na diversidade de tantos rumos, os homens se perturbam ou se tornam livres.

Contudo, não há ninguém que siga pelos caminhos de Jesus e que não deixe de alcançar o fim que almeja: a felicidade integral.

Hoje como ontem, Jesus, o Mestre incomparável, prossegue convidando o Seu rebanho, desejando atrair todos para Si.

O Seu convite perene é para que nos acerquemos Dele usufruindo de paz, alcançando a esperança e trabalhando sempre.

* * *

Ante a falta de tempo de que tanto reclamamos, face aos inúmeros quefazeres do dia-a-dia, é necessário parar para revisar e repensar Jesus.

Retornar aos Seus caminhos e percorrê-los com ternura é tarefa inadiável ao ser humano.

Assim procedendo, com certeza haveremos de experimentar o calor da Sua presença e a presença do Seu amor.

Ninguém há que possa prescindir de Jesus, escolher outros caminhos e ser feliz.



Redação do Momento Espírita com base no prefácio do livro

Pelos caminhos de Jesus, pelo Espírito Amélia Rodrigues,

psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

NESCESSIDADE DA MEDITAÇÃO


A meditação é recurso valioso para uma existência sadia e tranquila.

Você medita?

Caso sua resposta tenha sido não, é sempre tempo de começar.

Através dela o homem adquire o conhecimento de si mesmo, penetrando na sua realidade íntima e descobrindo recursos que nele dormem inexplorados.

Meditar significa reunir os fragmentos da emoção num todo harmonioso que elimina as fobias e ansiedades, liberando os sentimentos que aprisionam o indivíduo, impossibilitando-lhe o avanço para o progresso.

As pressões e excitações do mundo agitado e competitivo, bem como as insatisfações e rebeldias íntimas, geram um campo de conflito na personalidade.

Esse campo de conflito termina por enfermar o indivíduo que se sente desajustado.

A meditação propõe a terapia de refazimento, conduzindo-o aos valores realmente legítimos pelos quais deve lutar.

Não se faz necessária uma alienação da sociedade. Tampouco a busca de fórmulas ou de práticas místicas ou a imposição de novos hábitos em substituição dos anteriores.

Algumas instruções singelas são úteis para quem deseje renovar as energias, reoxigenar as células da alma e revigorar as disposições otimistas.

A respiração calma e profunda, em ritmo tranquilo, é fator essencial para o exercício da meditação.

Logo após, o relaxamento dos músculos, eliminando os pontos de tensão nos espaços físicos e mentais, mediante a expulsão da ansiedade e da falta de confiança.

Em seguida, manter-se sereno, imóvel quanto possível, fixando a mente em algo belo, superior e dinâmico. Algo como o ideal de felicidade, além dos limites e das impressões objetivas.

Esse esforço torna-se uma valiosa tentativa de compreender a vida, descobrir o significado da existência, da natureza humana e da própria mente.

Por esse processo, há uma identificação entre a criatura e o Criador, compreendendo-se, então, quem somos, por que e para que se vive.

Esse momento não deve ser interrogação do intelecto. É de silêncio.

Não se trata de fugir da realidade objetiva mas de superá-la.

Não se persegue um alvo à frente. Antes, se harmoniza o todo.

O indivíduo, na sua totalidade, medita, realiza-se, libera-se da matéria, penetrando na faixa do mundo extrafísico.

* * *

Crie o hábito da meditação, após as fadigas.

Reserve alguns minutos ao dia para a meditação, para a paz que renova para outras lutas.

Terminado o seu refazimento, ore e agradeça a Deus a bênção da vida, permanecendo disposto para a conquista dos degraus de ascensão que deve galgar com otimismo e vigor.

Redação do Momento Espírita com base no cap. 16 do livro

Alegria de viver, pelo Espírito Joanna de Ângelis,

psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

APARENCIAS


O ser humano costuma se preocupar com a imagem que transmite ao mundo.

Há regras de comportamento e de vestimentas para as mais variadas ocasiões.

Conforme o local, as exigências mudam.

Há ambientes formais e informais, mais ou menos sofisticados.

Para ter uma boa aparência, as pessoas cuidam de seu vestuário e de seu corpo.

Uma imagem desleixada em geral dificulta o sucesso profissional.

Também a vida social oscila conforme o apuro da apresentação pessoal.

É bom e necessário que haja preocupação em ser asseado, agradável no trato e em se vestir conforme a ocasião.

Esse acatamento das regras sociais constitui sinal de respeito às pessoas com quem se convive.

Contudo, convém não cuidar apenas do que aparece.

Tudo o que é material é sempre efêmero.

Boas roupas, corpo bem cuidado e maneiras sofisticadas podem ser apenas uma capa para esconder o que realmente se é.

A polidez é importante, mas representa apenas uma aparência, que pode ser enganosa, ou a porta de entrada das virtudes.

É possível adotar expressões que traduzem atenção e respeito, sem ter o menor interesse no bem estar do próximo.

A título de princípio, vale a disciplina do exterior.

Entretanto, é preciso que o coração também seja convocado a participar.

Não dá para cuidar apenas do exterior e achar que basta.

Cedo ou tarde, as aparências cessarão.

Todo homem é um Espírito momentaneamente vestindo um corpo de carne.

Por lindo que seja esse corpo, seu destino é a sepultura.

A essência da criatura reside em sua realidade íntima.

Cada qual transcende com o que é, não com o que aparenta.

Há pessoas que se ocupam de aparentar pureza.

Mas cultivam pensamentos e sentimentos desonestos e lascivos.

Para os que estão a sua volta parecem exemplos de dignidade.

Mas os Espíritos, que podem perceber seus pensamentos, os veem de modo bem diverso.

Conforme a realidade íntima, assim é a constituição espiritual.

Alguém de aparência e modos irretocáveis pode ter estrutura espiritual apodrecida.

Talvez passe uma imagem respeitável à sociedade, que lhe ignora o íntimo.

Contudo, é visto pelos Espíritos como um decaído.

Exala fluidos deletérios, literalmente cheira mal, para quem consegue perceber.

Será como um lascivo decadente que ressurgirá após a morte do corpo.

Convém pensar nisso, para evitar surpresas desagradáveis.

Mais cedo ou mais tarde, sua realidade íntima aparecerá, sem nenhum disfarce.

Redação do Momento Espírita.

Onde houver ódio


Onde houver ódio, que eu leve o amor.

Incrível é o poder que tem o antiamor, essa hidra a que chamamos ódio.

Começando por desnutrir e desmantelar o cerne do seu portador, segue, mundo afora, espargindo seus miasmas e se multiplicando no seio de muitas vidas, tornando amarga a vivência.

O indivíduo odiento, relativamente aos que o rodeiam, é alguém que se acha encharcado pelo mesmo ódio que destila.

É alguém que odeia a si mesmo, e que, por isso adoece.

Assim, se desejamos erradicar o ódio do mundo, o primeiro lugar onde devemos tratá-lo, atendê-lo, é dentro de nós mesmos.

Todas as ações odientas que vemos gritando pelo mundo, fazendo vítimas, causando dor e revolta, têm seu início no íntimo enfermo do ser humano.

É o auto-ódio que precisa ser tratado.

O ódio contra si mesmo é a maior tragédia da mente humana.

O perfeccionismo exagerado, que penaliza seu portador, quando não alcança os resultados almejados, é manifestação de auto-ódio.

Os insucessos devem ser estímulo para acertar numa próxima vez e nunca razão de autoflagelo ou decepção profunda consigo mesmo.

Quem se odeia avança para o fim sem cerimônia, seja o fim da saúde, da alegria, do sossego ou o fim da família, dos amigos, da vida, ao cabo de tudo.

Adere aos vícios de difícil erradicação, justificando não poder abandoná-los, escusando-se de fazer mínimos esforços para isso.

O ser que se detesta, imprime em tudo o que faz o selo da negatividade, complicando o que poderia ser simples.

Assim, é preciso parar tudo e cultivar o seu oposto: o autoamor.

Quando Francisco de Assis apresenta a proposta do Onde houver ódio, que eu leve o amor, ele não se refere apenas ao ódio de fora, exterior.

Sabia muito bem, quando se colocou como instrumento da paz que os maiores inimigos do homem estão em sua intimidade.

Desta forma, amar a si mesmo é salvar o mundo.

O amor a si mesmo faz com que desejemos aprender para sermos úteis; faz com que trabalhemos para progredir.

O amor a si mesmo está no perdão concedido, que evita que carreguemos os dejetos prejudiciais da mágoa, do rancor, no coração.

O amor a si mesmo está em preservarmo-nos dos vícios, dos excessos.

Está em cuidar do corpo, sem exageros, e cuidar também da alma, dos pensamentos; do que lemos, assistimos, conversamos.

O amor a si mesmo está longe de ser esta paixão doentia, representada muito bem pela figura mítica de Narciso, que o impediu de pensar em qualquer outra coisa além de sua própria imagem.

É um amor maduro, que faz com que saibamos quem somos, que conheçamos nosso potencial, nosso valor; que saibamos de nossas imperfeições, mas que não nos deixemos assustar ou paralisar por elas; que nos demos novas chances, com alegria, tendo sempre em mente que nosso destino, como Espíritos imortais, será sempre a felicidade.



Redação do Momento Espírita.

Em 26.05.2010.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Juventude Espírita - mensagem p sicográfica na reunião mediúnica da FEB em 06 de maio

Mensagem psicográfica recebida na reunião mediúnica da FEB em 06 de maio passado, assinada por Leopoldo Machado e vários companheiros da Caravana da Fraternidade, alertando-nos sobre a responsabilidade das Entidades Federativas e Centros Espíritas em relação aos jovens.


Prezados Companheiros de Ideal Cristão, Deus nos ampare.

O momento atual, como sabido, é de extrema gravidade para todo o Planeta, que se agita nos estertores naturais da transformação gradual e seletiva pela qual passa.

Todos nós, encarnados e desencarnados, sofremos o reflexo de tal contexto, sendo certo que a Humanidade encarnada recebe com mais vigor o reverberar do pesado choque de interesses, vibrações e atitudes que simbolizam o avanço do Bem sobre o Mal, traduzindo tão somente ignorância e resistência aos divinos desígnios.
Nesse panorama que se desenha ante nossos olhos, precisamos, no Movimento Espírita, conjugar todos os esforços no amparo aos irmãos e irmãs que chegam às Casas Espíritas do país, carentes de atenção, consolo, carinho e esclarecimento.

Naturalmente, no acervo doutrinário legado por Jesus — detalhado na Codificação de Allan Kardec e ampliado nas centenas de obras materializadas na Terra pelas mãos operosas de Chico Xavier —possuímos todos os recursos necessários, no plano teórico, para traçar estratégias quanto aos sérios empreendimentos que nos cabem em tal sagrado mister.
Todas as áreas do Centro Espírita, e mesmo das entidades federativas, necessitam reavaliar suas estruturas, conceitos e metodologias de ação para o atendimento efetivo à grande massa humana que buscará — como tem buscado — respostas para suas angústias, incertezas e necessidades no Cristianismo Redivivo, amplamente divulgado neste ano de 2010, marco da nova fase na divulgação doutrinária.
Todas as criaturas, evidentemente, merecem atenção e encaminhamento neste quadro, mas cumpre assinalar nossa grande preocupação com os espíritos reencarnados na fase juvenil, hoje tão complexa ante os diversos fatores que se conjugam na educação e na formação daqueles mal saídos da infância, que deparam, comumente, com o despreparo da sociedade para conduzi-los.
A juventude atual, os rapazes e moças de nosso querido Brasil, precisam ser reapresentados a Jesus, com a pedagogia adequada a sua idade mental especialmente.
A mocidade espalhada pela imensa Seara de Ismael — as terras brasileiras — precisa ser acolhida com doçura, envolvida nas vibrações serenas que a Casa Espírita lhe pode propiciar, e, principalmente, ser encaminhada ao estudo libertador associado à prática fixadora dos conceitos adquiridos nos estudos espíritas.
Devemos preparar, com determinação, de maneira delicada, porém firme, essas almas que hoje envergam o traje carnal na forma juvenil, mas que, em verdade, como nós, são espíritos vividos, viajantes do tempo na longa jornada da evolução.
Criemos as condições específicas, e os Mentores Amigos especialistas na Educação Juvenil, pela inspiração, auxiliarão no planejamento de atividades voltadas para essa coletividade de irmãos e irmãs que, se não forem envolvidos no tempo oportuno pelo Movimento Espírita, certamente serão tragados pelas variadas correntes desequilibrantes que ainda campeiam na Terra.
Possamos nós, então, independentemente da nossa localização na estrutura orgânica do Trabalho Federativo, pouco importando a área ou setor, mobilizar recursos de toda natureza para ag rupar nossos queridos jovens sob as asas cariciosas do Anjo Ismael.

Fraternalmente,
Leopoldo Machado e outros companheiros da
Caravana da Fraternidade
(Mensagem psicografada pelo médium Ricardo Silva – FEB, 6.5.2010

fonte:Carlos Eduardo Cennerelli

O SERVIDOR MEDROSO


A parábola dos talentos é uma das mais conhecidas dentre as contadas por Jesus.

Segundo ela, um senhor que se ausentaria em viagem chamou seus servidores e lhes confiou seus bens.

A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro deu um.

Ao retornar de sua viagem, chamou os servidores para uma prestação de contas.

Os dois primeiros tinham multiplicado os talentos recebidos.

O senhor ficou satisfeito com sua fidelidade e prometeu lhes confiar mais coisas.

Entretanto, o terceiro limitou-se a enterrar o tesouro recebido.

Ao falar com o senhor, disse estar ciente da severidade dele e de que ele colhia onde nada semeara.

Por medo, não agira para multiplicar o talento que lhe fora confiado.

O senhor determinou que lhe tirassem o recurso que restara inútil em suas mãos.

É interessante observar a postura desse último servidor.

Por medo, ficou inerte.

Entendeu melhor enterrar seu talento do que se arriscar a cometer algum erro.

Terminou por perdê-lo de qualquer modo, tanto que foi entregue ao que já tinha dez talentos.

São inúmeras as leituras que se podem fazer dessa parábola.

Uma delas é que esses talentos representam os variados dons e recursos de que os homens são dotados.

A Providência Divina lhes faculta acesso a tesouros de inefável valor.

Pode ser a riqueza material, o dom da palavra, a vocação para as artes, para a maternidade, a medicina, o magistério.

Antes de retomar nova existência, renascendo, cada Espírito elabora, em linhas gerais, uma programação de vida.

Na existência terrena, lentamente os meios para cumprir o acordado e fazer o bem lhe chegam às mãos.

Nem sempre a criatura é feliz em suas opções.

São frequentes os êxitos parciais e mesmo os fracassos.

Como são imperfeitos e vivem para aprender, não é raro que homens se equivoquem.

Apenas é necessário tentar de verdade.

Dos equívocos surge a experiência, que facilitará o acerto mais tarde.

Nesse contexto, torna-se evidente o grave equívoco do servidor medroso.

Ele não se permitiu errar no empenho de acertar e ser útil.

Terminou por perder tudo sem ter auferido sequer a experiência oriunda da tentativa.

Convém refletir sobre isso sempre que surgir o desejo de desistir antes mesmo de tentar.

A prudência é uma virtude que mensura a eficiência dos meios de que se dispõe para a realização dos objetivos.

Se ela aponta alguma deficiência, esta deve ser trabalhada.

Entretanto, o medo é um péssimo conselheiro de vida.

Ele pode colocar a perder oportunidades valiosas de aprendizado e progresso.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita

Em 24.05.2010.

domingo, 23 de maio de 2010

ESPIRITISMO - CHICO XAVIER - REPORTAGEM DO FANTASTICO - OS SEGREDOS DE C...

Teaser do Filme Chico Xavier - 2010 Globo Filmes

Ultima psicografia de Chico Xavier

Chico chavier um homem chamado amor.

UM HOMEM CHAMADO AMOR

HÁ EXATOS 30 ANOS NA GLOBO

No dia 23 de maio de 1980, às 21 horas, a TV Globo levou ao ar para todo o Brasil, dirigido pelo uberabense e espírita Augusto César Vannucci, um dos mais belos programas já produzidos na televisão em homenagem a alguém. UM HOMEM CHAMADO AMOR, o nome do programa que surgia como apoio e divulgação à campanha do Prêmio Nobel da Paz para Chico Xavier.

O Especial emocionou o povo brasileiro.

Artistas dos mais expressivos do Teatro e da Música participaram com grande brilhantismo e, entre eles, destacamos Tony Ramos, Elis Regina, Lady Francisco, Nair Bello, Glória Menezes, Lima Duarte, Paulo Figueiredo, Vanusa, Eva Vilma, Felipe Carone, Roberto Carlos...

Gilberto Gil compôs em homenagem ao Chico a música No Céu da Vibração, que Elis Regina interpretou como só ela poderia ter feito.

Ao final, Chico psicografou diante das câmeras belíssima página de Emmanuel, aqui inserida, sintetizando o tema abordado ao longo de todo o programa, que, diga-se de passagem, alcançou altíssimos índices de audiência.

Eis a mensagem de Emmanuel:



Amigos, Jesus nos abençoe.

A inteligência humana conseguirá atingir as maiores realizações.

Poderá conhecer a estrutura de outros mundos.

Construir no piso dos mares.

Escalar os mais altos montes.

Interferir no código genético das criaturas.

Decifrar os segredos da vida cósmica.

Penetrar os domínios da mente e controlá-los.

Inventar os mais sofisticados aparelhos que propiciem o reconforto.

Criar estatutos para o relacionamento social e transformá-los, segundo suas próprias conveniências.

Levantar arranhacéus ou materializar as mais arrojadas fantasias.

Entretanto, nunca poderá alterar as leis fundamentais de Deus e nem viver sem amor.



O jornalista Arthur da Távola, sob a inspiração da Campanha do Prêmio Nobel a Chico Xavier, escreveu nas páginas do jornal O Globo, em 26 de maio de 1980, o que consideramos um dos melhores artigos produzidos sobre o médium na imprensa leiga.



A FIGURA DE COMUNICAÇÃO DE FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER



Independente de qualquer posição pessoal, crença ou conviccção, a figura de comunicação de Francisco Cândido Xavier percorre décadas da vida brasileira, operando um fenômeno (refiro-me à comunicação terrena mesmo) de validade única, peculiar, originalíssima. Não vou, portanto, por falta de autoridade para tal, analisá-lo do ângulo religioso e, sim, as relações de sua figura de comunicação com o público.

Com todos os significantes necessários a já ter desaparecido ou ter-se isolado como um fenômeno passageiro, a figura de comunicação de Francisco Cândido Xavier, no entanto, ganha um significado profundo, duradouro, acima e além de paixões religiosas, doutrinas científicas ou interpretações metafísicas.

A inexistência de um tipo físico favorecedor funciona como outro curioso paradoxo a emergir da figura de comunicação de Chico Xavier. Aquele homem de fala mansa, peruca, acentuado estrabismo, pessoa de humildade e tolerância, não configura o tipo físico idealizado do líder religioso, do chefe de seita, do místico impressionante.

A clássica barba dos místicos ou a cabeleira descuidada ou olhar penetrante e agudo dos líderes inexistem no visual de Chico Xavier, Acrescente-se a inexistência, em seu modo de vestir, de qualquer originalidade ou definição de estilo próprio, ainda que contestador dos estilos formais e burgueses.

Não tem, portanto, Chico Xavier, nos aspectos externos e formais de sua figura de comunicação, nenhum dos elementos habitualmente consagrados como funcionais ou impressionantes dos aspectos externos do grande público, elementos de comunicação incorporados consciente ou inconscientemente por figuras importantes nas religiões. Até a figura do Papa líder de uma comunidade religiosa, é envolta em pompa e festa, estratégia visual destinada à maior pregnância de sua mensagem e à definição de sua posição como símbolo. Nem mesmo a mais decidida modéstia e humildade pessoal de vários papas são suficientes para que a figura papal se desvista da pompa e simbologia relativas ao reinado que representa. Até nas religiões orientais, menos pomposas, as figuras líderes são cercadas da visão carismática do líder.

Francisco Cândido Xavier, porém, representa uma espécie de antítese vitoriosa da figura carismática. Não tem, do ponto de vista externo ou visual, nenhum elemento característico. Até ao contrário. Pessoalmente, é o anticarisma. Funciona como símbolo de negação de qualquer pompa ou formalidade, um retorno talvez à pureza primitiva dos movimentos religiosos.

E no entanto emerge da figura dele uma das mais poderosas forças de identificação da vida brasileira. Ele é uma espécie de líder desvalido dos desvalidos, dos carentes, dos sofredores, dos não onipotentes, dos despretensiosos, dos modestos, dos dispostos a perder para ganhar.

Curiosamente, tal posição é conquistada naturalmente e sem qualquer traço político direto de tomada de posição ao lado dos fracos num século em que a revolução social aparece como a tônica e como a grande aglutinadora dos movimentos humanos, inclusive os religiosos. Sem qualquer formulação política, sem qualquer mensagem diretamente relacionada com a exploração do homem, sem qualquer revolta direta e institucionalizada contra a miséria ou a injustiça, Francisco Cândido Xavier emerge com a força do perdão, da tolerância, da fraternidade real, da fraqueza forte, da fé, da humildade e do despojamento erigidos como regra de vida, como trabalho efetivo da caridade; da não pompa; da não hierarquia; da não violência em qualquer de suas manifestações, mesmo as disfarçadas em poder, glória, secretismo, hermetismo, iniciação, poder temporal ou promessa de vida eterna.

A figura de comunicação de Francisco Cândido Xavier emerge, portanto, de uma relação profunda e misteriosa com um certo modo de sentir do homem brasileiro, relação esta ainda insuficientemente estudada ou conhecida até mesmo pelos que a vivem, comandam ou exercem. Até mesmo para ele, Francisco, deve haver muita coisa envolta em mistério, um mistério que os seguidores dele tentam definir e enchem-se de explicações científicas ou cientificizantes, religiosas ou religiosizantes, psicológicas, parapsicológicas ou parapsicologizantes.

Para tal contribui, além do aspecto misterioso da psicografia e da relação com os que morreram, a igualmente misteriosa aura de paz e pacificação que domina os que com ele se relacionam pessoalmente ou via meios de comunicação, na relação cuidada e cautelosa, equilibrada e pouco frequente por ele mantida com a televisão, na qual aparece muito pouco, uma vez por ano no máximo e sempre para grandes públicos.

Além da aura de paz e pacificação que parte dele, há um outro elemento poderoso a explicar o fascínio e a durabilidade da impressionante figura de comunicação de Francisco Cândido Xavier: a grande seriedade pessoal do médium, a dedicação integral de sua vida aos que sofrem e o desinteresse material absoluto. A canalização de todo o dinheiro levantado em direitos autorais para as variadíssimas atividades assistenciais espíritas dão a Chico Xavier uma autoridade moral – tanto maior porque não reivindicada por ele – que o coloca entre os grandes líderes religiosos do nosso tempo.

Quem se aproximar da atividade real de assistência material e espiritual da comunidade espiritualista brasileira verificará que ela é íntegra e heróica, tal e qual o que há e sempre houve de melhor em assistência de religiões como a católica e a protestante (entre nós), prodígios de dedicação, silêncio e humildade que justificam as vidas dos que delas participam.

Síntese final:

A integridade pessoal; a íntima relação entre a pregação e a própria vida; a honestidade de seus seguidores; a ausência completa de significantes externos; o contato com o mistério; a ausência de qualquer forma de violência em sua figura e pregação; a nenhuma subordinação a hierarquias aprisionantes; a discrição pessoal; a nenhuma procura de poder político, temporal ou econômico para o desempenho da própria missão; as formas originais de organização interna do seu movimento, sem personalismos ou autoritarismos – tudo isso gera uma figura de comunicação de alta força, mistério, empatia e grandeza moral, principalmente se considerarmos que enfrentou e ultrapassou tempos diferentes do atual (no qual o ecumenismo felizmente impôs-se). Antes, manifestações como as dele eram removidas como bruxaria ou perigosa, ou bárbaras ou alucinantes quaisquer manifestações místico-religiosas diferentes ou discrepantes da religião da classe dominante.



Livro: 100 Anos de Chico Xavier – Fenômeno Humano e Mediúnico

Carlos A. Baccelli

LEEPP – Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo


fonte:Carlos Eduardo Cennerelli

DUPLA RENOVAÇÃO

"Época de transição", esta é a legenda que repetis frequentemente para definir a atualidade terrestre, em que surpreendeis, a cada passo, larga fieira de ocorrências inusitadas.




- Conflitos.

- Desencarnações em massa.

- Acidentes enlutando almas e lares.

- Desvinculações violentas.

- Dramas no instituto doméstico.

- Processos obsessivos, culminando com perturbações e lágrimas.

- Moléstias de etiologia obscura.

- Incompreensões...




Forçoso observar, no entanto, que o Plano Físico e o Plano Espiritual que se lhe segue reagem constantemente um sobre o outro. Criaturas desencarnadas atuam no ambiente dos companheiros desencarnados e vice-versa. E se vos reportais ao término do segundo milênio de civilização cristã em que vos achais, com a expectativa e o entusiasmo de quem se vê à frente de uma era nova, as mesmas circunstâncias se verificam na Espiritualidade, entre aqueles que aspiram a obter o retorno à Terra, expressando propósitos de auto burilamento em nível mais alto de evolução.




É por isto que legiões enormes de irmãos, domiciliados no Mais Além, vêm solicitando, desde algum tempo, reencarnações difíceis; testemunhos acerbos de aperfeiçoamento íntimo; tempo curto no veículo físico, de modo a complementarem tarefas inacabadas em diversos setores da experiência humana; presença ligeira, junto de seres queridos, a fim de chamá-los à consideração da Vida Superior; ou empreitadas de serviço moral para a liquidação de empreendimentos redentores, largados por eles nos caminhos do tempo.




Para isso, tentam aproveitar-se da última vigésima parte do segundo milênio, a que nos referimos, para encerrarem o balanço das experiências menos felizes que lhes dizem respeito nos séculos últimos.




Perante a Vida Maior, quase tudo aquilo que vedes, presentemente, em matérias de agitação ou desequilíbrio, nada mais significa que a movimentação mais intensa de vastas coletividades que retornam à Esfera Física, em regime de urgência, no intuito de conseguirem retoques e meios com que possam abordar os tempos novos em condições mais dignas de trabalho e progresso.




Mantenhamo-nos prudentes, abstenhamo-nos de agravar dificuldades, evitemos a formação de problemas, orando e construindo, seja nos obstáculos que nos atinjam, sejam nas inquietações que assaltem aos outros. Mas sejam quais forem as circunstâncias, estejamos atentos à fé para servir e compreender, reconhecendo que todas as provas de hoje são recursos e instrumentos de que se vale a Providência Divina a fim de conduzir-nos à Vida Melhor de amanhã.




Por: Emmanuel
(Do livro 'Diálogo dos Vivos' - Chico Xavier e Herculano Pires)


fonte:Blog Espírita na Net

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Ouvindo elucidações


LIBERTAÇÃO

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

DITADO PELO ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ






No vasto salão do educandário que nos reunia, o Ministro Flácus, fixando em nós o olhar saturado de doce magnetismo, convidava-nos a preciosas me­ditações.



Congregamo-nos, ali, sômente algumas dezenas de companheiros, de modo a registrar-lhe as instru­ções edificantes. E, sem dúvida, a preleção reves­tia-se de profundo interesse.



Podíamos perguntar à vontade, dentro do as­sunto, e guardar todas as informações compatíveis com o novo trabalho que nos cumpria desempenhar.



Até então, ouvira comentários alusivos a colô­nias purgatoriais, perfeitamente organizadas para o trabalho expiatório a que se destinam, arreba­nhando milhares de criaturas arraigadas no mal; entretanto, agora, o Instrutor Gúbio, que se man­tinha silencioso, em nossa companhia, concedera-nos permissão de acompanhá-lo a enorme centro dessa espécie.



Interessados na palavra fluente e primorosa do orador, seguíamos o curso das elucidações com justificável expectação de aluno que não deseja perder um til do ensinamento, observando que a serenidade e a atenção transpareciam no rosto de todos os aprendizes, considerando-se que todos, no recinto, éramos candidatos ao serviço de socorro aos irmãos ignorantes, atormentados nas sombras...



Senhoreando-nos o espírito, o Ministro pros­seguia, satisfeito:



— Os superiores que se disponham a trabalhar m benefício dos inferiores, em ação persistente e substancial, não lhes podem utilizar as armas, sob pena de se precipitarem no baixo nível deles. A severidade pertencerá ao que instrui, mas o amor é o companheiro daquele que serve.



Sabemos que a educação, na maioria das vezes, parte da periferia para o centro; contudo, a reno­vação, traduzindo aperfeiçoamento real, movimen­ta-se em sentido inverso. Ambos os impulsos, to­davia, são alimentados e controlados pelos poderes quase desconhecidos da mente.



O espírito humano lida com a força mental, tanto quanto maneja a eletricidade, com a diferença, porém, de que se já aprende a gastar a segunda, no transformismo incessante da Terra, mal conhece a existência da primeira, que nos preside a todos os atos da vida.



A rigor, portanto, não temos círculos infer­nais, de acordo com os figurinos da antiga teologia, onde se mostram indefinidamente gênios satânicos de todas as épocas e, sim, esferas obscuras em que se agregam consciências embotadas na ignorância, cristalizadas no ócio reprovável ou confundidas no eclipse temporário da razão. Desesperadas e in­submissas, criam zonas de tormentos reparadores. Semelhantes criaturas, no entanto, não se rege­neram à força de palavras.



Necessitam de amparo eficiente que lhes modifique o tom vibratório, ele­vando-lhes o modo de sentir e pensar.



Eminentes pensadores do mundo traçam dire­trizes à salvação das almas; mas somos de parecer que possuímos suficiente número de roteiros nesse sentido, em todos os setores do conhecimento ter­restre. Reclamamos, na atualidade, quem ajude o pensamento do homem na direção do Alto. Em­preender o tentame, incentivando-se tão somente os valores culturais, seria consagrar a tecnocracia, que procura a simples mecanização da vida, destruin­do-lhe as sementes gloriosas de improvisação, de infinito e de eternidade.



Grandes políticos e veneráveis condutores nun­ca se ausentaram do mundo.



Passam pela multidão, sacudindo-a ou arregi­mentando-a. É forçoso reconhecer, porém, que a organização humana, por si só, não atende às exi­gências do ser imperecível.



Péricles, o estadista que legou seu nome a um século, realiza edificante trabalho educativo, junto dos gregos; entretanto, não lhes atenua a belico­sidade e os pruridos de hegemonia, sucumbindo ao assédio de aflitivo desgosto.



Alexandre, o conquistador, organiza vastíssi­mo império, estabelecendo uma civilização respeitável; no entanto, não impede que os seus generais prossigam em conflitos sanguinolentos, difundindo o saque e a morte.



Augusto, o Divino, unifica o Império Romano em sólidos alicerces, concretizando avançado pro­grama político em benefício de todos os povos, mas não consegue banir de Roma o desvario pela dominação a qualquer preço.



Constantino, o Grande, advogado dos cristãos indefesos, oferece novo padrão de vida ao Planeta; contudo, não modifica as disposições detestáveis de quantos guerreavam em nome de Deus.



Napoleão, o ditador, impõe novos métodos de progresso material, em toda a Terra; mas não se furta, ele próprio, às garras da tirania, pela sim­ples ganância da posse.



Pasteur, o cientista, defende a saúde do corpo humano, devotando-se, abnegado, ao combate silen­cioso contra a selva microbiana; todavia, não pode evitar que seus contemporâneos se destruam reci­procamente em disputas incompreensíveis e cruéis.



Permanecemos diante de um mundo civilizado na superfície, que reclama não só a presença daqueles que ensinam o bem, mas principalmente da­queles que o praticam.



Sobre os mananciais da cultura, nos vales da Terra, é imprescindível que desçam as torrentes da compaixão do Céu, através dos montes do amor e da renúncia.



Cristo não brilha apenas pelo ensino subli­mado. Resplandece na demonstração. Em compa­nhia d’Ele, é indispensável mantenhamos a coragem de amparar e salvar, descendo aos recessos do abismo.



Não longe de nossa paz relativa, em círculos escuros de desencanto e desesperação, misturam-se milhões de seres, conclamando comiseração... Por­que não acender piedosa luz, dentro da noite em que se mergulham, desorientados? porque não se­mear esperança entre corações que abdicaram da fé em si mesmos?



A frente, pois, de imensas coletividades em dolorosa petição de reajustamento, faz-se inadiável o auxílio restaurador.



Somos entidades ainda infinitamente humildes e imperfeitas para nos candidatarmos, de pronto, à condição dos anjos.



Comparada à grandeza, inabordável para nós, de milhões de sóis que obedecem a leis soberanas e divinas, em pleno Universo, a nossa Terra, com todas as esferas de substância ultrafísica que a circundam, pode ser considerada qual laranja mi­núscula, perante o Himalaia, e nós outros, confron­tados com a excelsitude dos Espíritos Superiores, que dominam na sabedoria e na santidade, não passamos, por enquanto, de bactérias, controladas pelo impulso da fome e pelo magnetismo do amor. Entretanto, guindados a singelas culminânciaS da inteligência, somos micróbios que sonham com o crescimento próprio para a eternidade.





Enquanto o homem, nosso irmão, desintegra assombrado as formações atômicas, nós outros, dis­tanciados do corpo denso, estudamos essa mesma energia através de aspectos que a ciência terrestre, por agora, mal conseguiria imaginar. Caminheiros, porém, que somos do progresso infinito, principia­mos apenas, ele e nós, a sondar a força mental, que nos condiciona as manifestações nos mais variados planos da natureza.





Encarcerados ainda na lei de retorno, temos efetuado multisseculares recapitulações, por milênios consecutivos.



Expressando-nos coletivamente, sabemos hoje que o espírito humano lida com a razão há, pre­cisamente, quarenta mil anos... Todavia, com o mesmo furioso ímpeto com que o homem de Nean­dertal aniquilava o companheiro, a golpes de sílex, o homem da atualidade, classificada de gloriosa era das grandes potências, extermina o próprio irmão a tiros de fuzil.



Os investigadores do raciocínio, ligeiramente tisnados de princípios religiosos, identificam tão somente, nessa anomalia sinistra, a renitência da imperfeição e da fragilidade da carne, como se a carne fôsse permanente índividuação diabólica, es­quecidos de que a matéria mais densa não é senão o conjunto das vidas inferiores incontáveis, em processo de aprimoramento, crescimento e liber­tação.



Nos campos da Crosta Planetária, queda-se a inteligência, qual se fora anestesiada por perigo-soa narcóticos da ilusão; no entanto, auxiliá-la-emos a sentir e reconhecer que o espírito permanece vi­brando em todos os ângulos da existência.



Cada espécie de seres, do cristal até o homem, e do homem até o anjo, abrange inumeráveis famí­lias de criaturas, operando em determinada fre­quência do Universo. E o amor divino alcança-nos a todos, à maneira do Sol que abraça os sábios e os vermes.



Todavia, quem avança demora-se em ligação com quem se localiza na esfera próxima.



O domínio vegetal vale-se do império mineral para sustentar-se e evoluir. Os animais aproveitam os vegetais na obra de aprimoramento. Os ho­mens se socorrem de uns e outros para crescerem mentalmente e prosseguir adiante...



Atritam os reinos da vida, conhecidos na Ter­ra, entre si.



Torturam-se e entredevoram-Se, através de ru­des experiências, a fim de que os valores espirituais se desenvolvam e resplandeçam, refletindo a divi­na luz...



Nesse ponto, o esclarecido Ministro fêz longa pausa, fitou-nos, bondoso, e continuou:



— Mas... além do principado humano, para lá das fronteiras sensoriais que guardam ciosamente a alma encarnada, amparando-a com limi­tada visão e benéfico esquecimento, começa vasto império espiritual, vizinho dos homens. Ai se agi­tam milhões de Espíritos imperfeitos que partilham, com as criaturas terrenas, as condições de habita­bilidade da Crosta do Mundo. Seres humanos, si­tuados noutra faixa vibratória, apóiam-se na mente encarnada, através de falanges incontáveis, tão se­miconscientes na responsabilidade e tão incompletas na virtude, quanto os próprios homens.



A matéria, congregando milhões de vidas em­brionárias, é também a condensação da energia, atendendo aos imperativos do “eu” que lhe presi­de à destinação.



Do hidrogênio às mais complexas unidades atômicas, é o poder do espírito eterno a alavanca diretora de prótons, nêutrons e eléctrons, na es­trada infinita da vida. Demora-se a inteligência corporificada no círculo humano em transitória região, adaptada às suas exigências de progresso e aperfeiçoamento, dentro da qual o protoplasma lhe faculta instrumentos de trabalho, crescimento e expansão. Entretanto, nesse mesmo espaço, alon­ga-se a matéria noutros estados, e, nesses outros estados, a mente desencarnada, em viagem para o conhecimento e para a virtude, radica-se na esfera física, buscando dominá-la e absorvê-la, estabele­cendo gigantesca luta de pensamento que ao homem comum não é dado calcular.



Frustrados em suas aspirações de vaidoso do­mínio no domicílio celestial, homens e mulheres de todos os climas e de todas as civilizações, depois da morte, esbarram nessa região em que se prolon­gam as atividades terrenas e elegem o instinto de soberania sobre a Terra por única felicidade digna do impulso de conquistar. Rebelados filhos da Providência, tentam desacreditar a grandeza divina, estimulando o poder autocrático da inteligência in­submissa e orgulhosa e buscam preservar os círcu­los terrestres para a dilatação indefinida do ódio e da revolta, da vaidade e da criminalidade, como se o Planeta, em sua expressão inferior, lhes fôsse paraíso único, ainda não integralmente submetido a seus caprichos, em vista da permanente discórdia reinante entre eles mesmos. É que, confinados ao berço escabroso da ignorância em que o medo e a maldade, com inquietudes e perseguições recíprocas, lhes consomem as forças e lhes inutilizam o tempo, não se apercebem da situação dolorosa em que se acham.



Fora do amor verdadeiro, toda união é tempo­rária e a guerra será sempre o estado natural daqueles que perseveram na posição de indisciplina.



Um reino espiritual, dividido e atormentado, cerca a experiência humana, em todas as direções, intentando dilatar o domínio permanente da tirania e da força.



Sabemos que o Sol opera por meio de radia­ções, nutrindo, maternalmente, a vida a milhões de quilômetros. Sem nos referirmos às condições da matéria em que nos movimentamos, lembremo-nos de que, em nosso sistema, as existências mais rudi­mentares, desde os cumes iluminados aos recônca­vos das trevas, estão sujeitas à sua influenciação.



Como acontece aos corpos gigantescos do Cos­mos, também nós outros, espiritualmente, cami­nhamos para o zênite evolutivo, experimentando as radiações uns dos outros. Nesse processo multifor­me de intercâmbio, atração, imantação e repulsão, aperfeiçoam-se mundos e almas, na comunidade universal.



Dentro de semelhante realidade, toda a nossa atividade terrestre se desdobra num campo de influências que nem mesmo nós, os aprendizes huma­nos em círculos mais altos, poderíamos, por en­quanto, determinar.



Incapacitados de prosseguir além do túmulo, a caminho do Céu que não souberam conquistar, os filhos do desespero organizam-se em vastas colônias de ódio e miséria moral, disputando, entre si, a do­minação da Terra. Conservam, igualmente, quanto ocorre a nós mesmos, largos e valiosos patrimônios intelectuais e, anjos decaídos da Ciência, buscam, acima de tudo, a perversão dos processos divinos que orientam a evolução planetária.



Mentes cristalizadas na rebeldia, tentam sola-par, em vão, a Sabedoria Eterna, criando quistos de vida inferior, na organização terrestre, entrin­cheiradas nas paixões escuras que lhes vergastam as consciências. Conhecem inumeráveis recursos de perturbar e ferir, obscurecer e aniquilar. Escravizam o serviço benéfico da reencarnação em grandes setores expiatórios e dispõem de agentes da dis­córdia contra todas as manifestações dos sublimes propósitos que o Senhor nos traçou às ações.



Os homens terrenos que, semi-libertos do cor­po, lhes conseguiram identificar, de algum modo, a existência, recuaram, tímidos e espavoridos, espa­lhando entre os contemporâneos as noções de um inferno punitivo e infindável, encravado em tene­brosas regiões além da morte.



A mente infantil da Terra, embalada pela ter­nura paternal da providência, através da teolo­gia comum, nunca pôde apreender, mais intensivamente, a realidade espiritual que nos governa os destinos.



Raros compreendem na morte simples modifi­cação de envoltório, e escasso número de pessoas, ainda mesmo em se tratando dos religiosos mais avançados, guardaram a prudência de viver, no vaso físico, de conformidade com os princípios su­periores que esposaram. Somos defrontados, agora, pela necessidade da proclamação de verdades ve­lhas para os velhos ouvidos e novas para os ouvidos novos da inteligência juvenil situada no mundo.



O homem, herdeiro presuntivo da Coroa Ce­leste, é o condutor do próprio homem, dentro de enormes extensões do caminho evolutivo. Entre aquele que já se acerca do anjo e o selvagem que ainda se limita com o irracional, existem milhares de posições, ocupadas pelo raciocínio e pelo sentimento dos mais variados matizes. E, se há uma corrente, brilhante e maravilhosa, de criaturas en­carnadas e desencarnadas que se dirigem para o monte da sublimação, desferindo glorioso cântico de trabalho, imortalidade, beleza e esperança, exal­tando a vida, outra corrente existe, escura e infeliz, nas mesmas condições, interessada em descer aos recôncavos das trevas, lançando perturbação, de­sânimo, desordem e sombra, consagrando a morte, Espíritos incompletos que somos ainda, aderimos aos movimentos que lhes dizem respeito e colhemos os benefícios da ascensão e da vitória ou os pre­juízos da descida e da derrota, controlados pelas inteligências mais vigorosas que a nossa e que seguem conosco, lado a lado, na zona progressiva ou deprimente, em que nos colocamos.



O inferno, por isto mesmo, é um problema de direção espiritual.



Satã é a inteligência perversa -



O mal é o desperdício do tempo ou o emprego da energia em sentido contrário aos propósitos do Senhor.



O sofrimento é reparação ou ensinamento re­novador.



As almas decaídas, contudo, quaisquer que se­jam, não constitue em uma raça espiritual sentenciada irremediàvelmente ao satanismo, integrando, tão sômente, a coletividade das criaturas humanas desencarnadas, em posição de absoluta insensatez. Misturam-se à multidão terrestre, exercem atuação singular sobre inúmeros lares e administrações e o interesse fundamental das mais poderoSaS inte­ligências, dentre elas, é a conservação do mundo ofuscado e distraído, à força da ignorância defen­dida e do egoísmo recalcado, adiando-Se o Reino de Deus, entre os homens, indefinidamente...



De milênios a milênios, a região em que res­piram padece extremas alteraçõeS, qual acontece ao campo provisoriamente ocupado pelos povos co­nhecidos. A matéria que lhes estrutura a residência sofre tremendas modificações e precioso trabalho seletivo se opera na transformação natural, dentro dos moldes do Infinito Bem. Entretanto, embora de fileiras compactas incessantemente substituidas, persistem por séculos sucessivos, acompanhando o curso das civilizações e seguindo-lhes os esplen­dores e experiências, aflições e derrotas.



Fazendo-Se nova pausa do Ministro, que me pareceu oportuna e intencional, um companheiro interferiu, indagando:



— Grande benfeitor, reconhecemos a veraci­dade de vossas afirmativas; todavia, porque não suprime o Senhor Compassivo e Sábio tão pavo­roso quadro?



O esclarecido mentor fixou um gesto de con­descendência e respondeu:



— Não será o mesmo que interrogar pela tar­dança de nossa própria adesão ao Reino Divino?



Sente-se o meu amigo suficientemente iluminado para negar o lado sombrio da própria individualidade? Libertou-se de todas as tentações que fluem dos escaninhos misteriosos da luta interna? Não admite que o orbe possua os seus círculos de luz e trevas, qual acontece a nós mesmos nos recessos do coração? E assim como duelamos em formidáveis conflitos por dentro, a vida planetária é compelida igualmente a combater nos recônditos ângulos de si mesma. Quanto à intervenção do Senhor, recor­demo-nos de que os estudos desta hora não se prendem aos aspectos da compaixão e, sim, aos problemas da justiça.



Nós outros e a humanidade militante na carne não representamos senão diminuta parcela da fa­mília universal, confinados à faixa vibratória que nos é peculiar.



Somos simplesmente alguns bilhões de seres perante a Eternidade. E estejamos convencidos de que se o diamante é lapidado pelo diamante, o mau só pode ser corrigido pelo mau. Funciona a justiça, através da injustiça aparente, até que o amor nasça e redima os que se condenaram a longas e dolorosas sentenças diante da Boa Lei.





Homens perversos, calculistas, delituosos e inconseqüentes são vigiados por gênios da mesma natureza, que se afinam com as tendências de que são portadores.



Realmente, nunca faltou proteção do Céu con­tra os tormentos que as almas endurecidas e ingratas semearam na Terra e os numes guardiães não se despreocupam dos tutelados; no entanto, se­ria ilógico e absurdo designar um anjo para custo­diar criminosos.



Os homens encarnados, de maneira geral, per­manecem cercados pelas escuras e degradantes irra­diações de entidades imperfeitas e indecisas, quanto eles próprios, criaturas que lhes são invisíveis ao olhar, mas que lhes partilham a residência.



Em razão disso, o Planeta, por enquanto, ainda não passa de vasto crivo de aprimoramento, ao qual somente os individuos excepcionalmente aper­feiçoados pelo próprio esforço conseguem escapar, na direção das esferas sublimes.



Considerando semelhante situação, o Mestre Divino exclamou perante o juiz, em Jerusalém:



“Por agora, o meu Reino não é daqui” e, pela mesma razão, Paulo de Tarso, depois de lutas an­gustiosas, escreve aos Efésios que “não temos de lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas e contra as hostes espirituais da maldade, nas próprias regiões celestes.”



Além, pois, do reino humano, o império imenso das inteligências desencarnadas participa de con­tínuo no julgamento da Humanidade.



E entendendo a nossa condição de trabalhado­res incompletos, detentores de velhas dificuldades e terríveis inibições, na ordem do aprimoramento iluminativo, cabe-nos preparar recursos de auxilio, reconhecendo que a obra redentora é trabalho edu­cativo por excelência.



O sacrifício do Mestre representou o fermento divino, levedando toda a massa. É por isto que Jesus, acima de tudo, é o Doador da Sublimação para a vida imperecível. Absteve-se de manejar as paixões da turba, visto reconhecer que a verda­deira obra salvacionista permanece radicada ao co­ração, e distanciou-se dos decretos políticos, não obstante reverenciá-los com inequívoco respeito à autoridade constituída, por não ignorar que o ser­viço do Reino Celeste não depende de compromissos exteriores, mas do individualismo afeiçoado à boa vontade e ao espírito de renúncia em benefício dos semelhantes.



Sem nosso esforço pessoal no bem, a obra regenerativa será adiada indefinidamente, compreendendo-se por precioso e indispensável nosso con­curso fraterno para que irmãos nossos, provisoriamente impermeáveis no mal, se convertam aos Designios Divinos, aprendendo a utilizar os poderes da luz potencial de que são detentores. Somente o amor sentido, crido e vivido por nós provocará a eclosão dos raios de amor em nossos semelhantes. Sem polarizar as energias da alma na direção divina, ajustando-lhes o magnetismo ao Centro do Universo, todo programa de redenção é um con­junto de palavras, pecando pela improbabilidade flagrante.



O Ministro sorriu para nós, expressivamente, e concluiu:



— Terei sido bastante claro?



Transbordava de todos os rostos o desejo de ouvi-lo por mais tempo; no entanto, Flácus, aureo­lado de luz, desceu da tribuna e pôs-se a conversar familiarmente conosco.



A preleção fora encerrada.



As considerações ouvidas despertavam em mim o máximo interesse. No entanto, era preciso aguar­dar nova oportunidade para mais amplos escla­recimentos.


fonte:Carlos Eduardo Cennerelli

quinta-feira, 20 de maio de 2010


Idêntica dor



A primavera começava a desabrochar naqueles dias dos meses de março/abril. Segundo o calendário judaico, mês de Nisan. Ainda fazia frio mas a natureza parecia ardentemente se vestir de flores e cores.

Tudo era promessa de vida, como se Yaweh desejasse brindar os seres humanos com renovados presentes.

Tudo era promessa de alegria... Menos em Jerusalém.

O homem que entrara na cidade de forma triunfal há poucos dias, saudado pelo vozerio de crianças, mulheres, do povo em geral, fora preso.

Do julgamento arbitrário nas mãos de Pilatos passara à noite no flagício. Trinta e cinco chicotadas nas pernas. Trinta e cinco chicotadas nas costas.

Era uma chaga aberta Seu corpo, coroado, ao demais, por espinhos recolhidos no monturo.

Alçado na cruz da vergonha, o homem agonizava. Aos Seus pés, com o coração em frangalhos, agonizava a dor materna.

Maria olhava o corpo lanhado do filho e se perguntava porque os homens tratavam tão mal a quem fizera tanto bem...

Ela tinha os olhos fundos da noite mal dormida, a face traduzindo a dor moral que a machucava.

Seu filho crucificado entre dois malfeitores. Então, ela viu, ao pé de uma das cruzes laterais, uma mulher.

Também chorava e se lamentava.

É seu filho? Perguntou.

Sim, disse a outra. Sofre muito e está morrendo.

E, porque Jesus acabasse de responder ao ladrão de nome Dimas que, ainda naquele dia, ele estaria no paraíso, Maria sossegou a mulher chorosa.

Mulher, se meu filho diz que seu filho estará com ele, no paraíso, acredite. Meu filho é o filho do Deus altíssimo.

Aquela voz, pensou a mãe de Dimas, ela a conhecia. De onde? Onde já escutara aquele timbre tão doce?

E sua memória recuou no tempo, tornando-se a ver em Nazaré. Ela fora à fonte buscar água.

E quando se aproximava, ouviu o comentário de algumas mulheres. Mantivera-se à distância, meio oculta.

É verdade, dizia uma. O filho de Tamar é um ladrão. Furtou a João uma funda.

Tem certeza? Perguntou outra.

E a primeira reafirmou a história, dizendo que João e seu amigo lhe haviam assegurado o furto realizado por Dimas.

Como pode Tamar não se dar conta da maldade do filho?

Então, uma voz doce, argumentou:

Não posso crer que haja tanta maldade no filho de Tamar. Penso que deve se tratar de uma brincadeira entre os meninos, simplesmente.

Uma única voz defendera seu filho. Seu pobre filho.

Tamar recorda que fora para casa e perguntara ao filho a respeito da acusação.

Ele garantira que não era verdade. Agora, homem feito, ele viera a Jerusalém.

Prometera à noiva e para sua mãe que iria comprar uma casa para começarem uma vida nova. Tinha negócios importantes que lhe renderiam muito dinheiro.

E da forma mais cruel, a mãe, que sempre o tivera como homem honesto e trabalhador, o descobrira salteador e condenado à morte.

Mas, a voz meiga que o defendera um dia, tentando sufocar a fofoca, estava ali.

E o filho dela, o Messias, prometera receber seu filho na outra vida.

Tamar enxugou as lágrimas doridas, aproximou-se de Maria e a abraçou, em gratidão.

E ficaram ali, as duas mães. Uma era a mãe do Ser mais perfeito que a Terra já conhecera.

A outra, a desventurada mãe de um homem equivocado.

Mas a dor, a dor em seus corações, era a mesma: a dor da mãe que vê morrer em lenta agonia o filho querido.

Pensemos nisso.



Redação do Momento Espírita, com base em dados

colhidos na palestra Maria de Nazaré, proferida pelo

médium Divaldo Pereira Franco.

Em 17.05.2010.

terça-feira, 18 de maio de 2010

NOVAS OBRAS DE CHICO XAVIER / CLIQUE AQUI






fonte: fabioastoni@msn.com

NASCIMENTO DE UM NOVO MUNDO

"A maior caridade que praticamos em relação à Doutrina Espírita é a sua divulgação." Emmanuel

NASCIMENTO DE UM NOVO MUNDO


Vera Bestene, Brasil


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Ao lado dos acontecimentos que se nos parecem uma gigantesca crise em nosso planeta, inúmeros outros se nos caracterizam o oposto, ou seja, o nascimento de um novo mundo. A transformação lenta e gradual que a terra vem sofrendo, de mundo de expiações e provas à mundo de regeneração, conforme preconiza a Doutrina Espírita, tem deixado muitas pessoas em estado de pânico e alerta, muitos achando que a terra sumirá da composição Universal, explodirá ou sei lá mais o que, um verdadeiro estado patológico que faz previsões de uma gigantesca crise em nosso planeta.



A transformação de que se fala e realmente está acontecendo, e não é de hoje, é muito mais uma transformação no íntimo das pessoas, revoluções de sentimentos, análises profundas da id e do ego. É lógico que estas transformações refletem essas revoluções, mas nada é causa para pânico. Cabe o estudo da Gênese, livro que compõe as obras básicas de Kardec, capítulo XVIII, em seu item 9 :

Sim, decerto, a Humanidade se transforma, como já se transformou noutras épocas, e cada transformação se assinala por uma crise que é, para o gênero humano, o que são para os indivíduos, a crise do crescimento. Aquelas se tornam, muitas vezes, penosas, dolorosas, e arrebatam consigo as gerações e as instituições, mas, são sempre seguidas de uma fase de progresso material e moral. ....



Estamos neste período de crescimento. Um período que não iniciou hoje, agora. Estamos já há praticamente ou mais de um século neste tempo de transformação. Neste período de crescimento, que estamos passando, o espiritismo florescerá e seus frutos serão visíveis. A transformação das sociedades poderá até ser penosas, dolorosas, que refletirão, também, no mundo dos espíritos, pois, reencarnáveis que são, estão diretamente ligados com as comoções que passamos, entretanto serão passageiras como nos esclarece a Gênese. O Universo, como um todo, nos projeta que as perturbações que sentimos e que percebemos, são apenas projeções parciais, isoladas, que se nos afiguram grandiosas, entretanto, se olhadas no conjunto, podemos perceber que tais comoções são apenas aparentes e que se harmonizam como o todo.



O progresso da humanidade é inconteste. Os resultados que os homens vem chegando sob o ponto de vista das ciências e artes, são evidentes. Resta-nos realizar ainda um imenso progresso que é o de realizar, promover a harmonia entre si, a fraternidade e o amor ao próximo, a caridade efetiva, a solidariedade desinteressada estando assim se revestindo das características necessárias ao progresso e bem estar moral.

O espiritismo não cria a renovação social. O amadurecimento da humanidade é que fará esta renovação. É o Espiritismo, entretanto, o mais apto a secundar o movimento de regeneração porque tem um grande poder moralizador, e suas tendências progressistas. Surgiu ele na hora em que teria utilidade e também no tempo certo da compreensão dele. Para que na Terra sejam felizes os homens, necessário se faz que a povoem espíritos bons, sejam eles encarnados ou desencarnados. Havendo chegado o tempo, grande emigração se verifica e os que continuem praticando o mal pelo mal, verificada a transformação da terra, serão excluídos, para que não ocasionem mais outras e novas comoções. Irão expiar o endurecimento de seus corações, uns em mundos inferiores, outros em raças terrestres ainda atrasadas, equivalentes a mundos daquela ordem, às quais levariam os conhecimentos adquiridos com o objetivo de fazê-las avançar.

Tudo se processará exteriormente com a capital diferença de que uma parte dos Espíritos que estavam encarnados na Terra, não mais reencarnará neste planeta. Cada criança que nascer, em vez de um espírito atrasado e inclinado ao mal, que antes nela reencarnaria, virá um espírito mais adiantado e propenso ao bem. A regeneração da humanidade, portanto, não exige absolutamente a renovação integral dos Espíritos, basta a modificação de suas disposições morais. Opera-se, neste instante, um desses movimentos destinados a fazer a remodelação da humanidade. A multiplicidade das causas de destruição é um sinal característico de que os tempos são chegados. São as folhas novas da primavera que ressurgem e fazem desabrochar um NOVO MUNDO.

(Fonte: Boletim do Grupo de Estudos Avançados Espíritas)

Sobre as reuniões espíritas






Uma reunião é um ser coletivo cujas qualidades e propriedades são as dos seus membros, formando uma espécie de feixe. Ora, esse feixe será tanto mais forte quanto mais homogêneo.


Se o Espírito for de qualquer maneira atingido pelo pensamento, como nós somos pela voz, vinte pessoas unidas numa mesma intenção terão necessariamente mais força que uma só. Mas para que todos os pensamentos concorram para o mesmo fim é necessário que vibrem em uníssono, que se confundam por assim dizer em um só, o que não pode se dar sem concentração.



A concentração e a comunhão de pensamentos sendo as condições necessárias de toda reunião séria, compreende-se que o grande número de assistentes é uma das causas mais contrárias à homogeneidade. Não há, é certo, nenhum limite absoluto para esse número. Compreende-se que cem pessoas, suficientemente concentradas a atentas, estarão em melhores condições do que dez pessoas distraídas e barulhentas. Mas é também evidente que quanto maior o número, mais dificilmente se preenchem essas condições.


Toda reunião espírita deve, pois, procurar a maior homogeneidade possível.

Fonte: O Livro dos Médiuns (Cap. 29 – Reuniões e Sociedades)






Mensagens dos Espíritos:

“O silêncio e a concentração são as condições essenciais para todas as comunicações sérias. Jamais obtereis essas comunicações quando a atração para as vossas reuniões for apenas a curiosidade. Fazei, pois, que os curiosos vão se divertir em outro lugar, porque a sua distração seria a causa de perturbações.” (São Luís)


“Sabeis realmente o que é uma reunião espírita? Não, porque no vosso zelo pensais que o melhor a fazer é reunir o maior número de pessoas, a fim de as convencer. Desenganai-vos disso. Quanto menos pessoas, mais obtereis. É sobretudo pela ascendência moral que encaminhareis os incrédulos, muito mais que pelos fenômenos. Se apenas os atrairdes por meio de fenômenos, eles irão vê-los por curiosidade e encontrareis curiosos que não acreditarão e rirão dos vossos esforços; se entre vós só existirem pessoas dignas, talvez não creiam imediatamente, mas vos respeitarão e o respeito inspira sempre confiança. Estais convencidos de que o Espiritismo deve produzir uma reforma moral.” (Fénelon)



Fonte: O Livro dos Médiuns (Cap. 31 – Dissertações Espíritas)


fonte: Blog Espírita na Net

sexta-feira, 14 de maio de 2010

NOS SERVIÇOS DO CONSOLADOR

EXTRAIDO DE :DRAMAS DA OBSESSÃO

YVONE DO AMARAL PEREIRA

DITADO PELO ESPÍRITO ADOLFO BEZERRA DE MENEZES

CAPÍTULO 1





Acerca desse sexto sentido que toda a Humanidade possui, a despeito de a maioria dos homens ignorar que o possui, uma vez que se desconhecem estes a si próprios, relatarei um fato que ficará como exemplo, ou padrão, para quantos análogos o leitor encontrar nos noticiários macabros da imprensa mundial, como da imprensa bra­sileira em particular, visto que, ao que se observa, os portes mediúnicos são ainda mais vastos no Brasil do que em outros agrupamentos terrenos, mais suscetível o seu povo, portanto, por mais apaixonado e vibrátil, de se deixar influenciar pelo Invisível.



Será esse dom entre a grande massa dos brasileiros, porém, um defeito? Será uma qualidade?



Diremos tão somente, furtando-nos a uma aprecia­ção precipitada, que apenas se trata de um dom natural, e que ao seu portador cumpre não torná-lo causa de dissabores ou prejuízos para si ou para os outros, sem avançarmos na assertiva de que seja uma felicidade ou uma desdita o fato de possuí-lo.



A nós, no entanto, os trabalhadores do plano espi­ritual, cumpre o dever de esclarecer o leigo, como o espí­rita, de que a dita propriedade deverá ser cultivada sob princípios honestos e rigorosos, a fim de que não venha a se tornar motivo de desordem na boa harmonia íntima ou social do seu portador.



Um homem poderá possuir, por exemplo, dons lite­rários, o que é sempre admirável, enobrecedor.



Na hipó­tese de não os cultivar honestamente, dirigindo-os sob princípios consagrados de Arte, Moral e Beleza, poderá desvirtuá-los e até servir com eles à deseducação dos leitores, contribuindo para o rebaixamento mental, moral e intelectual dos mesmos se, em vez de obras excelentes, passar a produzir literatura amoral, frívola, perniciosa ou gramaticalmente bastarda, enquanto a si mesmo se degradará, tornando-se indigno deles.



A palavra, vibração divina do Pensamento, o qual, por sua vez, será a essência do próprio Ser Supremo refletida na sua criatura, foi concedida ao homem pelas leis eternas da Natureza, para facilitação do seu pro­gresso e engrandecimento, recurso precioso com que alindará a própria personalidade, para atingir finalida­des gloriosas. Não obstante, há Espíritos que reencar­nam padecendo a penalidade da mudez, porque dela se serviram, no Passado, para intrigas e calúnias, blasfê­mias e insultos, discursando impropriamente, ainda, dian­te de assembleias numerosas, para incentivarem o erro e o crime, a hostilidade e a revolta, a inquietação coletiva e o assassínio nas guerras e até mesmo o desrespeito à idéia de Deus!



De forma idêntica será o sexto sentido de que tra­tamos, isto é, a intuição, ou a mediunidade em geral: — É um dom, eis tudo! concedido pela Criação para a edificação, o progresso e a felicidade do seu portador, passível de progredir em possibilidades através do exer­cício, do tempo e das reencarnações, algo mais delicado, profundo e superior que os demais sentidos e que neces­sitará ser devidamente amado, respeitado e cultivado dentro dos postulados da Moral, da Justiça, do Amor e da Fé, a fim de que não se anule, como se anularia a visão de uma criatura que desde o nascimento vivesse às escuras, e se não resvale ao choque das impurezas humanas. Isso mesmo já vo-lo expôs com clareza abso­luta o Instrutor por excelência da Terceira Revelação, encarnado na prudência e na austeridade de Allan Kardec. Mas porque vimos decifrando certa inércia mental entre os aprendizes atuais da mesma Revelação, eis-nos ade­rindo a um movimento de reexplicações daquilo mesmo que há um século foi dito e que agora procuraremos algo encenar ou romantizar, a fim de divertir uma geração enquanto tentamos instruí-la no melindroso assunto, ge­ração que não dispensa a positivação dos exemplos. Aliás, o exemplo será, efetivamente, o melhor método... e gostamos de aplicá-lo sempre que no-lo permita o en­sejo, por mais fácil reter o aprendiz, na memória, o ensi­namento necessário, através dele. Há dois mil anos, o Mestre da Seara em que militamos criou a suavidade das Parábolas, cujos atraentes rumores ainda ecoam em nossa sensibilidade, ensinando-nos lições inesquecíveis. Seus obreiros do momento criam, ou traduzem da realidade da vida cotidiana, tal qual Ele o fêz, a exemplificação dos romances, ou lições romantizadas, expondo teses ur­gentes, ensinamentos indispensáveis, no sabor de uma narrativa da vida comum. É o mesmo método de há dois mil anos, criado pelo Divino Mestre, para instrução urgente e fácil das massas...



Assim sendo, o caso que vos contarei em Seguida é perfeitamente verdadeiro e não uma ficção. Corrobora ele a assertiva de que a mediunidade é dom natural que convirá ao seu portador não ignorar que a possui, mas sim estudá-la, aceitá-la, cultivá-la, educá-la em princípios sérios a fim de se eximir a perigos fatais.



A personagem, aqui figurada com o nome de Leonel, possuía dons mediúnicos.

Porém, tratando-se de um livre-pensador, cujo orgulho repudiava qualquer tendência para as questões metafísicas, e que ao Espiritismo pre­feria ridiculizar num combate chistoso e desprezível, ignorava-se a si mesmo, desconhecendo, voluntariamente, que em sua própria natureza humana carregava a pos­sibilidade de se deixar influenciar e dirigir pelos habi­tantes do mundo invisível, cuja existência absolutamente não admitia.





Assim sendo, passemos à sua atormentada história ao lado dos seus perseguidores judeus do plano invisível.





CAPÍTULO 2





Pelo terceiro decênio deste século 20, eu atendia ao honroso mister de conselheiro e médico espiritual em certo Posto de Assistência aos Necessitados, para recei­tuário e beneficências físicas, morais e espirituais, anexo a um Grêmio de aprendizes espírita dedicadíssimos aos deveres abraçados perante o Evangelho, os quais se devo­tavam aos serviços de socorro ao próximo, inspirados num sentimento de fraternidade verdadeiramente encan­tador, e cuja singeleza de caráter, atingindo as raias da humildade cristã, para eles atraía as simpatias do Além esclarecido e virtuoso.





Os serviços em geral, verificados nesse núcleo, pro­gramados pelo venerando Espírito de Bitencourt Sampaio, através de um médium explícito e positivo, eram diários e muito eficientes, o que sobremodo nos satisfazia por nos permitir ensejos variados na difusão e prática dos serviços do Consolador.



Era meu assistente, por esse tempo, uma entidade em aprendizado, atualmente reencarnada, generosa e de­dicada, que adotara o prenome de Roberto, conquanto essa não fôsse realmente a sua identidade, além de outros que não precisaremos nomear.



Certa noite, após o receituário, deteve-se o médium, responsável pelo gabinete em que se processava o melin­droso mandato, na súplica ardorosa para visitação espi­ritual a um ambiente doméstico atacado de singulares manifestações de provação, intensas e dolorosas.



Uma car­ta chegara do Sul do país às mãos do médium, enviada pela caridosa gentileza de um famíliar do mesmo ins­trumento, solicitando seus préstimos de intermediário entre os poderes invisíveis e a Terra para alívio de cria­turas que se debatiam contra torrentes de desesperações positivamente irremediáveis por outra forma. Leu-a o médium para mim, por entre as irradiações da prece ca­ritativa... e eu, captando o assunto através de suas vibrações, decalquei-a em minha mente desde então, ar­quivando-a de molde a me permitir hoje reerguê-la dos escombros mentais, a fim de transcrevê-la neste mo­mento. Particularizava-Se a missiva pela exposição se-guinte:





— “Rogo algo tentares, como espírita que és, a benefício da família do nosso amigo Leonel. Passam-se fatos verdadeiramente desorientadores, deixando perple­xos os amigos da casa. Desde a morte do pobre Leonel, verificada, como sabes, por um suicídio em tão trágicas condições, a família inteira sente ímpetos para o suicidio. Não ignoras que sua filha Alcina suicidou-se também, dez meses depois dele próprio. Agora é seu filho Orlando que deseja morrer, havendo já tentado algumas vezes o ato terrível! Vivem todos a chorar, desesperados, sem ânimo para a continuação da existência. Somente a viúva de Leonel consegue algo de estimulante para se impor à situação, que é a mais anormal possível. A miséria lhes bate à porta, pois nada possuem e ninguém, senão ela, trabalha. Finalmente, peço-te que rogues a Deus por eles, já que cultivas a fé em teu coração, porqüanto a Terra é impotente para deter a avalanche de desgraças que sobre essa pobre gente se arremessou.



Ora, minutos antes de iniciado o meu expediente no referido Centro, fora eu prevenido de que essa carta havia sido escrita ao meu médium e, portanto, recebi-a sem surpresa, através deste.



Procurara-me uma entidade espiritual denominada Ester, formosa e redimida, cujo aspecto angelical atraía veneração de quantos se lhe aproximassem, a qual me asseverara haver inspirado a carta a quem a escreveu, assim provocando o trabalho que faríamos, visto estar ligada aos obsessores de Leonel e a este próprio por laços espirituais seculares, e que, agora, apresentara-se o momento oportuno de agir em socorro da falange litigante. Rogava, por isso, nosso concurso, uma vez que não poderia operar sosinha, e ainda porque os serviços de Além-Túmulo são produtos de equipe e jamais de um trabalhador isolado.



Ambos os apelos — o de Ester e o da carta — eram impressionantes e impossível seria não atendê-los, ten­tando algo a benefício dos sofredores. Os serviços fica­ram, assim, sob meu critério, dadas as minhas atividades naquele núcleo espírita, muito embora fraterno concurso alheio me coadjuvasse.



Submeti o aparelho mediúnico à letargia branda do transe, mantendo-o a mim ligado pela troca das vibrações necessárias à comunicação que se processava; arregimentei os assistentes espirituais auxiliares, de plantão no Centro naquela noite, e partimos para o endereço apontado, em inspeção indispen­sável. Impossível, porém, nos fora ali penetrar pelos meios comuns, tal a densidade vibratória asfixiante do recinto, o clima obsessor que expandia malefícios em derredor do lar sinistrado pela onda de tragédia que a ele se adaptava. Eu levara, no entanto, em nossa comi­tiva, um indígena brasileiro da raça Tamoio, Espírito hábil, honesto e obediente, que voluntariamente se asso­ciara à nossa falange, desejando servir ao Bem, e mais o nosso assistente Roberto, a quem eu muito amava e em quem confiava plenamente. Ambos ali penetraram, sacri­ficando a própria harmonia vibratória, a fim de se intei­rarem minuciosamente do que realmente se passava.



Retornaram logo após ao Posto Mediúnico de onde haviam partido, chocados e ansiosos.



E Roberto, que chefiava a expedição, tomou a palavra (transmitiu as irradiações mentais), desincumbindo-se do noticiário so­bre o reconhecimento efetuado:





— Trata-se de um caso de obsessão coletiva simples, meu caro irmão... carente de intervenção imediata de socorro espiritual, a fim de que se evitem outros suicídios na família... São, quase todos os membros dessa nume­rosa família, constituída do velho casal e dez filhos me­nores, portadores de faculdades mediúnicas ignoradas... Não cultivam o estudo edificante para o saneamento mental, nem a meditação sobre assuntos elevados do espírito, e tão-pouco a prece.... tornando-se, por isso mesmo, campo raso para os assédios das trevas.... pois que também não alimentam sentimentos religiosos de qualquer espécie, apenas afetando um interesse conven­cional pela crença católica romana..





— Dizes, pois, meu caro Roberto — intervim, pro­curando inteirar-me dos detalhes a fim de melhor esta­belecer o programa de operações beneficentes — ter havido, com efeito, mais de um suicídio no seio dessa pobre família?...



— Sim! Inteirei-me de que o chefe da mesma família, de nome Leonel, pôs termo à existência terrena, des­fechando um tiro de revólver no ouvido direito, e que sua filha primogênita, jovem de vinte primaveras, lhe imitou o gesto alguns meses depois, servindo-se, porém, de um tóxico violento... Inteirei-me ainda de que outro filho seu, de quinze anos de idade, tentou igualmente o sinistro ato, salvando-se, no entanto, graças à ação pres­timosa de amigos agilíssimos, que evitaram fôsse ele colhido por um trem de ferro, pois o tresloucado lançou-se aos trilhos, enfrentando o comboio, que se aproximava...



— E como te inteiraste de que se trata de ação obsessora simples, sobre médiuns que ignoram estar sob influências maleficentes da sugestão extraterrena, visto que vivem alheios aos fenômenos e às observações espíritas?...



— Vimos ambos os suicidas ainda retidos no pró­prio teatro dos acontecimentos: — Leonel, vagando, de­solado e sofredor, a bradar por socorros médicos, traindo nas próprias repercussões vibratórias o gênero da morte escolhida sob pressões invisíveis... e Alcina, a filha, com o perispírito ainda em colapso, desmaiada sob o choque violento do ato praticado... Distinguimos tam­bém os obsessores...



— E como se apresentam estes?... Odientos, vingativos?... Sofredores, que destilam o vírus mental e vibratório contundente, sem saberem o que fazem?... Afeiçoados às vítimas por simples afinidades de caráter, ou índole?... pois sabemos que até mesmo um senti­mento de amor — ou paixão — mal orientado ocasionará desastres como esses...



— Não, Senhor! — explicou vivamente o dedicado assistente. — Trata-se de algo ainda mais doloroso! São ódios, vinganças pessoais de um passado que se me afigura intensamente dramático!



Os obsessores perten­cem às falanges do antigo judaísmo! Ainda conservam nas irradiações mentais, refletindo sobre a sensibilidade do perispírito, as sombras, as imagens, mui concretiza­das, da indumentária usada pelos judeus de Portugal, pelo século XVI... Eu também vivi nessa época, meu caro irmão, na Espanha como em Portugal.... pertenci igualmente ao judaísmo... e fácil me foi compreender o amargor da situação que acabo de presenciar...





Compreendi, efetivamente, ser gravíssima a situação de encarnados e desencarnados enleados em tão incomo­dativas teias, situação que bradaria por intervenção enér­gica e imediata.

CAPÍTULO 3





No Além existem regras de trabalho admiravelmente estabelecidas, equivalentes a leis, mediante as quais os trabalhadores do Bem poderão tomar as providências que a sua responsabilidade, ou competência, entenderem devidas e necessárias.



Geralmente aplicam-nas, as provi­dências, Espíritos investidos de autoridade, espécie de chefes de Departamento ou de secção, tal como os entendem os homens, sem que para tanto sejam necessários entendimentos prévios com outras autoridades superio­res, ou seja, o regime da burocracia, de que os homens tanto abusam nas suas indecisões, e o qual é desconhe­cido no Espaço. De outro modo, encontrando-se os re­feridos serviços do Invisível sob a jurisprudência da fraternidade universal, quaisquer servidores estarão em condições de resolver os problemas que se apresentam no seu roteiro, desde que para tanto investidos se encon­trem daquela autoridade que, no Além, absolutamente não é o cargo que confere, mas o equilíbrio consciencial e moral de que disponham.



Tendo a meu cargo um desses setores de serviço que, pela magnanimidade do Senhor e Mestre, me fora confiado como estímulo e bendito ensejo para os labores de que me adviria o progresso pessoal, do qual tanto carece o meu Espírito, não vacilei nas medidas a tomar, visando a evitar novo caso de suicídio naquela família, desgraça que, através do impressionante relatório do meu jovem assistente, pressenti iminente no referido domicí­lio.... porqüanto, além dos inimigos obsessores, sombrios e odiosos desde quatro séculos, existia ainda a permanên­cia dos dois suicidas citados, cuja pressão magnética inferior, corrosiva, por si só seria passível de contágio mental nos demais afins, levando-os, sem mesmo disso se aperceberem, a imitar-lhes o gesto.



O suicídio não é uma lei, não sendo, por isso mesmo. imposto a quem quer que seja pela harmoniosa legislação divina, como o seriam, por exemplo, o resgate e a repa­ração da prática de um ato mau ou a morte natural do corpo físico terreno. Contràriamente, ele é ato reprová­vel pela mesma legislação, da inteira responsabilidade de quem o pratica. E crede, meus amigos, conquanto o coeficiente dos suicídios no vosso planeta se apresente calamitoso, os obreiros do Mundo Invisível tudo tentam para dele desviarem os homens, fazendo-o com muito enternecida boa vontade! Cumpre, no entanto, a estes cooperarem com aqueles a fim de que tão complexo male­fício, atestado deplorável da inferioridade humana, seja definitivamente banido da sociedade terrena.



* * *



Voltei as atenções para o médium que solicitara assistência para o momentoso fato, e aconselhei, psico­gràficamente:



— “Reuni vossos companheiros mais afins para uma sessão íntima, amanhã, extraordinária, especial, para tra­tarmos desse caso, O menor número de adeptos possível. e absolutamente nenhuma assistência, senão apenas o presidente e os seus médiuns. Não prescindiremos da vossa colaboração fraterna. Meditai e orai, a fim de vos equilibrardes em harmonizações com as forças benfa­zejas do Alto, pois estareis exercendo a Fraternidade no que de mais sublime e real ela encerra, visto que con­jugareis esforços na prática de operações transcenden­tais, cujo instrutor maior é o próprio Mestre da Huma­nidade, o Senhor Jesus-Cristo!”



Eu sabia que aqueles singelos, mas dedicados apren­dizes, acatariam fielmente as minhas recomendações, por­tando-se à altura da confiança que neles depositávamos, e despreocupei-me dessa particularidade, certo de que — ambiente doutrinário, faculdades mediúnicas a con­tento, amor ao trabalho, boa vontade em servir ao Bem servindo ao sofredor, circunspecção nos atos — todos os dispositivos, necessários aos grandes feitos espíritas, en­contraríamos nas personalidades daquele punhado de dis­cípulos cujos labores se verificavam continuamente sob rigorosa vigilância espiritual. Encerrei, portanto, mi­nhas atividades no referido Centro, por aquela noite, e observei a Roberto:



— “Perseverai, tu e Peri, por afastardes do cenário famíliar de Leonel o chefe dos obsessores em primeiro lugar — pois certo estava eu de que a obsessão coletiva, exercendo ação múltipla, dispõe sempre de um orientador, que será o mais inteligente ou cruel dentre os obses­sores, com ascendência irresistível sobre os demais. — Defende-o, aprisionando-o até novas instruções, no re­cinto deste mesmo Centro, cuja ambiência respeitável, legítimamente apropriada para o caso, se acha em con­dições de hospedá-lo. .



Em seguida, indiquei providências para a remoção de Leonel e sua filha do ambiente doméstico para regiões condizentes com suas afinidades, a bem da tranquilidade dos demais membros da família e, outrossim, visando à recuperação de ambos para o estado consciente do Espí­rito desencarnado.



Prontificou-se o meu assistente ao mandato espi­nhoso e partiu acompanhado do amigo Peri. Tais opero­sidades, no entanto, são melindrosas e de difícil realização, para os Espíritos delas incumbidos, tal a catequese aos malfeitores terrenos por missionários cujas armas serão apenas a fé na vitória do Bem e a certeza do auxílio celeste, e cujas insígnias serão a lembrança do sacrifício, na Cruz, do Cordeiro de Deus.



CAPÍTULO 4





Geralmente, a caça a obsessores mui trevosos é levada a efeito por entidades espirituais pouco evolvidas, conquanto já regeneradas pela dor dos remorsos e pela experiência dos resgates, ansiosas pela obtenção de ações meritórias com que adornem a própria consciência, ainda tarjada pela repercussão dos deméritos passados (1).



Efetuam-na, porém, invariàvelmente, sob direção de enti­dades instrutoras mais elevadas, subordinadas todas a leis rígidas, invariáveis, as quais serão irrestritamente observadas. Essas leis são, como bem se perceberá, as normas divinas do Amor, da Fraternidade e da Caridade, que obrigarão os obreiros em ação às mais patéticas e desvanecedoras atitudes de renúncia e abnegação, a fim de que não deixem jamais de aplicá-las, sejam quais fo­rem as circunstâncias. Muitos desses operadores possuem método próprio de agir e os instrutores responsáveis pelo trabalho deixam-nos à vontade dentro do critério das leis vigentes, tal como a equipe de professores que ensinas­sem letras, ciências, etc., mantendo cada um o seu pró­prio método, embora observando todas as leis da peda­gogia ou do critério particular de cada matéria.



O meu jovem assistente era entidade amável e humanitária, que fora médico abnegado em sua última





(1) Os médiuns bastante dedicados à Causa, e cujas expe­rimentadas forças morais e psíquicas lograrem possibilidades, igualmente prestam tais serviços, durante o sono noturno, que os instrutores espirituais tratam de aprofundar quanto possível.



peregrinação terrena, e portadora de fina educação so­cial, visto que pertencera a uma estirpe de nobres europeus. Como Espírito não se especializara propria­mente em casos de obsessão.

Especializara-se, todavia, em casos pertinentes ao suicídio, como resgate, ou repa­ração, de um passado em que igualmente se arrojara a tão nefasto abismo, razão pela qual o víamos agora en­volvido no caso de Leonel. De outro modo, tão amorável e atraente se mostrava essa entidade, tão cativante a sua simpatia pessoal que frequentemente eram requisitados os seus serviços, pelos tutelares do Invisível, para mis­sões de catequese entre Espíritos em geral e também entre obsessores, os quais mais ou menos o acatavam, dispondo-se às suas advertências conselheiras. Todavia, nem sempre a irradiante bondade desse jovem seria suficiente para deter os arremessos do ódio obsessor. Ne­cessárias se tornariam, por vezes, medidas outras, incom­patíveis com a doçura do seu caráter. Então dispúnha­mos de individualidades da categoria de Peri, a qual, bondosa e incapaz de arbitrariedades, exercia a energia militar sempre que necessário como antigo chefe de hordas guerreiras da Arábia, que fora em existência remota e, mais tarde, como cacique da tribo dos Ta­moios (2) . Acresce a circunstância de que as entidades obsessoras tão materializadas permanecem dentro da própria inferioridade de princípios, tão vinculadas ao mal se deixam ficar que, a fim de servi las, auxiliando-as a se deterem no declive em que resvalam, nos obrigare­mos a desempenhos assistenciais igualmente materializados,



(2) O nome Peri encobre individualidade espiritual Indígena, que não desejamos identificar, já reencarnada. Sua existência nas matas brasileiras traduz estágio de repouso e esconderijo necessária para se furtar às continuadas perseguições obsessoras que, como antigo chefe de tribos árabes guerreiras, adquirira com as atrocidades praticadas. Não seria, portanto Espírito primitivo, como também acontecia com muitos outros índios bra­sileiros e escravos africanos no Brasil.



assaz grosseiros para um Espírito. Tratar com tais vultos será como tratar com homens rudes, infe­riores de caráter, embaraçados no apoucamento das pai­xões e dos preconceitos.

Peri era especializado em tarefas tais e possuía mé­todos particulares, os quais aplicava com eficiência, sem­pre que necessário. Trazia às suas ordens pequeno pe­lotão de auxiliares, que, obedecendo-lhe fielmente, tais os milicianos ao seu general, junto dele desempenhavam concurso valioso de proteção ao próximo, enquanto, assim agindo em defesa dos mais fracos, reparavam deslizes graves de um passado reencarnatório remoto, como ex­plicámos para trás.

Dadas que foram ao meu assistente recomendações convenientes, retirei-me para a Espiritualidade, a fim de melhor me orientar sobre as atitudes a tentar em bene­fício das personagens desse drama que se me afigurava profundo.



CAPÍTULO 5





Os métodos para a catequese de obsessores são va­riados, dependendo de circunstâncias especiais, que se subdividem entre a natureza do caráter de cada um, a especialidade do catequista e múltiplas modalidades do momento.



A própria reencarnação é um dos recursos aplicados, pois existem obsessores tolhidos numa reen­carnação para a experiência da catequese, quando, então, todas as facilidades para um aprendizado eficaz das leis do Amor e da Fraternidade lhes serão apresentadas. Muitos, só mais tarde, em encarnações posteriores, esta­rão em fase de reparações e resgates.





Fora necessário, primeiramente, conceder a esses infelizes trânsfugas do dever possibilidades de sofrer, posteriormente, a con­sequência dos seus atos maus, amparados pela resig­nação, pela esperança e o desejo de emenda, a fim de que o seu calvário não se tornasse demasiadamente angustioso e, portanto, contraproducente... pois assim rezam as leis do Amor e da Caridade, a que tais traba­lhos se subordinam. Trata-se, como vemos, de tarefas penosas, complexas, que requerem firmeza de vontade, coragem moral e muito amor à causa por parte da enti­dade instrutora operante, seja desencarnada ou encar­nada.



As leis da Fraternidade, pelas quais se conduzem os obreiros do mundo espiritual, estabelecem assistência incansável ao obsessor, no intuito de convencê-lo à re­forma de si mesmo. Jamais o violentam, porém, a essa meritória atitude, quando o compreendem ainda não pre­parado pela ação fecunda dos remorsos - Existem obses­sões baseadas no ódio e no desejo irrefreável de vingan­ças, insolúveis numa só etapa reencarnatória, as quais serão incomodativas, desesperadoras, podendo levar sé­culos exercendo o seu jugo sobre a vítima, estendendo-o mesmo à vida no Invisível e invertendo o domínio da possessão em existências subsequentes, até que os sofri­mentos excessivos, provenientes de tão ardentes lutas, bem assim a reflexão e o desejo de emenda, obriguem os litigantes à renúncia do passado pela abnegação do porvir, o que os fará reencarnar unidos pelos laços de parentesco muito próximo — constantemente como ir­mãos consanguíneos e até como pais e filhos e mesmo cônjuges — a fim de que mütuamente se perdoem e se habituem a um convívio pessoal, a uma junção famíliar persistente, que, conquanto se apresente como provação e não raro como expiação, acaba por estabelecer vínculos de afetividade, indestrutíveis em suas almas, desapare­cidas, então, completamente, as antigas animosidades -Existem, outrossim, as paradoxais obsessões por amor. Exercem estas, algumas vezes, perseguições igualmente seculares, quando uma das duas partes interessadas per­jurou, falindo nos deveres de fidelidade. Tão cruéis e execráveis se apresentam esses tipos de obsessão por amor ferido e despeitado, quanto o são os motivados pelo ódio, e então grandes dramas, dignos de estudo e comentários, se verificam nas sociedades terrena e espi­ritual, através de situações agitadas, infelizes, que somente o amor de Deus suavizará. E até obsessões se­xuais, quando o atuante invisível, que tanto poderá ser um Espírito denominado “masculino” como um denomi­nado “feminino”, dominar um homem como uma mu­lher, — valendo-se das tendências dos caracteres inclina­dos aos arrastamentos primitivos, às complexidades do sexo, — induzi-la-á a quedas deploráveis perante si mesma, o próximo e a sociedade, tais como o adultério, a prostituição, a desonra irreparável, pelo simples prazer de, através das vibrações materializadas da sua presa, que lhe concede clima vibratório propício, dar livre curso a apetites inferiores dos quais abusou no estado humano e os quais, degradantemente, conserva como desencar­nado, em vista da inferioridade de princípios que gosto­samente retém consigo, o que lhe estimula a mente, inibindo-a do desejo de progresso e iluminação espiritual. Geralmente exercida tão só através da telepatia ou da sugestão mental, é bem certo que o obsessor estabelece uma oculta infiltração vibratória perniciosa, sobre o sis­tema nervoso do obsidiado, contaminando-lhe a mente, o perispírito, os pensamentos, até ao completo domínio das ações. Tais casos se apresentam difícilmente curá­veis, não somente por aprazerem às vítimas conservá-los, como por ser ignorada de todos essa mesma in­filtração estranha, e mais particularmente porque o tra­tamento seria antes moral, com a reeducação mental do enfermo através de princípios elevados, que lhe fal­taram, não raro, desde a infância.



Refutará o leitor, lembrando que, assim sendo, nin­guém terá responsabilidades nos erros que sob tais in­fluências cometer.



Acrescentaremos que a responsabilidade permanecera também com o próprio obsidiado, visto que não só não houve a verdadeira alteração mental como também ne­nhum homem ou mulher será jamais influenciado ou obsidiado por entidades dessa categoria, se a estas não oferecer campo mental propício à penetração do mal, pois a obsessão, de qualquer natureza, nada mais é que duas forças simpáticas que se chocam e se conjugam numa permuta de afinidades.



Prosseguindo, lembraremos ainda certas obsessões de que tratam os Evangelhos, as quais tornam o obsi­diado surdo e mudo, geralmente desde o nascimento ou a infância; e muitas vezes, quando passais por um des­ses infelizes na via pública, longe estareis de compreender que vos encontrais diante de um doente psíquico e não propriamente físico, de um obsidiado, que vem sendo atormentado desde o estágio do Invisível, durante a desencarnação, e cujas consciências e vibrações, acome­tidas de mil prejuízos daí originados, somente conse­guiram modelar para sua reencarnação expiatória um feto — ou corpo — apropriado ao seu demérito cons­ciencial. Casos há curáveis, neste exemplo, com a reti­rada dos algozes, consoante a prática o tem demonstrado. A maioria, no entanto, não será curável, uma vez que ai se enquadrarão também os delatores, os caluniadores do passado, grandes intrigantes, maldizentes e blasfemos, aqueles que abusaram do dom da palavra para desabo­narem o próximo, torturar os corações, escandalizar a sociedade em que viveram. Aqueles a quem destarte feri­ram, incapazes da magnificência do perdão, tornados inimigos poderosos, rodeiam-nos com represálias terrí­veis desde antes da reencarnação, perseguindo-os, muitas vezes, durante etapas longas, mesmo durante séculos. E a lei da Criação assim o permite para que as criaturas, à custa da própria experiência, aprendam a considerar as leis do Dever e da Justiça, únicas que lhes concederão situação digna no seio das sociedades em que viverem.



— “A cada um segundo as próprias obras” — eis a sentença, ou lei, exposta por Jesus, que previne contra infrações tais.



Não obstante, nem sempre os obsessores serão enti­dades absolutamente más. Muitas serão, ao invés, gran­des sofredoras, almas tristes e doloridas, feridas, no pretérito de existências tumultuosas, pela ingratidão e a maldade desses que agora são as suas vítimas, capazes de grandes atitudes afetivas para outrem que não o seu inimigo a quem obsidiam, e não raro também foram homens intelectualmente esclarecidos na sociedade ter­rena, mas a quem escasseou a sublime moral da frater­nidade evangélica. Não deixaremos de lembrar ainda aqueles que são “mandados” por outrem a obsidiar alguém, por antipatias, despeito ou mesmo ódio, ordem que também poderá ser expedida por um desafeto encar­nado, durante o sono corporal. Tais perseguidores agem em torno das suas presas obedecendo, portanto, a ordens de terceiros, sem que a menor animosidade os impelisse ao ato, senão a obediência a uma entidade terrena ou invisível, a quem renderão homenagens e por quem nu­trirão consideração. Serão, então, como uma variante daqueles assalariados terrenos, que, por uma paga, come­teriam qualquer espécie de vileza contra um estranho, de quem nenhuma queixa teriam. A invigilância, o desa­juste mental do obsidiado, na sua vida cotidiana, darão ensejos a tal possibilidade, apresentando-se esse caso, então, como consequência lógica da sua incúria no cum­primento dos deveres e não como inevitáveis resgates ou expiações de vidas pretéritas.



Não esqueçamos daquelas que têm origem no pen­samento de atração da própria vítima, cuja atitude mental reteve junto de si o Espírito de um inimigo ou um rival, de um desafeto ou de um ser querido, os quais, jungidos às suas ondas de atração, de tal sorte se adaptam a elas que terminam por infelicitá-las com sua presença permanente, pois que tais entidades não esta­rão, absolutamente, em condições de beneficiar alguém com as próprias irradiações.



Geralmente curáveis através da prece, da meditação sadia e de uma doutrinação elevada e amorosa, tais obsessões, que melhor qualificaremos de “atuação” ou “assédio”, uma vez combatidas trazem a particularidade de beneficiar melhor o obsessor do que o próprio obsidiado. Este atrairá, fatalmente, novas atuações das som­bras, dado que se não dedique decididamente à prática do bem para a renovação dos próprios valores morais, enquanto aquele, pertencendo a classe humílima do Invi­sível, grandemente sofredor quase sempre, e ignorante de princípios redentores, ferido por injustiças e menos­prezo da sociedade terrena em que viveu, será encami­nhado a um reajustamento conveniente (comumente esse reajustamento será efetivado através da reencarnação), desde que demonstre desejo sincero de emenda, sendo ele mais infeliz e ignorante, conforme acima asseverámos, do que mesmo mau.



A todos esses desarmonizados das leis da Fraterni­dade deverão os servos do Senhor — encarnados e desen­carnados — esclarecer ou proteger com dedicações in­cansáveis, paciência infatigável, desprendimento e desin­teresse, visando não somente a méritos para si próprios, mas, acima de tudo, ao cumprimento de sagrados deveres diante do Todo Poderoso, que estabeleceu a justiça do auxílio do mais forte ao mais fraco, do esclarecido ao ignorante, segundo rezam os dispositivos da lei de amor ao próximo como a si mesmo.



CAPÍTULO 3





No Além existem regras de trabalho admiravelmente estabelecidas, equivalentes a leis, mediante as quais os trabalhadores do Bem poderão tomar as providências que a sua responsabilidade, ou competência, entenderem devidas e necessárias.



Geralmente aplicam-nas, as provi­dências, Espíritos investidos de autoridade, espécie de chefes de Departamento ou de secção, tal como os entendem os homens, sem que para tanto sejam necessários entendimentos prévios com outras autoridades superio­res, ou seja, o regime da burocracia, de que os homens tanto abusam nas suas indecisões, e o qual é desconhe­cido no Espaço. De outro modo, encontrando-se os re­feridos serviços do Invisível sob a jurisprudência da fraternidade universal, quaisquer servidores estarão em condições de resolver os problemas que se apresentam no seu roteiro, desde que para tanto investidos se encon­trem daquela autoridade que, no Além, absolutamente não é o cargo que confere, mas o equilíbrio consciencial e moral de que disponham.



Tendo a meu cargo um desses setores de serviço que, pela magnanimidade do Senhor e Mestre, me fora confiado como estímulo e bendito ensejo para os labores de que me adviria o progresso pessoal, do qual tanto carece o meu Espírito, não vacilei nas medidas a tomar, visando a evitar novo caso de suicídio naquela família, desgraça que, através do impressionante relatório do meu jovem assistente, pressenti iminente no referido domicí­lio.... porqüanto, além dos inimigos obsessores, sombrios e odiosos desde quatro séculos, existia ainda a permanên­cia dos dois suicidas citados, cuja pressão magnética inferior, corrosiva, por si só seria passível de contágio mental nos demais afins, levando-os, sem mesmo disso se aperceberem, a imitar-lhes o gesto.



O suicídio não é uma lei, não sendo, por isso mesmo. imposto a quem quer que seja pela harmoniosa legislação divina, como o seriam, por exemplo, o resgate e a repa­ração da prática de um ato mau ou a morte natural do corpo físico terreno. Contràriamente, ele é ato reprová­vel pela mesma legislação, da inteira responsabilidade de quem o pratica. E crede, meus amigos, conquanto o coeficiente dos suicídios no vosso planeta se apresente calamitoso, os obreiros do Mundo Invisível tudo tentam para dele desviarem os homens, fazendo-o com muito enternecida boa vontade! Cumpre, no entanto, a estes cooperarem com aqueles a fim de que tão complexo male­fício, atestado deplorável da inferioridade humana, seja definitivamente banido da sociedade terrena.



* * *



Voltei as atenções para o médium que solicitara assistência para o momentoso fato, e aconselhei, psico­gràficamente:



— “Reuni vossos companheiros mais afins para uma sessão íntima, amanhã, extraordinária, especial, para tra­tarmos desse caso, O menor número de adeptos possível. e absolutamente nenhuma assistência, senão apenas o presidente e os seus médiuns. Não prescindiremos da vossa colaboração fraterna. Meditai e orai, a fim de vos equilibrardes em harmonizações com as forças benfa­zejas do Alto, pois estareis exercendo a Fraternidade no que de mais sublime e real ela encerra, visto que con­jugareis esforços na prática de operações transcenden­tais, cujo instrutor maior é o próprio Mestre da Huma­nidade, o Senhor Jesus-Cristo!”



Eu sabia que aqueles singelos, mas dedicados apren­dizes, acatariam fielmente as minhas recomendações, por­tando-se à altura da confiança que neles depositávamos, e despreocupei-me dessa particularidade, certo de que — ambiente doutrinário, faculdades mediúnicas a con­tento, amor ao trabalho, boa vontade em servir ao Bem servindo ao sofredor, circunspecção nos atos — todos os dispositivos, necessários aos grandes feitos espíritas, en­contraríamos nas personalidades daquele punhado de dis­cípulos cujos labores se verificavam continuamente sob rigorosa vigilância espiritual. Encerrei, portanto, mi­nhas atividades no referido Centro, por aquela noite, e observei a Roberto:



— “Perseverai, tu e Peri, por afastardes do cenário famíliar de Leonel o chefe dos obsessores em primeiro lugar — pois certo estava eu de que a obsessão coletiva, exercendo ação múltipla, dispõe sempre de um orientador, que será o mais inteligente ou cruel dentre os obses­sores, com ascendência irresistível sobre os demais. — Defende-o, aprisionando-o até novas instruções, no re­cinto deste mesmo Centro, cuja ambiência respeitável, legítimamente apropriada para o caso, se acha em con­dições de hospedá-lo. .



Em seguida, indiquei providências para a remoção de Leonel e sua filha do ambiente doméstico para regiões condizentes com suas afinidades, a bem da tranquilidade dos demais membros da família e, outrossim, visando à recuperação de ambos para o estado consciente do Espí­rito desencarnado.



Prontificou-se o meu assistente ao mandato espi­nhoso e partiu acompanhado do amigo Peri. Tais opero­sidades, no entanto, são melindrosas e de difícil realização, para os Espíritos delas incumbidos, tal a catequese aos malfeitores terrenos por missionários cujas armas serão apenas a fé na vitória do Bem e a certeza do auxílio celeste, e cujas insígnias serão a lembrança do sacrifício, na Cruz, do Cordeiro de Deus.


fonte: Carlos Eduardo Cennerelli